Dois anos depois a empresa apresentou um balanço no qual revela que a versão portuguesa do site recebe uma média 60 mil visitas por mês, com cada visitante a passar cerca de 5 minutos, em termos médios.



Face aos dados, o TeK falou com a empresa e quis saber se os números alcançados estão de acordo com as expectativas iniciais. Nos últimos dois anos a concorrência neste mercado proliferou e aos sites de leilões online juntaram-se várias plataformas de classificados que animam o mercado.



Helisson Lemos, diretor-geral do MercadoLivre Brasil e Portugal respondeu às questões.

TeK: Os números de visitas e anúncios publicados no MercadoLivre em Portugal ficam bem abaixo dos publicados por outras empresas também presentes no nosso mercado. Dois anos passados após a chegada a Portugal, diria que as vossas expectativas se cumpriram, em termos de utilização da plataforma?

Helisson Lemos:
A decisão de ingressar em Portugal é baseada em análises sobre o potencial do mercado e custo de oportunidade de escalar a nossa plataforma. Considerando que a tecnologia do MercadoLivre permite esse avanço e por acreditarmos muito em Portugal, expandimos há 2 anos.
Sobre o cumprimento de expectativa, podemos dizer que está de acordo, já que também contávamos até agora com uma gestão "orgânica", ou seja, deixando que o crescimento do site português acompanhasse o ritmo de adesão que a web naturalmente propicia.

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TeK: A sensação que tenho é que nunca investiram muito em marketing ou publicidade no mercado. Essa é uma estratégia que usam sempre, ou em Portugal não investiram por alguma razão específica (a dimensão do mercado não o justifica, por exemplo)?

Helisson Lemos:
Sua percepção está correta. O MercadoLivre.pt seguiu uma estratégia de divulgação muito parecida ao formato aplicado ao início das operações em outros países, com pequenos investimentos voltados para a publicidade online (focando recursos em links patrocinados e display) até a ferramenta estar completamente adaptada. A boa notícia é que chegou o momento de sermos mais audaciosos.


TeK: Estão programadas ações concretas para dinamizar a vossa presença no mercado português ao longo deste ano. Quais?

Helisson Lemos:
Não podemos dizer quais são especificamente as nossas estratégias, mas podemos afirmar que estamos com nossos esforços voltados para satisfazer os utilizadores com melhorias na plataforma no que se refere à usabilidade e atendimento online, além de uma equipa de marketing dedicada.



TeK: Há diferenças significativas entre o utilizador português do MercadoLivre e o utilizador latino-americano, em termos de preferências, gostos, utilização da plataforma ou outras?

Helisson Lemos:
O utilizador português é muito parecido com o utilizador latino-americano quanto à questão de consumo/compras. Nestes dois anos, os itens mais transacionados em Portugal foram: telemóveis e telefones; roupas, relógios e óculos; informática; eletrónica, som e imagem e câmaras digitais e foto.



Já quanto ao perfil dos vendedores, ainda é muito parecido com o perfil dos utilizadores no início das operações nos países da América Latina. A grande parte são pessoas físicas/não empresas vendendo produtos usados.

TeK: Quais são os planos de futuro para o MercadoLivre em Portugal?
Helisson Lemos:
Nosso objetivo e nosso trabalho está voltado para oferecer aos internautas portugueses a democratização do comércio eletrónico ao disponibilizar um site no qual um indivíduo, uma micro, pequena ou grande empresa podem vender produtos e oferecer seus serviços. Num momento de dificuldade económica, esta é uma oportunidade para complementar a renda, conforme já estão fazendo mais de 134 mil pessoas na América Latina, cujos rendimentos totais ou parciais provêem de suas operações no site, segundo pesquisa realizada este ano pela The Nielsen Company.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico




Cristina A. Ferreira