Seguindo-se os ataques do Hamas em Israel, a Comissão Europeia tem alertado as principais plataformas sobre a presença de desinformação acerca do conflito em Israel. Primeiro foi Elon Musk a ser avisado por Thierry Breton, comissário europeu do Mercado Interno, dando 24 horas para moderar os conteúdos na rede social X (Twitter). Depois foi Mark Zuckerberg a ser alertado por Bruxelas para a presença de conteúdos manipulados e deepfakes nas plataformas da Meta.

O TikTok também foi avisado pela Comissão Europeia sobre a divulgação de notícias falsas. O líder da rede social, Shou Zi Chew foi chamado para tomar medidas urgentes para cumprir o Regulamento dos Serviços Digitais. A rede social já respondeu a dizer que tomou ações imediatas para combater a desinformação, tendo removido os conteúdos que violam a lei e respetivas contas.

A plataforma afirmou no comunicado publicado este domingo que é contra o terrorismo e está chocado com os atos cometidos em Israel. “Imediatamente mobilizamos recursos significantes e pessoas para ajudar a manter a segurança da nossa comunidade e a integridade da plataforma. Estamos comprometidos na transparência enquanto trabalhamos para oferecer um espaço seguro para a nossa comunidade global”, lê-se na carta. Ainda assim, mantém focada a suportar a livre expressão, o compromisso com os direitos humanos, mas a proteger a sua plataforma durante a guerra entre Israel e o Hamas.

Salienta ainda que durante o processo de gestão de crise, o TikTok lançou um centro de comando que junta os membros da sua equipa global composta por 40 mil profissionais de segurança para manter a agilidade nas tomadas de ação para responder a esta situação. Foram ativados sistemas de deteção proactiva automatizados em tempo real para identificar novos perigos, tais como detetar e remover conteúdo violento para que os membros da comunidade e moderadores não sejam expostos.

Foram ainda adicionados mais moderadores que falam árabe e hebraico para rever o conteúdo relacionado com os eventos do conflito. As suas políticas de utilização foram também reforçadas contra a violência, ódio e desinformação, removendo os respetivos conteúdos e contas. A rede social dá o exemplo de conteúdo que suporta os ataques ou imitam vítimas afetadas pela violência. Da mesma forma que conteúdos a mostrar pessoas que foram vítimas de sequestro, a plataforma compromete-se a fazer tudo para proteger a sua dignidade e remover os conteúdos que quebrem as suas regras. Hashtags que promovam a violência são igualmente bloqueadas.

também conteúdos que podem ter exceção de interesse público, disponíveis com avisos de visualização opcional que possam chocar os utilizadores ou serem demasiado gráficos. Há mais medidas a serem tomadas pela rede social disponíveis no documento publicado, incluindo a cooperação com as agências regulatórias a nível global e parecerias com especialistas sobre o assunto.

De recordar que nos últimos dias vários grupos de alegados hacktivistas juntaram-se ao conflito entre Israel e o Hamas. Há ameaças de todo o tipo, entre um ciberexército que fala mais alto em nome da causa palestiniana, mas os resultados mais visíveis das ações já realizadas são o caos no acesso a serviços e informação online. Logo no fim-de-semana foram noticiadas tentativas de ataques informáticos a alvos estratégicos de Israel e da Autoridade Palestiniana, por grupos que, alegadamente, atuam na defesa de causas políticas e sociais