Aparentemente a Yahoo estará disposta a pagar 100 milhões de dólares (qualquer coisa como 75 milhões de euros) para comprar a Foursquare - uma rede social baseada na geolocalização e que tem gerado alguma polémica devido a questões relacionadas com a privacidade, e até mesmo segurança, dos seus utilizadores.

Embora a intenção não tenha sido oficialmente confirmada por nenhuma das empresas, os rumores sobre a aquisição têm dominado a Web durante esta semana, com base nas declarações prestadas à Forbes por uma "fonte próxima da Yahoo", que afirmou que ter a Foursquare "seria bom", adiantando que as empresas tinham já mantido algumas conversas sobre o assunto. "Mas nós falamos com toda a gente", terá advertido.

Ainda de acordo com a Forbes, o director executivo e co-fundador da rede social, Dennis Crowley, ter-se-á reunido durante a última semana com várias tecnológicas, incluindo a Apple, Facebook e Twitter, o que aumentou as especulações sobre o interesse dos responsáveis em vender a empresa - apesar disso, a revista não conseguiu obter quaisquer comentários por parte dos envolvidos.

Que a Yahoo precisa de reconquistar o seu "lugar ao sol" na Internet já toda a gente sabe. Que a estratégia de reposicionamento da empresa passava pela maior integração com os serviços que "prendem" os utilizadores à Web, como as redes sociais, também não era segredo - tendo sido confirmado pela própria empresa no início deste ano e resultado em alterações que já podem ser experienciadas pelos utilizadores do serviço de email da empresa, por exemplo. A nova aposta pode passar por ter o seu próprio serviço.

A Foursquare conta actualmente com mais de 600 mil membros, de acordo com os dados publicados no blog oficial do serviço, que fez um ano de existência em Março. A rede social funciona como um "jogo da vida real", onde os utilizadores marcam virtualmente os lugares físicos por onde passam para obter pontos e distinções. Todas as actualizações e "check ins" são reportados, através do telemóvel do utilizador, para a página do serviço e em redes sociais como o Twitter ou o tumblr.

A (falta de) privacidade é uma das grandes questões apontadas ao serviço baseado na geolocalização, com a consequente ameaça à segurança dos utilizadores que este pode constituir. Um dos exemplos sobre como fornecer online dados sobre a residência de alguém e a localização da pessoa a cada momento pode ser perigoso é o site Please Rob Me, de que o TeK já falou e que cruza os dados fornecidos por vários serviços com informações sobre localização geográfica e fornece uma lista de casas prontas a serem assaltadas.

A última alteração introduzida pelo Foursquare, no sentido de aprimorar as regras do seu "jogo" e impedir que os membros obtenham pontos indevidamente (leia-se, sem de facto terem estado presentes nos locais que marcam como visitados), vem ajudar a garantir a veracidade deste tipo de informações. A rede social passa, a partir desta semana, a tirar partido do GPS dos telemóveis para verificar se os utilizadores estiveram, de facto, onde dizem ter estado - sendo que só nesses casos os check ins darão direito a pontuar.