A Meta, dona do Facebook, do Instagram e de uma estratégia ambiciosa para o Metaverso, deve confirmar esta quarta-feira novos despedimentos. Desta vez, as saídas vão afetar a FAST, a unidade que desenvolve chips customizados para projetos do grupo, na área da realidade virtual e aumentada.

A notícia avançada pela Reuters, que cita uma comunicação interna da empresa, diz que a Meta já avisou os colaboradores, que esta quarta-feira vai comunicar uma redução de pessoal na equipa atual de 600 pessoas da FAST - Facebook Agile Silicon Team.

A FAST faz parte da divisão Reality Labs, onde a Meta tem investido muitos milhões para desenvolver as tecnologias que no futuro vão ajudar a dar corpo ao metaverso. Tem investido tanto que a pressão dos acionistas da empresa subiu de tom, porque o retorno de grande parte destes investimentos só chegará daqui a vários anos, se o conceito realmente vingar.

Desenvolver chips in the house foi uma aposta da Meta para garantir capacidade diferenciadas nos seus produtos de realidade mista, mas a tarefa não se tem revelado fácil e aparentemente nem eficiente, porque nos headsets de realidade mista do grupo, os Meta Quest, estão chips da Qualcomm.

Veja as fotos dos Quest 3, a nova geração do headset de realidade mista da Meta

O número de despedimentos a anunciar pela empresa dará uma ideia mais concreta do impacto da medida na visão e na estratégia da empresa, para o desenvolvimento das tecnologias do Metaverso, que noutras vertentes aparentemente segue com normalidade. Ainda há dias a empresa revelou os detalhes que faltava conhecer dos Quest 3, que começam a ser vendidos este mês, tal como uma nova versão dos óculos de realidade aumentada lançados em parceria com a Ray-Ban.

A Meta foi uma das tecnológicas que mais cortou postos de trabalho desde o final do ano passado, altura em que muitas empresas do sector começaram a anunciar medidas no mesmo sentido, depois de um ano de ajuste pós-covid e face às previsões de instabilidade económica, retração da procura e inflação, que se estenderam para 2023.

Desde novembro do ano passado, o grupo despediu 21 mil colaboradores. Quando na última primavera voltou a anunciar despedimentos, Mark Zuckerberg disse que a maioria das saídas previstas para este ano iria ser consumada naquela altura, mas já admitia que alguns processos só viessem a ser fechados no final do ano.