“A literacia digital é um primeiro passo para um mundo de novas oportunidades e todos deviam poder dar este passo”, é desta forma que a Comissão Europeia introduz a data através do perfil do Digital Single Market no Twitter, chamando a atenção para o tema, no dia em que a UNESCO comemora o Dia Internacional da Literacia.
Dados recentes revelam que apesar dos esforços que têm sido feitos, com várias medidas lançadas por Bruxelas, as competências digitais continuam a ser o calcanhar de Aquiles da Europa, havendo países que contribuem mais para aumentar o fosso do que outros. Portugal é um dos países que influencia de forma menos positiva alguns indicadores, segundo o Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade de 2017.
No geral, o estudo mostra que 76% das famílias europeias têm acesso a banda larga com um débito igual ou superior a 30 Mbps, 84% estão cobertas por serviços móveis de quarta geração e que 79% dos europeus navegam na Internet pelo menos uma vez por semana.
São 78% aqueles que utilizam a rede para jogar ou descarregar música, filmes, imagens ou jogos, enquanto 63% vão às redes sociais e 70% leem notícias. No que se refere à utilização de serviços públicos, destaque para o facto de 34% dos utilizadores de internet europeus já preferirem esta via para preencher formulários.
Na área da formação os números indicam que quase metade dos europeus (44%) não tem competências digitais básicas. A percentagem de especialistas em TIC na região aumentou entre 2012 e 2015, apenas de 3,2 para 3,5% da população ativa e o número de diplomados em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, com idades entre 20 e 29 anos, ascende agora a 19 por mil habitantes.
É aqui que Portugal ajuda a contribuir de forma menos positiva. O país surge na 22ª posição da tabela no que se refere à existência de especialistas em TIC e na 21ª posição no que se refere ao nível de competências digitais básicas da população.
Medidas made in Portugal para contrariar tendências
São várias as iniciativas em curso para ajudar a aumentar o nível de literacia digital da população na União Europeia, nomeadamente localmente, colocadas em marcha em cada país-membro.
Em Portugal o Governo apresentou em abril o programa INCoDe.2030, que junta vários ministérios, instituições de ensino e empresas no objetivo comum de melhorar as competências digitais dos portugueses.
Mais recentemente foi lançado o MUDA, juntando várias organizações, privadas e do Estado, num objetivo idêntico. Entre as ambições propostas está, por exemplo, a redução para metade do número de pessoas que continuam excluídas da internet, que ainda é de cerca de 26% da população portuguesa, normalmente os mais idosos e com menores rendimentos.
Há também em curso iniciativas como o Atelier Digital da Google, por onde já terão passado mais de 19 mil portugueses.
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