Desde setembro de 2022 que a Vodafone tenta fechar a compra da Nowo, depois do anúncio da sua intenção de expansão. O negócio, que tem vindo a ser escrutinado pelos reguladores, permitiria à operadora de telecomunicações aumentar a sua base de clientes, assim como a sua cobertura de rede fixa.

A Nowo é o quarto maior operador convergente em Portugal, com cerca de 250 mil subscritores do serviço móvel e 140 mil clientes do acesso fixo (Pay TV e Banda Larga) em aproximadamente 1 milhão de casas cobertas com a sua infraestrutura de comunicações.

Até aqui, a Anacom não tem vindo a ser favorável ao negócio, referindo que poderá produzir diferentes efeitos nocivos, tendo enviado o parecer à Autoridade da Concorrência. Para tentar contornar eventuais chumbos do negócio, a Vodafone tinha anunciado em dezembro de 2023 a disponibilidade do espectro e abertura da rede de fibra ótica à Digi Telecom, um dos novos entrantes nas telecomunicações no mercado nacional.

Vodafone quer ceder espectro e abrir rede de fibra à Digi Telecom para concretizar compra da Nowo
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Esses remédios para mitigar o impacto negativo do negócio, não terão convencido a Autoridade da Concorrência, que terá travado a compra, segundo avança o Jornal de Negócios. O negócio tem vindo a ser analisado a fundo desde abril de 2023. “A Vodafone tomou conhecimento da decisão anunciada pela Autoridade da Concorrência quanto aos compromissos que foram apresentados no âmbito da operação de aquisição da Nowo, encontrando-se agora a analisar os pressupostos dessa mesma decisão", disse ao SAPO TEK.

A Vodafone Portugal terá de apresentar novos argumentos para fechar a compra ou então desistir do negócio. Entre os argumentos apresentados pela Autoridade da Concorrência prende-se com o facto de nos conselhos portugueses onde a Nowo está presente, todos os operadores praticam preços mais baixos. Para a Vodafone, este poderá ser um sinal de que a Nowo tem um valor concorrencial, aos olhos do regulador, superior ao que a empresa poderá ter efetivamente, lê-se no Negócios.

Mesmo não tendo uma cobertura nacional, a Nowo é o prestador de telecomunicações que oferece os preços mais reduzidos nas diversas ofertas de serviços. Para a Anacom, a aquisição pela Vodafone poderá significar o aumento dos preços tanto aos clientes da Vodafone como da Nowo.