Depois da experiência adquirida a desenvolver aplicações para plataformas móveis, a equipa do Sapo achou que o passo seguinte deveria passar pela criação de um smartphone de marca própria, onde pudesse fazer uma integração mais profunda das suas ferramentas. E fez muito bem. Apesar da ligação do TeK ao SAPO poder levar aos habituais comentários de falta de imparcialidade, a verdade é que quase tudo no telemóvel nos agradou. Principalmente face ao custo.
A estreia chegou a semana passada às lojas. Chama-se Sapo a5, foi fabricado pela ZTE, e tem a versão 2.1 (Eclair) do sistema operativo Android customizada para fazer as delícias dos adeptos dos serviços com a marca do batráquio, mas capaz de impressionar também um simples utilizador nacional que procure um dispositivo optimizado para acesso a informações de âmbito local a um bom preço.
Essa foi, sem dúvida, uma das características das quais não nos conseguimos abstrair desde que o a5 chegou à redacção, sendo que a análise também deve ser interpretada tendo em conta a relação com o mesmo. Recorde-se que "o preço do telemóvel" são 149 euros na loja online ou 169 euros para aqueles que preferirem um balcão físico - para além da possibilidade de adquirir o equipamento com desconto, quando associado a um dos planos Unlimited para acesso ilimitado à Internet.
A boa impressão começou logo ao pegar no telefone, na apresentação durante o Codebits, altura em que fomos agradavelmente surpreendidos pela qualidade dos materiais, confortáveis ao toque, e dimensões do aparelho, que apesar do cómodo ecrã de 3,5 polegadas, se adapta perfeitamente mesmo às mãos mais pequenas.
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A receita pode estar na opção por apenas três teclas físicas na parte frontal do equipamento: uma para retroceder e mais duas (nas extremidades opostas do mesmo botão) para aceder ao menu e voltar à página inicial.[caption][/caption]
O dispositivo conta apenas com mais dois botões, aquele que se destina às "opções do telefone" e permite ligar e desligar o aparelho ou comutar entre "modos" (colocado no topo do equipamento e ao lado da entrada para os headphones) e outro (na lateral direita) para controlar o volume.
As teclas, embora estreitas - como, de resto, é o telefone, com 12,5 milímetros de espessura - revelaram-se cómodas, talvez à excepção do botão do volume, que pela localização ou reduzido tamanho pode não ter sido a melhor opção. Fez-nos também falta um botão no hardware dedicado à câmara.
Apesar da imperatividade do disparo no ecrã, esta foi também uma agradável surpresa, com os seus 5 megapixéis de resolução e zoom (digital) até 5x. O auto-focus é competente e o software permite também alterar o ISO, balanço de brancos e tirar fotografias a preto e branco ou com outros efeitos. Falta-lhe um flash, mas grava vídeos com som - embora aqui não se saia tão bem como nas fotografias.
Os conteúdos (fotos e vídeos) podem ser partilhados através da Internet ou guardadas no cartão MicroSD (até 32GB) que o telefone suporta e reproduzidas no ecrã, com uma resolução de 800x480 pixéis e 64.000 cores, mas cuja imagem não decepciona.
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Aquilo que também não decepciona - e nos deixou particularmente satisfeitos - é a sensibilidade e resposta do equipamento ao toque e o seu acelerómetro, algo que pudemos comprovar tanto em jogos - onde a precisão do sensor é essencial ao bom desempenho - como na utilização do teclado virtual, da qual não somos especiais adeptos, mas que aqui surgiu facilitada.
Ninguém tem dúvidas de que aquilo que conta num smartphone é, acima de tudo, a experiência do utilizador. Embora pesem todos os argumentos da sua utilidade no campo profissional e as aplicações de produtividade actualmente disponíveis e o acesso ao email do trabalho, a verdade é que é principalmente a satisfação que um utilizador sente com um "brinquedo" destes que o faz querer tê-lo no bolso. E nesse campo foi feito um bom trabalho.
Apesar de contar com um processador de 600 MHz (abaixo dos incluídos nos topos de gama do segmento), o a5 surpreende-nos com um bom desempenho e velocidade na execução das tarefas, bem como na navegação na Internet, que se faz através da conectividade 3,5G (para velocidades até 7,2 Mbps) e Wi-Fi.
O Sapo a5 é eficaz a tirar partido das características do sistema operativo Android, como o suporte multitarefas ou os quatro ecrãs iniciais personalizáveis. Como os utilizadores do SO móvel da Google já estão habituados, os ecrãs são personalizáveis com aplicações a gosto, tirando partido do Android Market ou dos widgets incluídos pelo Sapo, onde se contam, por exemplo, o que fornece informações meteorológicas com base na localização geográfica ou O Banca Sapo, que permite visualizar as capas das principais publicações nacionais.
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Na loja há mais de 100 mil aplicações (muitas gratuitas), que podem depois ser facilmente "puxadas" para o ecrã principal mantendo simplesmente o dedo sobre o ícone da aplicação no menu durante alguns segundos. Da mesma forma é possível arrastá-la para o "lixo" e acabar com o atalho no ecrã principal. Gostamos também da integração com a conta e serviços Google, mas tudo isto são dados adquiridos no sistema operativo promovido pela Google.
O facto de o telefone ter o selo do portal português dá ainda direito a algumas "gracinhas" como o wallpaper animado com saco de sangue verde, que é também um indicador do estado da bateria. Vale ainda pena lembrar que o telefone em questão é TMN. Por isso, traz integração com o Pond, um agregador de redes sociais criado no ano passado para os clientes da operadora.
O Pond permite sincronizar várias contas em vários serviços e receber notificações de todos eles numa só aplicação. A apreciação do interface fica ao critério de cada um, mas nós não encontrámos vantagem até porque, embora permita responder às publicações dos contactos (a partir do Pond), não oferece ligação directa da aplicação para o serviço em questão. Será útil para quem tenha contas em muitos serviços e goste de fazer a mesma actualização de estado em todos eles em simultâneo, por exemplo.
Em suma, trata-se de um equipamento agradável, que beneficia das vantagens de um sistema operativo em crescimento e capaz de convencer mesmo um utilizador pouco interessado no conceito e pouco disposto a fazer um grande investimento financeiro.
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