Uma semana de testes intensivos provou que as primeiras impressões de utilização do smartphone da Samsung pelo TeK são sustentáveis e que não se trataram de sensações fugazes. Elegante, robusto e potente, o Galaxy S4 entra diretamente para primeiro lugar no top dos dispositivos Android, roubando protagonismo ao HTC One ou LG Optimus G e concorrendo diretamente com o iPhone 5 e o Nokia Lumia 920.

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Como argumentos para esta classificação contam-se a qualidade do design e as características técnicas do hardware, mas também as novas funcionalidades com que a Samsung "artilhou" o dispositivo, que se revelaram surpreendentes no papel mas também bastante vantajosas na utilização diária, embora exijam aprendizagem e configurações que se calhar não estarão ao alcance de todos os utilizadores.

Pela redação do TeK já passaram as várias gerações do Galaxy S e estão ainda bem presentes na memória as experiências com o SII e o SIII, este último ainda à venda na maioria das lojas. Mas parece que a Samsung consegue sempre adicionar novas e mais surpreendentes funções aos seus topo de gama, tirando partido sobretudo da inovação nos interfaces que adiciona à base do sistema operativo Android e jogando com os sensores que incorpora no telemóvel.

O primeiro Galaxy que abandona a numeração romana e adota o nome de S4 integra mais sensores e um ecrã maior, mas consegue combinar tudo numa embalagem mais leve e mais fina, um exercício difícil que foi conseguida pela utilização de uma capa de policarboneto, que reduz o peso para 130 gramas.

Mesmo que à primeira vista pareça um Galaxy SIII atualizado, a impressão é rapidamente desfeita quando se liga o smartphone e se começam a explorar as inovações que a Samsung compilou para a nova versão.

A melhoria da performance é justificada pelo processador quadcore Snapdragon 600, a 1,9 GHz, e os 2 GB de RAM, uma combinação que se mostra mais do que competente para todos os desafios e suporte ao Android 4.2.2 (Jelly Bean), embora haja quem tenha "sonhado" com a possibilidade de experimentar o octocore da Exynos que só está prevista para alguns (poucos) mercados.

E depois somam-se a isto as funcionalidades adicionadas, a gestão e configuração intuitiva do smartphone e a manipulação dos sensores que adicionam inovação no interface com o telemóvel.

Todas as características foram "escalpelizadas" neste teste, onde só faltaram os testes de resistência, como a submersão do smartphone em água ou o atropelamento por um camião, algo a que as marcas que cederam os dispositivos de teste poderiam não achar graça…

E sim, não é uma gralha. São mesmo dois os Galaxy S4 que tivemos na redação para testes. Na prática a única diferença entre eles reside na rede móvel a que estão ligados: a TMN e a Vodafone, que cederam os equipamentos ao TeK para este test drive.

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Ponto a ponto, tirámos partido da dualidade de equipamentos para testar as principais características do Galaxy S4, validando os critérios onde se destaca ou falha rotundamente….

1 - Ecrã

0,2 polegadas de diagonal a mais do que o SIII fazem alguma diferença, mas é a qualidade e brilho do ecrã do novo Samsung que mais se destacam numa comparação entre os dois dispositivos mais recentes da marca.

Com um ecrã de 5 polegadas Full HD Super AMOLED, o novo Galaxy oferece uma qualidade impressionante de imagem, com 441 ppi, que responde de forma eficaz a diferentes situações de luminosidade.

E esta qualidade torna-se mais visível nas fotografias e nos vídeos de maior resolução.

2 - Formato e tamanho
Mesmo com um ecrã maior e mais "hardware" a Samsung conseguiu reduzir (ligeiramente) a espessura do equipamento, e também o peso. Diminuiu a moldura do ecrã e conseguiu tornar um "phablet" bastante grande num equipamento "maneirinho", que se consegue gerir bastante bem mesmo sem mãos à dimensão de um jogador de basquetebol.

Para as chamadas e navegação principais basta algum jeitinho para usar apenas uma mão, mas as novas funções "Smart" ajudam bastante a manipular a utilização do dispositivo usando os movimentos, o olhar ou a voz-

3 - Qualidade dos acabamentos
Uma das principais criticas apontadas ao Galaxy tem sido a capa de plástico traseira, que lhe daria um aspecto de menor qualidade, sobretudo quando comparado com capas metálicas, como a do iPhone ou do Nokia Lumia 920.

Pessoalmente a opção pela capa de policarboneto não me incomoda, e torna o processo de abertura do equipamento para colocar os cartões SIM e de memória - e mudar a bateria (sim é possível!) muito mais fácil. Claro que a Samsung poderia ter optado por "fechar " o acesso à bateria como já o fizeram outras marcas, e usar métodos de introdução dos cartões SIM e microSD externos, mas esse é um método que a marca coreana se tem escusado a usar…

E a grande vantagem é mesmo a redução de peso, a que se soma a resistência a riscos.

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4 - Bateria
Com uma bateria mais potente do que o SIII, de 2,600 mAh, o novo Galaxy não consegue melhor desempenho naquele que continua a ser um dos calcanhares de Aquiles dos telemóveis. Se se esticar muito na visualização de vídeos, e se consumir muitos dados nas redes 3G e 4G a bateria esgota-se rapidamente, obrigando ao recurso à tomada de carregamento a meio do dia.

