Carne y Arena, de Alejandro González Iñarritu e Emmanuel Lubezki, é a primeira obra de realidade virtual a ser premiada com um Óscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. De acordo com a Variety, o prémio vai ser atribuído como sinal do "reconhecimento pela experiência poderosa e visionária de storytelling" que os autores construíram.

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John Bailey, presidente da academia, disse que esta obra "abriu novas portas à percepção cinematográfica" e, considerou que "mais do que uma inovação criativa no, ainda emergente, campo da realidade virtual, a experiência conecta-nos às realidades políticas e sociais da fronteira entre o México e os Estados Unidos".

Mais importa dizer que esta experiência estreou no festival de cinema de Cannes deste ano e encontra-se agora em exibição no County Museum of Art em Los Angeles, EUA.

Carne y Arena combina uma paisagem virtual com um ambiente físico que remonta os espectadores para as zonas de divisão territorial entre os dois países americanos. O cenário físico está criado com areia verdadeira e peças de roupa que foram deixadas para trás por aqueles que se atreveram a cruzar a borda entre o México e os Estados Unidos. Os participantes, no entanto, não são meros visualizadores da ação. Neste caso, todos os que são imersos nesta experiência vestem a pele de um emigrante mexicano.

O desenrolar da história em ambiente virtual serve para enfatizar a sensação de desorientação, medo e incerteza. No fim são contadas as história de vários migrantes que foram capturados sem documentos. Segundo Iñarritu, esta é uma forma de colocar o espectador "nos sapatos" daqueles que se arriscam a cruzar a fronteira.

tek carne y arena

Note que este prémio de mérito não é atribuído desde 1996, altura em que foi dado ao primeiro Toy Story, da Pixar.