A TMN continua a desenvolver a sua estratégia de colocar no mercado telemóveis de marca própria, reforçando a sua presença nos smartphones mas trazendo também para as lojas equipamentos a preços mais baixos, que têm conseguido fazer crescer o número de utilizadores.

As primeiras experiências com o Bluebelt, com sistema operativo Windows Mobile, a que se seguiram o Bluebelt II e o Silverbelt, já com a versão 6.5, mostraram ser bem sucedidas e, mesmo com algumas falhas, os telemóveis posicionaram-se com uma boa relação qualidade preço.

O a1 estreia o sistema operativo Andoid, patrocinado pela Google, e a mudança de parceiros de hardware, sendo desta vez o telemóvel fabricado pela Huawei e não pela ZTE, que produziu o Bluebelt e o Silverbelt. E se não se pode considerar um grande upgrade face aos modelos anteriores, também não se pode dizer que desiluda.

O cuidado com os pormenores continua a se evidente e para todos os efeitos o a1 tem um aspecto elegante, de smartphone de gama média, onde a escolha do tom azul escuro para a traseira, os cantos arredondados e acabamentos em metal combinam bem com um fato de executivo ou uma escolha mais desportiva.

[caption]tmn a1[/caption]O ecrã táctil de 3,5 polegadas é rei e a rapidez de resposta ao toque dos dedos é simpática. O mesmo já não se pode dizer do acelerómetro, que tem alguma dificuldade de responder à mudança de orientação do ecrã, dificultando algumas operações.

Para compensar, quando se entra nas aplicações de vídeo e de fotos o telemóvel passa quase imediatamente para modo horizontal, quer queira quer não…

Uma primeira nota de estranheza vai para a câmara fotográfica. Nada a dizer do sensor de 3,2 Mpixels (que sabe a pouco), ou do autofocus. Mas não seria normal que a câmara se activasse quando se carrega no botão dedicado à fotografia na lateral do aparelho?

Já nem pedíamos que isso acontecesse quando o telemóvel está bloqueado, mas pelo menos que não exigisse o acesso pelos menus à aplicação da câmara para então fazer a foto. É que às vezes nestes preparativos podem perder-se os momentos mais importantes que interessava capturar em foto ou em vídeo…

[caption]tmn a1[/caption]

Segunda inquietação à curiosidade jornalística: a TMN esforçou-se bastante para não falar do processador que dá vida ao a1, não o divulgando na informação de características no site, nem na informação que distribui sobre o equipamento.

Também o manual é omisso nesta informação que não deixa de ser relevante. Por razões ecológicas o manual em papel foi dispensado e é preciso consultar um mini-CD para ler as instruções sobre como tirar partido do telemóvel, mas também aqui são omitidas informações detalhadas do hardware.

Ainda considerámos a hipótese de desmanchar o telemóvel, pedindo depois perdão à TMN, mas optámos por uma estimativa sobre o processador “inside”: já que o a1 é igualzinho ao Huawei U8230, que a marca chinesa apresentou no Verão de 2009, é possível que o chip seja igual: um chipset Qualcomm MSM 7200A. Aparentemente mesmo que equipa o Samsung i7500 e o HTC Hero, embora este último possua o dobro da memória RAM, o que pode fazer a diferença na performance..

Para além do processador e da memória, por dentro quem manda é o Android. Ainda na versão 1.5 do sistema operativo o a1 dá acesso a todas as aplicações habituais do mundo Google, como o Gmail ou o Google Talk. Mas a TMN também personalizou o ambiente de trabalho, integrando o acesso ao SAPO Mobile e ainda a serviços como a Banca de Jornais, o Widget de Pesquisa SAPO e o SAPO Futebol, que garante a ligação em tempo real a todas as notícias da Primeira Liga Portuguesa.

A parceria com a NDrive, e a licença vitalícia da aplicação de mapas, mantém-se neste equipamento. A informação sobre como instalar a aplicação, cuja licença é fornecida com o cartão de memória onde também estão os mapas, está online. O espaço “geográfico” é porém disputado com os Mapas da Google, pré-instalados, que podem assim assumir-se como um recurso mais rápido para orientação na navegação automóvel, nos percursos a pé ou simplesmente na visualização de uma determinada zona.

De resto, tudo igual a outros sistemas operativos Android, contemplando o acesso à loja de aplicações onde há um mundo de ferramentas gratuitas e pagas para descobrir. São jogos, aplicações de produtividade e pequenas ferramentas para todos os gostos e feitios, úteis ou inúteis.

> E o pior é começar a descarregá-las e habituar-se a percorrer as listas à procura de novidades, porque este é um caminho perigoso, não só para o cartão de crédito (no caso das aplicações pagas), como para o limite de tráfego de downloads.

Até porque, naturalmente, para usufruir de todas estas “maravilhas” é preciso estar sempre ligado à Internet, num always on que pode sair muito caro a quem não subscrever planos de preço.

E por isso vale a pena comprar o a1 a par de um dos vários planos que a TMN preparou e que permitem esquemas de pagamentos desde 30 a 102 euros por mês, baixando entre 50 e 75% o preço do telemóvel mas obrigando a uma fidelização de 24 meses à rede.

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Sem estes plano o preço do a1 é de 199,9 euros nas lojas ou 179,9 euros na loja online, podendo o utilizador manter os planos de preço que já usava ou optando por pré-pagos. Mas é aconselhável adicionar um tarifário de internet no telemóvel para gozar das vantagens da ligação do sistema operativo móvel às aplicações, mesmo que não seja permanentemente...

Depois de algumas semanas com o a1 a análise geral é positiva. É um telemóvel que se utiliza de forma agradável e pode até ajudar a desenvolver alguns vícios novos, nem todos recomendáveis.

De todos, o principal problema foi mesmo a bateria. É fácil distrairmo-nos com filmes do YouTube, navegação na Internet e uso de aplicações sem nos lembrarmos de que a bateria é finita. E quando acaba, termina a diversão. Obrigatoriamente.

Fátima Caçador