A gestão inteligente de bateria pode ajudar a perceber melhor quanto pode ainda esperar de duração de "vida", mas também quais os recursos que estão a consumir mais bateria. O sistema operativo e o ecrã estarão entre os mais sedentos…

5 - Interfaces mais Smart

Grande parte da inovação do Galaxy reside nestes interfaces adicionados ao Android. A Samsung já tinha adicionado antes o reconhecimento do olhar, que agora aprofunda com a utilização deste sistema para navegar nas páginas Web.

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Desde que ativado, é só preciso colocar o telefone numa posição frontal ao rosto para que surja a meio do ecrã um símbolo de um olho. A partir daí o movimento ascendente ou descendente do rosto controla a navegação e o scroll nos documentos.

A funcionalidade gera espanto, e depois até algum susto, podendo tonar-se incómoda e levando a que se desista da sua utilização. Mas a verdade é que pode ser bastante útil na leitura de documentos longos…

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O reconhecimento do olhar é também usado para fazer uma pausa inteligente no vídeo, que acontece se deixar de olhar de frente para o ecrã.

Pode ainda contar com o reconhecimento de gestos para algumas funcionalidades, como a navegação, a apresentação de informação adicional ao fazer pairar a mão sobre o ecrã, ou a lupa em páginas web. Na funcionalidade Air gesture pode ainda saltar entre páginas web, ou atender chamadas acenando sobre o ecrã, o que pode ser útil se estiver a conduzir, por exemplo.

Também inteligente é o S Voice. "Hello Galaxy" é o comando que inicia o controle de voz, em bom inglês ou com sotaque norte americano, uma definição que pode fazer de forma fácil. Sem idioma português reconhecido tem ainda a possibilidade de usar o espanhol, o alemão, francês, italiano ou línguas asiáticas.

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É nesta área que está definido do modo de condução, a partido qual poderá executar comandos de ligação telefónica, envio de mensagens e navegação no mapa, entre outras funcionalidades. Mas atenção, o sistema ainda é bastante falível, sobretudo em fonemas mais abertos e se tiver de usar nomes portugueses…

Para além dos habituais GPS, acelerómetro, sensor de luminosidade e validação da direção do olhar, a Samsung acrescentou sensores de humidade e temperatura que se tornam úteis no ajustamento da previsão meteorológica.

6 - Câmara e gestão de fotos

Fiel à lógica de que o Galaxy é um "companheiro da vida", como se refere logo nos ecrãs iniciais, a câmara continua a ser um elemento fundamental e a Samsung investiu bastante na capacidade de captação de imagens, e também na sua manipulação e publicação.

A câmara tem um sensor de 13 megapixéis, mais 5 Mp do que o SIII, e embora o resultado seja mais visível em ecrãs de maior dimensão e no papel, qualquer criança consegue pegar no smartphones para fazer fotografias e editá-las com as várias ferramentas.

As opções entre os vários modos de fotografia estão à distância de um toque, selecionado entre Desporto, noite, Rosto Belo ou melhor fotografia para conseguir o resultado final ideal. Ou pelo menos para tentar. A capacidade de disparo rápido e os sensores adicionais e software ajudam a que se consiga escolher a melhor entre três fotos, aperfeiçoar os traços de um rosto, ou combinar capturas em fotos de grupo.

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7 - Banda larga mais rápida

O suporte ao 4G é uma das palavras-chave e engodos de venda do Galaxy S4. O dispositivo suporta até 6 frequências diferentes do LTE, entre as quais se contam as mais disseminadas no mercado português. Este suporte garante vantagens adicionais face ao iPhone 5, que está configurado para as frequências 1.800 Mhz, utilizadas pela Optimus mas ainda com suporte limitado na Vodafone e na TMN, que as reservam por enquanto a cliente 2G.

Quando está disponível é muito bom, aumentando significativamente a velocidade da navegação web, descarga de aplicações e sobretudo streaming de música e vídeo. Mesmo que não chegue aos prometidos 50 Mbps e muito menos aos 100 Mbps.

Mas infelizmente o 4G não abunda pelas terras da capital - e será pior noutras cidades - pelo que dificilmente se tornará num argumento muito válido na aquisição.

Como já tínhamos dito no início do texto, o Galaxy S 4 acumula notas bastante positivas na maioria dos critérios que são verdadeiramente importantes num smartphone. O principal senão será mesmo o preço.

Há que admitir que na atual conjuntura económica é difícil justificar o investimento de 649 euros, se a opção passar pela compra através de um operador, ou 799 euros no mercado livre. A Optimus fez a proeza de vender o equipamento desbloqueado aos mesmos 649 euros, uma promoção de desbloqueio a "custo zero" que se aplica a vendas até 30 de junho, com pedidos de desbloqueio até 15 de julho.

Tal como é habitual, a adesão a planos de tarifários nos vários operadores permite adquirir o Galaxy S4 por valores bastante mais baixos. O preço inicial pode descer para os 159 euros na TMN com a adesão ao plano Unlimited XL que tem uma mensalidade de 69,9 euros. Na Vodafone o PVP baixa para os 439,9 se aderir ao Red Top, com mensalidade também de 69,9 euros. Na Optimus é a utilização de pontos que permite baixar o preço até 539,9 euros.

Desafiamos os leitores do TeK a passar por uma loja e experimentar os mesmos tópicos e funcionalidades que referimos no texto, partilhando depois na caixa de comentários as suas impressões e anotações positivas ou negativas.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador