Todas as grandes tecnológicas que têm uma divisão de computadores parecem estar unidas num pensamento que tem sido repetido várias vezes ao longo dos últimos meses: o PC não vai morrer e está aí para as curvas.

Os números de diversas consultoras e empresas de análise apontam no sentido contrário. Cada vez mais se vendem menos computadores, optando os consumidores por gastar o dinheiro nos smartphones e tablets. A portabilidade parece ser a razão mais significativa, assim como a diferença de preço entre os vários tipos de equipamentos - tudo isto em razão com a utilidade que cada um realmente dá aos diferentes aparelhos.

O conceito de ultrabook apareceu como uma tentativa de minimizar as perdas e tentar atrair de novo as atenções para os computadores portáteis. Atualmente a ideia de ultrabook também pode rapidamente cair no esquecimento já que o aparecimento do Windows 8 está a puxar pela criatividade das empresas nos formatos como híbridos, convertíveis e All-in-One que também são tablets.

O conceito de ultrabook ainda fará sentido? Completamente. São portáteis, não são muito pesados, apresentam boas autonomias e desempenhos consistentes.

[caption]Ultrabook Samsung[/caption]

Uma meia medida é uma medida que não está completa e o Ultrabook Touch da Série 5 da Samsung que o TeK analisou deixou muitas medidas por preencher. O computador tem tudo para se tornar um ícone de adoração numa sala onde haja mais computadores, mas faltam-lhe algumas especificações que o tornem o rei da computorização nesse mesmo local.

A começar pelo desempenho gráfico. A placa gráfica Intel HD 4000 acompanha bem as tarefas básicas como reprodução multimédia, mas quando confrontada com desafios mais exigentes vacila.

O TeK experimentou dois jogos no Ultrabook Série 5: Pro Evolution Soccer 2013 e The Elders Scroll: Skyrim. No caso do PES o jogo emitiu um aviso de que o portátil não tinha especificações suficientes, apesar de ter funcionado bem em resoluções mais baixas, e no caso do Skyrim o próprio jogo definiu o jogo para funcionar em "baixa resolução", e nem assim funcionou bem, apresentando engasgos que tornaram a jogabilidade impossível.

Se isto acontece com jogos, software mais exigentes como Autocad, programas de modelação em 3D e mesmo de edição de vídeo, dificilmente vão ter um bom desempenho neste ultrabook da Samsung.

O índice gráfico foi também o mais baixo no sistema de avaliação do Windows 8, ao conseguir 5,6 pontos num máximo de 9,9.

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O elo mais fraco parece mesmo ser a placa gráfica já que o processador Intel Core i5 de dois núcleos a 1,7Ghz e os 8GB de memória RAM deviam permitir mais e melhor a este portátil da fabricante sul-coreana.

Para os que gostam de números e valores "palpáveis", ficam os resultados de mais um teste de benchmark com chancela da Microsoft:

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É preciso referir que todos os componentes combinados resultam num desempenho mais do que suficiente para as tarefas básicas como produção de documentos, apresentações, navegação na Internet e gaming casual. O Skype, como representante dos software de videoconferência, também funcionou sem problema.

O desempenho do NP540U3C-A01PT - número do modelo do portátil - está no entanto longe de ser imaculado, sobretudo no arranque das aplicações que foi sempre demorado tendo em conta as especificações apresentadas. A arrancar o Windows o dispositivo é veloz, muito veloz, assim como a retomar a sessão quando é hibernado.

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O segredo está na unidade SSD de 24GB da SanDisk, que permite um acesso mais rápido a algumas funcionalidades do computador. A acompanhar há um mais do que suficiente disco rígido de 465GB.

Mas nem só de CPU, GPU e RAM se faz um PC. O Samsung testado tem um ecrã sensível ao toque de 13,3 polegadas com uma resolução de 1.366x768 píxeis. Mesmo não sendo um Full HD, o nível de definição da tela é bom e os níveis de luminosidade do ecrã também são de louvar.

E qual a medida que ficou por preencher? Os reflexos que estão sempre presentes no ecrã, mesmo quando o computador é colocado contra a luz. E como é do senso comum, ecrãs com muito reflexo são maus para a visão já que os olhos estão em constante focalização e esforço redobrado.

O ecrã touch é muito responsivo, deteta bem os movimentos, mas sobretudo na navegação na Internet pode tornar-se confuso. Culpa não do hardware e sim do software - Windows 8 funciona bem é em computadores híbridos e convertíveis.

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A bateria sem surpreender aguentou cinco horas e meia em reprodução multimédia constante com níveis de luminosidade elevados. Sem estar numa exigência tão grande, consegue espremer mais uns minutos o que dura quase para um dia de trabalho.

Ainda no panorama multimédia, o sistema de som reproduz agudos bons, bem reproduzidos e altos, os graves também acompanham, apesar de se notar uma falta de intensidade devido à ausência de um subwoofer.

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E eis que se chega aos pontos onde o Ultrabook Touch Série 5 da Samsung é bom, realmente bom.

A começar pelo sistema de refrigeração. O portátil nunca mostrou sinais de aquecimento excessivo nas quase três semanas de análise e foram raras as vezes em que as ventoinhas dispararam de forma consistente.

O teclado é perfeito. Teclas bem espaçadas, com a sensibilidade ideal, nunca apresentando falhas, com um som adequado e não excessivo. Dá prazer escrever num computador assim. Mais perfeito só se incluísse retroiluminação, um conceito que apesar de não ser norma vem mesmo a calhar em situações onde a luminosidade é baixa.

Por fim, o design. Este ultrabook é uma vitória de design. Construído em alumínio escovado e aliado às linhas simplistas e suaves - comuns também noutros ultra portáteis -, dá gosto ter um computador assim.

O preço parece ser a maior contrapartida deste computador portátil. Entende-se que o design e a portabilidade se paguem, mas não se entendem os 799 e 999 euros pedidos pela Worten e El Corte Inglés, respetivamente - que à data de publicação desta revisão tinham em andamento promoções que baixam o preço do Série 5 entre 100 a 200 euros.

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Seria possível falar num ultrabook low-cost? Seria, apesar de não fazer muito sentido. O conceito de ultrabook não pode estar associado apenas à espessura dos equipamentos e aos seus acabamentos em metais escovados. O ultrabook, que se apresenta como a nata dos portáteis, tem que oferecer obrigatoriamente um desempenho acima da média, uma situação que não foi possível encontrar neste Série 5 da Samsung.

Dentro da média, no mínimo. O TeK preferia ter visto sobretudo mais algum poder de fogo a nível gráfico, a área onde o NP540U3C-A01PT mais desilude. Pagar mais do que um ordenado mínimo nacional e não conseguir jogar o PES 2013 parece contrassenso.

Mas para os que dão primazia à forma sobre o conteúdo, então avancem pois o portátil da Samsung tem muitos pontos que vão deixar muito satisfeitos os seus compradores - e invejosos os seus amigos.

Os leitores são agora convidados a deixarem as suas perspetivas sobre este portátil da tecnológica asiática.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico