Basta olhar para as especificações do Eee Pad Transformer Prime da Asus para perceber que a nova versão do tablet - que retoma o conceito de "fusão" com o teclado - tem tudo para ser um dos vencedores no mercado Android. O modelo estreia o processador Tegra 3 da Nvidia, o que o torna o primeiro quad-core a chegar às lojas, é surpreendentemente fino e equilibrado, com uma espessura de 8,3 milímetros, e o ecrã de 10,1 polegadas usa a tecnologia Gorilla Glass e Super IPS para maior resistência e melhor ângulo de visão.

A juntar a estes argumentos está ainda a integração com o teclado, que adiciona capacidade à bateria e estende a funcionalidade do tablet, e o sistema operativo Android 3.2, actualizável para a versão 4.0 ICE Cream.

Mas se somar todos estes trunfos já é suficiente para tornar o Transformer Prime um dos melhores candidatos a "melhor tablet Android", é com a experiência de utilização que o título fica quase automaticamente atribuído sem margem para dúvidas.

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A anterior versão do Eee Pad Transformer da Asus, que o TeK também testou, já fazia um excelente trabalho de junção de conceitos, com a "fusão" do tablet e do interface sensível ao toque com o teclado, mas agora a marca refinou a experiência e o novo Eee Pad é fino e equilibrado, mesmo quando em "modo notebook", pondo à prova qualquer tablet apenas com teclado virtual.

Não vale a pena especular se este é o "iPad Killer", até porque o mercado é soberano e são as vendas que têm de provar a capacidade do Transformer Prime de ultrapassar o actual líder de mercado de tablets, independentemente da lista de características e das vantagens. Mas para muitos utilizadores pode ser decisiva a junção entre os elementos tablet e teclado, numa única caixa e com total integração, sem necessidade de recorrer a teclados extra e com a vantagem adicional de se poder "acrescentar" duração de bateria e sem acrescer muito no preço total.

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Ao desempacotar o Eee Pad Transformer Prime, que vem encaixado no teclado na versão 2 em 1, a primeira surpresa advém da leveza e espessura total do equipamento, capaz de rivalizar com os ultrabooks.

Os 8,3 milímetros de espessura do tablet tornam-o mais fino do que o iPad e o novo Galaxy da Samsung, e o teclado só adiciona uma espessura equivalente, pelo que fechado acaba por ser mais fino do que o caderno A4 onde tomei algumas notas sobre o teste.

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Separado do teclado o tablet pesa menos de 600 gramas (mais concretamente 586), mas em conjunto também parece leve, uma sensação para a qual contribui o chassi metálico, de ar robusto. Juntas as duas partes pesam pouco mais de um quilograma e a espessura é de cerca de 16,3 milímetros na parte mais fina.

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Confesso que no teste ao primeiro Eee Pad Transformer tive dúvidas sobre o sucesso deste conceito de fusão do tablet e do teclado, até porque muitas vezes cedi à tentação de usar o toque no ecrã em detrimento do teclado na navegação, mas as vendas nas lojas provaram que as pessoas preferem o 2 em 1, do que a compra apenas do tablet.

Quando utilizado só como tablet o teclado virtual funciona na perfeição, como aliás outros modelos Android já o demonstraram, mas quem precisa de escrever muito texto o teclado físico torna-se, de facto, imbatível.

E a Asus até melhorou o processo de integração e separação: bastam poucos segundos para separar o tablet do teclado, e nem requer muita perícia, como mostra a imagem abaixo.

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Só algumas aplicações não se dão muito bem com estas mudanças e fecham automaticamente a janela em execução, um "minor glitch" que certamente será resolvido a prazo…

O ecrã é outro dos pontos fortes do Eee Pad Transformer Prime. O revestimento de Gorilla Glass traz-lhe a durabilidade para resistir à dureza das condições de utilização, e a combinação com a tecnologia de Super IPS melhoram o ângulo de visão, sendo possível e ajustam a diferentes ambientes de luminosidade para maior conforto.

A Asus juntou, de forma fácil, o acesso a esta configuração num menu acessível no lado direito do ecrã onde pode também ser configurada o modo de exploração da bateria e a ligação às redes Wi-Fi.

Mas há uma coisa de que ainda nenhum fabricante se conseguiu livrar: as dedadas permanentes no ecrã, que fazem com que qualquer utilizador recorra de forma quase compulsiva a um paninho de limpeza, de preferência acompanhado de um spray adequado…

Nem é preciso ser do CSI para adivinhar as impressões digitais de quem pegou no tablet antes…

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Para além das configurações introduzidas pela Asus com os habituais menus e agregadores, a utilização do interface não traz segredos face a outros tablets Android, mas mostra-se bastante mais fluída, mesmo com aplicações mais exigentes, como alguns jogos e até o Meo Go. Os "soluços" e congelamento da imagem que detetámos neste caso deviam-se mais ao próprio serviço do que propriamente à capacidade de processamento do tablet, que se mostrou imbatível noutros desafios…

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Mesmo que a câmara fotográfica não seja um dos requisitos mais importantes num tablet, sobretudo porque é estranho "apontar" um tablet para fazer uma foto, a câmara traseira de 8 Megapixeis não o deixará mal numa foto de circunstância, nem que seja para "apanhar" uma localização ou uma situação mais caricata na rua.

Infelizmente o Eee Pad Transformer Prime só ficou na redação do TeK dois dias, o que não permitiu esticar muito os testes de bateria e confirmar ao pormenor a duração de 16 horas reclamada pela marca na combinação do tablet com o teclado. Mas mesmo com uma utilização intensiva o recurso à tomada elétrica foi escasso, até porque quando começámos a usar o equipamento ainda tinha a bateria parcialmente carregada.

Por último ficam os preços: a versão de 32 GB é a única que já está à venda com a docking do teclado, custando 599 euros. Quem quiser comprar a versão de 64 GB só tablet paga o mesmo preço, mas está prometida uma versão também integrada com teclado, cujo preço não está definido.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador