A Facestore nasceu em 2013. Até final do primeiro trimestre do ano passado tinha ajudado a criar 4 mil lojas no Facebook. Atualmente já são 10 mil as lojas que nasceram com a ajuda da plataforma, que pode ser usada gratuitamente para mostrar até 10 produtos, ou com subscrição mensal para necessidades mais exigentes.


O crescimento acelerado do número de lojas nos últimos três trimestres do ano passado deve-se a vários fatores, acredita Paulo Barbosa, CEO do projeto, mas o passa palavra tem sido fundamental. "É frequente ouvirmos os nossos clientes dizerem-nos que depois de abrirem a sua Facestore recomendaram a plataforma a outros empreendedores e é este efeito que justifica em grande parte o crescimento", admite.


Mas enquanto cresce em Portugal, a empresa está também de olho no mercado internacional. Definiu como prioridades para a internacionalização Europa e Estados Unidos, mas acrescentou entretanto novos objetivos ao roadmap: Brasil e Angola. "Recebemos muitos pedidos para colocar a plataforma a funcionar (integrada com as realidades locais) quer do Brasil quer de Angola e é algo que não podemos ignorar", justifica Paulo Barbosa.



Já durante o mês de março a Facestore ganha uma versão beta para Angola. No mês seguinte acontece o mesmo no Brasil e durante a segunda metade do ano chegam as versões definitivas da plataforma de criação de lojas para os dois países, com integração de meios de pagamentos e transportadoras locais.

As expectativas apontam para que no Brasil a chegada da Facestore tenha um impacto considerável. A estimativa é que sejam criadas 150 mil novas lojas com recurso ao serviço, mas antecipa-se uma taxa de conversão baixa - com um número reduzido de clientes a passar do plano gratuito para os planos pagos. Em Angola, a chegada da Facestore deve atrair menos projetos, mas com uma taxa de conversão mais significativa.



A Facestore é usada por particulares e empresas, mas é este segundo grupo que tem vindo a ganhar peso no recurso ao serviço. Desde um casal que criou uma loja para vender a lua de mel às Maldivas, a lojas de bebidas ou moda, há um pouco de tudo no universo de clientes da Facestore, mas as áreas mais relevantes são o vestuário, o calçado, a moda, bebidas e equipamentos para telemóvel. Há também uma nova tendência para procurar este tipo de montra para a divulgação e venda de produtos de outro tipo, na área da formação, por exemplo.



Cursos, workshops, diversos tipos de programas de formação têm ganho destaque, revela Paulo Barbosa, acrescentando que em regra a aposta no Facebook gera resultados positivos para quem faz essa aposta. Alguns clientes da Facestore terão mesmo conseguido triplicar os níveis de faturação graças à presença na maior rede social do mundo. O projeto português dá emprego a 12 pessoas, na maioria programadores. No final do ano quer ver duplicado o volume do negócio e conta com a aposta na internacionalização para atingir o objetivo.

Bizspark: programa da Microsoft já chegou a 900 startups. Facestore está na lista


Ganhar reconhecimento noutros países pode aliás ser um dos benefícios da integração recente da Facestore no programa desenhado pela Microsoft para apoiar o crescimento de startups. O Bizspark dá acesso gratuito às tecnologias da fabricante, para além de abrir portas à participação noutras iniciativas da empresa norte-americana de apoio ao empreendedorismo e exposição mundial, graças à integração numa rede global de empresas. O programa tem a duração de três anos.



De acordo com dados fornecidos ao TeK pela Microsoft, passaram já pelo programa 900 startups, 634 das quais ainda lá estão. Em média, juntam-se á iniciativa em cada ano entre 150 a 200 novas empresas. Um número que tem vindo a crescer.



Paulo Barbosa está na expectativa em relação aos benefícios que pode obter através da integração no BizSpark, mas já consegue antecipar uma: "quando uma startup desenvolve uma plataforma para o mercado global, tem necessidades tecnológicas muito exigentes nomeadamente em termos de servidores e conectividade". A parceria com a Microsoft dá acesso gratuito às ferramentas da fabricante nesta área e alivia as preocupações relacionadas com o crescimento do tráfego gerado pelas lojas alojadas na plataforma, que a cada mês tem duplicado.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira