Marcado para a tradicional data em que se comemora o Halloween, a Neuralink tinha agendado um showcase dos seus produtos, mas foi o próprio Elon Musk que anunciou o adiamento na sua conta do Twitter. Sem qualquer explicação, refere que a apresentação será agora realizada a 30 de novembro.

Há mais de ano e meio que a Neuralink não faz demonstrações sobre o avanço do seu chip neural e a última vez que o fez vimos macacos a jogar Pong telepaticamente. Desde então, não houve mais nenhum ponto de situação da tecnologia, mas as polémicas em torno da empresa de Elon Musk têm surgido, desde a possibilidade de o magnata investir em empresas rivais que estão a produzir chips cerebrais, à saída da maioria dos cofundadores da empresa com acusações de funcionamento caótico, em que a missão aponta num sentido, mas os projetos que vai revelando parecem seguir noutro diferente.

O fato da Neuralink ainda não ter assegurado a aprovação regulamentar da FDA para começar os testes em humanos poderá estar por trás do desconforto em torno da empresa. A sua rival Synchron, que desenvolveu um tipo de implante cerebral concebido para ser implantando de modo menos invasivo, conseguiu aprovação para testar a sua tecnologia num conjunto de seis voluntários humanos no Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque, ainda em 2021. E já este ano, fê-lo no seu primeiro paciente norte-americano, um homem diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, que poderá comunicar utilizando os seus pensamentos.

Ainda assim, a empresa de Elon Musk conseguiu obter fundos importantes em rondas de financiamento, essencial para acelerar o processo de desenvolvimento da sua tecnologia. Em inícios de dezembro de 2021, Elon Musk previa começar a testar os chips em cérebros humanos em 2022 e em abril começou a recrutar especialistas que trabalham na indústria de smartwatchs para ajudar no seu chip.

O ponto de situação previsto agora para o fim de novembro dará uma luz sobre o estado atual do trabalho da empresa, se realmente a Neuralink conseguiu obter as permissões necessárias para os testes em humanos ou, por outro lado, mostrar avanços da tecnologia, mas adiando mais tempo os implantes em pacientes.