A Microsoft aproveitou o Mobile World Congress para fazer anúncios relativos à sua estratégia de inteligência artificial. A gigante tecnológica revelou um novo conjunto de princípios condutores de como vai governar a sua infraestrutura de inteligência artificial, assim como a abertura ao acesso da sua tecnologia aos developers. A empresa pretende democratizar o acesso à IA, através dos seus modelos open source.

Segundo reporta o Euronews, Brad Smith, o presidente da Microsoft, disse durante uma conferência que a empresa quer disponibilizar as suas ferramentas de desenvolvimento e modelos de IA aos developers, permitindo que os países construam as suas próprias economias de inteligência artificial. Para Brad Smith, essa abertura é importante, afirmando que a Microsoft está a investir mais dinheiro do que qualquer governo no planeta para construir centros de dados de IA, para que todas as pessoas possam utilizar essa tecnologia.

Dessa forma, ao oferecer o acesso à sua infraestrutura, os developers podem criar software de IA, aplicações, sejam para as suas empresas ou para serviços ao consumidor, refere como exemplos o presidente da Microsoft. O conjunto de princípios de acesso à IA da Microsoft é salientado como um compromisso da empresa em oferecer modelos de código aberto, para que todos possam utilizar, modificar e distribuir.

Em entrevista ao Euronews, Brad Smith disse que a Microsoft não está a construir estes modelos apenas para si, mas para disponibilizar às empresas, para que depois invistam nas suas próprias invenções de IA. Com os princípios definidos, com o acesso à tecnologia, a Microsoft esclarece que não pretende ter acesso aos dados que as empresas desenvolvem para si para de alguma forma competir com as mesmas. E que não pretende aceder aos consumidores através de uma loja de aplicações que a própria controle.

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O Mobile World Congress serviu também de palco para o anúncio de uma parceria a longo termo com a startup francesa Mistral AI. O acordo garante a expansão da Microsoft no campo da inteligência artificial para lá do seu envolvimento com a OpenAI. A startup passa a ter acesso à plataforma de cloud Azure da Microsoft, de forma a ajudar no seu modelo LLM chamado Mistral Large. Segundo Eric Boyd, vice-presidente para a plataforma IA Azure, o compromisso da Mistral em alimentar a comunidade open source e alcançar uma performance excecional está alinhado com o posicionamento da Microsoft.

De lembrar que a Microsoft escolheu Portugal para criar a Fábrica de Inteligência Artificial, previsto para o final do ano. Esta pretende promover a adoção de Inteligência Artificial por empresas públicas e privadas, nas diferentes indústrias e sectores, e contribuir para o crescimento sustentável de Portugal.

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