O ecossistema Windows Phone 8 tem ficado mais forte com o passar dos meses, tanto a nível de aplicações disponíveis como a nível de equipamentos com o sistema operativo móvel. Enquanto a luta pelos topos de gama é comandada pela Nokia, nas gamas mais baixas de dispositivos existem mais ofertas, ainda que se diferenciem pouco entre si.

Por este motivo é que o TeK fala em gémeos separados à nascença. Diferentes por fora, nas entranhas o Nokia Lumia 620 e o Huawei W1 são semelhantes nas especificações técnicas e no comportamento a nível de utilização. Os atrativos destes smartphones são a personalização atribuída através das cores em que estão disponíveis, o baixo preço e a relação que existe entre desempenho e hardware incorporado.

Gémeos falsos é uma certeza. As diferenças exteriores são evidentes: o Huawei é maior, mais quadrado e mais achatado, enquanto o Lumia 620 é redondo e compacto.

[caption]Lumia Huawei[/caption]

Os dois estilos acabam por ter vantagens. O Nokia transmite uma imagem de maior resistência, assegurada pela capa em policarbonato removível. O Huawei também tem uma capa removível, que é bem mais fina e "quebrável". Por outro lado o aspeto mais arredondado do Lumia 620 confere-lhe um perfil jovial e não encaixaria com facilidade num lado mais profissional. Em contrapartida o W1 pode ser mais quadrado e espalmado, mas apresenta uma estrutura mais séria.

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Os dispositivos assentam bem nas mãos, mas nos bolsos é o Huawei W1 quem leva vantagem por ter uma estrutura mais discreta.

O W1 tem um ecrã de quatro polegadas com uma resolução de 800x480 píxeis, a mesma resolução do ecrã de 3,8 polegadas do Nokia. Naturalmente que o Lumia 620 tem mais detalhe, mas o Huawei tem mais ecrã. E neste duelo em particular parece mais relevante ter uma percentagem maior de ecrã do que ter um ecrã mais luminoso.

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Sob a luz intensa do sol que tem raiado em Portugal o interface e toda a utilização dos telemóveis faz-se sem esforços. Ainda assim, melhor o Lumia 620 neste aspeto. A nível do ecrã é preciso dizer que o smartphone da fabricante nórdica tem uma luminosidade muito superior à do concorrente chinês, superando o Huawei por sua vez o Nokia a nível de ângulo de visão, por causa da tecnologia IPS aplicada à tela.

A nível de desempenho o processador Snapdragon de dois núcleos a 1,2Ghz do W1 faz a diferença comparativamente com o processador Snapdragon de dois núcleos a 1Ghz da Nokia.. faz diferença, muito pouca diferença.

Executar funções em simultâneo nos dois telemóveis - abrir câmara, abrir mapas, abrir uma página Web, trocar de aplicações, captar uma imagem, voltar ao menu inicial, abrir ficheiros Word - dá sempre uma curtíssima vantagem para o Huawei. É notória e não significativa, sendo possível falar em desempenhos quase iguais.

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Além dos processadores equiparáveis, da GPU Adreno 305 e da memória RAM de 512MB nos dois dispositivos, existe um armazenamento interno de 8GB no Nokia e de 4GB no Huawei. Nos dois casos é pouca memória para as exigências atuais dos utilizadores e dos próprios software, situação compensada pelas entradas para cartões microSD que estão disponíveis nos telemóveis.

Na área da fotografia a análise entre os dois equipamentos volta a ser equilibrada pois cada telemóvel tem as suas vantagens e defeitos. As imagens na posição superior são do Lumia 620, as de baixo são do W1.

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O Nokia faz uma melhor captação de luz, o que acaba por traduzir-se em fotografias mais agradáveis. A reprodução das cores também é mais fiel, mas há uma perda de detalhe e sobretudo de contraste nas fotografias causadas pelos maiores níveis de exposição.

Bem menos vibrantes e mais quentes, são as cores das fotografias do Huawei W1. Em fotografias com muitos elementos a compor a imagem o contraste e as cores mais artificiais ajudam no resultado final - ainda que no computador as fotos do telemóvel chinês pareçam mais "deslavadas".

O Huawei tem um ponto a favor no zoom - depois de captadas as fotos, procurar detalhes é mais favorável no telemóvel da fabricante asiática.

Na questão do software não existe muito a discutir. O Windows Phone 8 é igual para todos. Ou pelo menos é assim que aparenta, já que o Lumia 620 tem vantagem graças ao software proprietário da Nokia que só está disponível para os smartphones da fabricante nórdica.

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Cinemagraph, Nokia HERE, Nokia Care, Nokia Música, Nokia Trailers, Panorama, PhotoBeamer e SmartShoot são alguns dos exemplos de apps disponíveis apenas no Lumia 620 e que os detentores do Huawei W1 não podem experimentar. E como mais aplicações é sinónimo de mais produtividade e mais entretenimento, o telemóvel da Nokia sai vencedor nesta querela.

Concluindo, cada utilizador deve escolher quais as áreas que mais destaca num telemóvel e somar os pontos a favor e pontos contra que cada dispositivo apresentou. Os "gémeos" são realmente muito parecidos no que mais importa - desempenho e capacidade multimédia. Os pormenores fazem a diferença. Mas no caso do Lumia 620 e do Huawei W1 são o design e o preço que vão fazer desequilibrar a balança.

O Huawei está à venda na TMN por 169,90 euros e no mercado livre por 239 euros. O Lumia 629 custa 189,90 euros na TMN, 199,90 euros na Optimus, por 249,90 euros na Vodafone e por 299 euros nas lojas de retalho.

A luta por Windows Phone 8 mais barato do mercado é ganha pelo smartphone da fabricante chinesa. Resta saber se as dezenas de euros que existem de diferença e a indisponibilidade do Huawei em algumas operadoras acabam por condicionar o sucesso dos dois equipamentos.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico