Nos últimos dias a 2ª geração do Moto G da Motorola chegou às lojas portuguesas. Este Dual SIM é o primeiro modelo num roadmap de lançamentos que também integra o Moto X e o relógio inteligente da marca e que se estende até meados de dezembro, assinalando o regresso da marca a Portugal.
A primeira geração do Moto G foi um sucesso e a 2ª, apresentada em setembro, caminha no mesmo sentido. A relação preço/características/qualidade explica a popularidade do modelo que, inegavelmente, é uma compra inteligente para quem não pretende ultrapassar a barreira dos 200€ na compra de um telemóvel.
Num primeiro contacto com o equipamento, saltam à vista os 149 gramas de peso, que associados à combinação de 141,5 x 70,7 x 11 milímetros livram o modelo da categoria "tijolo" e asseguram um mix equilibrado entre peso e tamanho, para um telefone de gama média.
O design é pouco arrojado, entre o clean e o demasiado simples, mas com uma boa ergonomia, um aspeto que vale a pena destacar quando o mercado começa a ficar inundado de telemóveis mais difíceis de manusear que um canivete suíço (por causa do tamanho, claro).
A traseira do novo Moto G é em plástico, tal como resto da carcaça, com a frente em vidro Gorilla Glass 3, a proteger um ecrã IPS de 5 polegadas, ligeiramente maior que o integrado na versão de estreia do modelo (de 4,5 polegadas) e mais amigo de quem tira partido do telemóvel para escrever emails, ou desfrutar de conteúdos multimédia.
Disponibiliza 720 pixéis (ou 294 pixéis por polegada), uma opção que não garante imagens espetacularmente definidas, mas que não compromete o interesse do modelo. Melhor nota para o som estéreo, que revela um desempenho interessante na comparação com outros modelos da mesma gama de preço.
O processador do Moto G é um Qualcomm Snapdragon com quatro núcleos, que corre a 1,2 GHz e que se revelou competente em todas as tarefas realizadas, incluindo na resposta a missões mais exigentes, como os jogos com gráficos mais elaborados. Não nos deparámos com ecrãs bloqueados ou aquecimentos súbitos. A RAM é de 1 GB e o espaço para armazenamento de 8GB, que podem ser estendidos via cartão de memória.
A câmara fotográfica, outra área de forte upgrade em relação à versão de estreia do modelo, oferece 8 megapixéis na traseira e 2 megapixéis na frente que podem ser ativados carregando em qualquer ponto do ecrã. No vídeo o modelo permite a captura com 720 pixéis, até 30 frames por segundo. É uma combinação que não lhe dará a hipótese de convencer os amigos de que usou máquina profissional para registar o último fim de semana, mas adequa-se àquilo que é legítimo esperar de um smartphone de gama média.
Nesta área da imagem vale ainda a pena destacar as hipóteses de personalização disponíveis. A Motorola oferece uma seleção interessante de filtros e ferramentas para apresentar os resultados das suas sessões fotográficas, como a hipótese de criar um slideshow em poucos segundos.
Leia sobre as aplicações, a bateria e o Google Now na página seguinte...
Aplicações próprias e Android misturam-se
Nas aplicações, gostámos do Assist, uma ferramenta que permite adaptar o modo de funcionamento do smartphone a diferentes situações, dependendo daquilo que o utilizador está a fazer: em reunião, a dormir, a conduzir ou em casa. Por exemplo, se o utilizador ativar o modo de condução, quando vai ao volante o telemóvel avisa (oralmente) quem está a ligar e lê as mensagens que forem recebidas durante a viagem.
Com o modo Casa ativado também não precisar de usar as mãos para atender uma chamada ou responder com uma mensagem a uma chamada não atendida. O telefone diz-lhe quem está a ligar. Com um comando de voz pode optar por atender ou ignorar a chamada. Se não atender pode ditar uma mensagem de resposta.
Para além do Assist e do Motorola Alert (uma aplicação que permite definir números de contacto em situações de emergência), as funcionalidades do Moto G bebem do Android, aqui na versão 4.4.4, embora em alguns países o modelo já esteja a receber atualizações para o Lollipop.
Passamos ao lado dos detalhes do Android KitKat, deixando apenas uma nota para o Google Now, o assistente pessoal do sistema operativo, que tem vindo a ser melhorado e que tem hoje condições para dar um contributo interessante para uma melhor experiência de utilização do smartphone.
A capacidade para perceber (bem) português de Portugal e devolver valor acrescentado em boa parte das perguntas que lhe fizer é uma mais-valia. As opções de personalização do serviço, que gera cartões de informação útil para diferentes contextos, são outro ponto de destaque. Pode otimizá-las se aceitar partilhar a localização, fazendo do telemóvel um aliado para ter à mão os melhores percursos, estacionamento próximo, horários e preços dos transportes públicos, ou cartaz de filmes em exibição no cinema mais próximo, por exemplo. Tudo sem ter de recorrer a aplicações específicas.
Uma nota final para a bateria do Moto G (2070 mAh), que numa utilização moderada pode superar um dia de duração. Se recorrer muito aos jogos e conteúdos multimédia vai precisar de usar o carregador muito mais cedo.
E porque as funcionalidades mais básicas também podem fazer falta, falta só dizer que o Moto G tem rádio FM. Não é uma inovação tecnológica nem está na check list de características indispensáveis para escolher um smartphone, mas pode ser muito útil se quiser acompanhar um jogo de futebol e não tiver por perto um televisor, ou uma ligação à Internet.
O Moto G está à venda por 199,99€, com Android em português de Portugal. Não impressiona, mas consegue combinar um conjunto de características que o colocam como uma das opções mais interessantes do mercado na sua gama de preço, para quem está a pensar trocar de telemóvel. Será um dos primeiros equipamentos do mercado (depois do Nexus 6) a receber a atualização para Lollipop, a versão mais recente do Android, outro ponto a favor.
Nota de redação: Foi acrescentada uma nota em relação à versão do Android integrada no smartphone, que está em português de Portugal.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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