José Sócrates terá aproveitado o feriado para chamar os operadores e falar sobre as redes de nova geração. O Primeiro-ministro pretendeu com o encontro ouvir da boca dos responsáveis máximos da PT, Sonaecom e Vodafone os respectivos argumentos relativamente à visão sobre o futuro das redes de nova geração em Portugal.

A informação é avançada na edição de hoje do Diário Económico. O diário cita fontes próximas ao processo para noticiar o encontro, que não terá servido para tomar decisões imediatas, mas para dar ao chefe do governo mais elementos para avançar na questão, cujo o dossier está a ser finalizado pela Anacom, o regulador do sector.

Mário Lino, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações também esteve presente no encontro. Ele que na última grande conferência do sector, organizada pela APDC, relembrou as decisões já tomadas pelo Governo (numa resolução aprovada em Conselho de Ministros, Julho passado) de fazer as necessárias alterações à legislação para facilitar a instalação das infra-estruturas de fibra, seja no que se refere à passagem de cabos em condutas, seja para a preparação de raiz de edifícios novos para receber a tecnologia.

Os três operadores chamados à conversa com Sócrates têm, como se sabe, posições diferentes relativamente à forma como deve desenvolver-se a fibra no país. Ou melhor, a PT tem uma opinião diferente da veiculada pelo Sonaecom e pela Vodafone, mais semelhantes entre si. A operadora liderada por Zeinal Bava tem contraposto o argumento dos concorrentes, que apontam a infra-estrutura básica de rede como o principal investimento da fibra óptica, defendendo por isso a partilha desta rede. Bava garante que esta parte da rede representa um investimento mínimo no total do bolo.

Com uma rede única, partilhada por vários operadores diferenciados pelos serviços, ou com várias redes concorrentes entre si, as redes de fibra são um dos grandes investimentos previstos para o país nos próximos anos. O interesse pessoal de Sócrates no processo parece confirmar anteriores afirmações do Governo que classificavam o tema de desígnio nacional.