Considera que, apesar do momento de crise económica que atravessamos, o mercado de Enterprise Content Management (ECM) em Portugal continua bastante dinâmico, mas não é por isso que a Vilt deixa de olhar para o exterior, onde conta com diversos projetos de relevo em países como França, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Itália, Emiratos Árabes Unidos e Estados Unidos.

O investimento no exterior não é de agora, mas conheceu recentemente uma nova aposta, com a abertura de um escritório em São Paulo, no Brasil, depois de ter sido implementada estrutura semelhante em Espanha.

A aposta nos mercados externos e a estratégia de internacionalização na tecnológica é para continuar, assegura Tiago Gavinhos, co-fundador e director da Vilt, em entrevista ao TeK.

TeK: Como avaliam o mercado do ECM em Portugal? Como se compara com os restantes?

Tiago Gavinhos:
Apesar do momento de crise económica que atravessamos em Portugal, o mercado ECM em Portugal continua bastante dinâmico. Isto porque um dos principais benefícios da adoção de soluções ECM é precisamente a redução de custos operacionais e aumento da eficiência, o que, neste contexto de crise, é fundamental para as empresas. Por esse motivo, mesmo havendo uma redução generalizada nos orçamentos de TI, as soluções ECM continuam a ser muito procuradas.

A maior diferença do mercado português comparativamente a outros países é a situação de crise acentuada que vivemos, que naturalmente tem um efeito negativo.

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TeK: Quais as evoluções mais notórias dos últimos anos? E pelo contrário, quais os maiores handicaps atuais?

Tiago Gavinhos:
Nos últimos anos tem-se assistido a uma consolidação dos principais fornecedores ECM, que têm hoje plataformas mais maduras e mais abrangentes, incluindo novos domínios, como mobile, digital media ou colaboração, web 2.0 e analytics.

Outro aspecto importante é que os fornecedores de ECM evoluíram de uma visão de plataforma - em que o cliente desenvolvia as suas próprias soluções sobre uma plataforma ECM - para uma visão de solução, oferecendo soluções verticais out-of-the-box para os diferentes sectores de atividade, reduzindo assim o tempo de implementação de uma solução ECM, tão crucial nos dias de hoje.

A par desta consolidação das principais soluções comerciais no mercado, nos últimos anos assistiu-se também a um outro fenómeno importante, que foi a emergência das soluções open source no mercado ECM (com soluções como Alfresco ou Nuxeo), que originou um claro crescimento na adoção de soluções ECM em empresas de dimensão média, num mercado que até aqui apenas estava ao alcance das grandes empresas.

TeK: Que soluções estão atualmente as empresas a privilegiar e porquê? Com que objetivos procuram este tipo de soluções?

Tiago Gavinhos:
Soluções de desmaterialização de papel e de automatização de processos têm muita procura nesta altura. Independentemente do cliente ou projeto, há um requisito comum a todas as empresas: a redução dos custos operacionais das soluções existentes. Por isso a VILT faz uma análise dos sistemas e processos de gestão da informação que o cliente já tem e a partir daí constrói um plano com o objetivo de melhorar de eficiência na gestão da informação. Esse plano pode passar por um upgrade na tecnologia usada, na alteração das práticas de gestão da informação e nalguns casos numa revisão da performance e escalabilidade dos sistemas.

TeK: Como tem evoluído o negócio da Vilt? Que dificuldades têm encontrado?

Tiago Gavinhos:
A evolução do negócio da VILT tem sido francamente positiva, crescendo sempre acima dos dois dígitos desde a sua fundação em 2002. Este crescimento continuado deve-se essencialmente a uma aposta clara na qualidade dos nossos serviços e na inovação contínua. Os clientes vêm-nos genuinamente como parceiros em quem podem confiar. Esse é o segredo do crescimento da VILT e a nossa maior conquista.

Uma das maiores dificuldades que encontramos - e a que chamaria um desafio - é o de crescer rapidamente mantendo os elevados padrões de qualidade que caracterizam a VILT. Temos conseguido superar essa desafio apostando nas pessoas, no seu crescimento e na sua valorização profissional. As pessoas são o maior ativo da VILT e a base do nosso sucesso.

TeK: O que esperam em termos de resultados para este ano? Está em linha com os últimos anos, pior, melhor…?

Tiago Gavinhos:
As nossas expectativas para o ano de 2012 são boas. É um ano de investimento, com o início da operação na América Latina, mas termos a expectativa que será também um ano de crescimento, em linha com os anos anteriores.

TeK: Anunciaram recentemente a abertura de escritórios no Brasil, depois de terem estrutura semelhante em Espanha. Neste momento a solução é olhar para o mercado externo?

Tiago Gavinhos:
Desde a sua fundação que a VILT olha para o mercado externo, que sempre representou mais de 50% do volume de negócios da companhia.

A aposta no mercado latino americano não foi uma necessidade, mas sim uma decisão ambiciosa com um objetivo de crescimento. Ao contrário da Europa, o Brasil é um mercado que vive um momento muito positivo e há que saber aproveitar as condições favoráveis que temos, em particular o elevado know-how técnico da VILT e a grande proximidade cultural entre Portugal e o Brasil.

TeK: Que representatividade tem o negócio feito "lá fora", por comparação ao "interno"?

Tiago Gavinhos:
Atualmente, o negócio internacional representa 67% da faturação da VILT. Estes 67% negócio internacional distribuem-se da seguinte forma: 56% para Espanha; 17% para os EUA; 13% para outros países da Europa; 10% para os Emirados Árabes Unidos; 4% para a América Latina.

TeK: Já têm mais algum mercado pensado para avançar este ano?

Tiago Gavinhos:
Este ano não vamos expandir mais, mas estamos a olhar com atenção para outras regiões, nomeadamente os países de expressão portuguesa em África e para os Estados Unidos da América, que são mercados com bastante potencial para a VILT.

TeK: O que se poderá esperar mais da Vilt em termos estratégicos para os próximos tempos?

Tiago Gavinhos:
Em 2012 centraremos os nossos esforços na Europa e nos mercados emergentes e com elevado potencial de crescimento. Concretamente, continuaremos a explorar o mercado latino-americano com especial foco no Brasil onde dispomos de estrutura local desde o início deste ano. Continuaremos a apostar também no Médio Oriente (Abu Dhabi e Dubai, especialmente) onde já temos alguns projetos e referências importantes.

Reforçaremos também a aposta em inovação e I&D, desenvolvendo novos produtos e soluções em estreita colaboração com a OpenText, líder mundial no mercado ECM e principal parceiro da VILT.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé