(Atualizada) Depois de termos experimentado as Pen USB 4G dos três operadores, hoje embarcamos em mais uma análise de grande velocidade, com o smartphone Samsung Galaxy SII LTE e o Galaxy Tab 8,9 LTE, que já não primam por ser os únicos terminais com suporte à nova geração móvel, mas que ainda estão entre as (três) únicas opções para quem quer ser early adopter da tecnologia, apesar das limitações que existem.

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Os dois terminais da Samsung já tinham sido mostrados pela TMN quando anunciou o serviço 4G, embora na altura não houvesse data de comercialização nem preço. A operadora do grupo PT emprestou um smartphone e um tablet ao TeK para podermos experimentar as ligações 4G, a par das garantidas através das Pen de banda larga, e desde então os dois Galaxy tornaram-se companheiros frequentes no dia-a-dia da redação.

Apesar dos longos anos de profissão (décadas!) não me lembro de um lançamento que tenha gerado tanta polémica quanto à chegada dos terminais às lojas, e disputa para garantir a "primazia" da comercialização. No dia em que anunciou o 4G, a Optimus garantiu ter colocado o Samsung Galaxy SII LTE à venda, uma opção que gerou polémica, com a fabricante a garantir que ainda só tinha equipamentos de teste no mercado.

Alguns dias depois a Vodafone anunciava o lançamento do Galaxy Tab LTE, a 569,90 euros, sendo imediatamente secundada pela TMN, que nesse dia estreou também o smartphone 4G da marca. A concorrência continuou a dinamizar as notícias e no dia seguinte a Vodafone começou a vender o seu primeiro smartphone com 4G, o HTC Velocity LTE.

Na parte que interessa aos utilizadores, esta "guerra" já está a dar frutos, com a redução do preço do Samsung Galaxy S II LTE em 150 euros poucos dias depois do lançamento. Depois de ter sido estreado a 649,90 euros a TMN e a Optimus baixaram os preços numa promoção que dura até final de abril. Sem surpresa, a redução faz com que o valor a pagar por este telemóvel fique igual ao que a Vodafone estabeleceu para o HTC Velocity LTE: 509,9 euros.

Um Galaxy SII melhorado
Mais do que as polémicas, o mais importante para quem quer saber se vale a pena comprar ou não os novos equipamentos é a funcionalidade e a performance do smartphone e do tablet. Começamos pelo Galaxy SII LTE: o equipamento foi apresentado já no ano passado mas a aprovação para a Europa só foi feita já no primeiro trimestre, o que abriu portas à sua comercialização em Portugal.

Embora seja muitas vezes visto como apenas uma versão retocada do Galaxy S II, propositadamente para suporte ao LTE, este modelo tem algumas diferenças que vale a pena salientar, começando pelo ecrã Super AMOLED de maior dimensão (4,5 polegadas em vez de 4,3 polegadas), que se reflete também na dimensão e no peso, e ainda uma (bem vinda) melhoria da bateria, que mesmo assim não garante o mesmo tempo de "vida".

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Há ainda diferença a nível do processador, que é neste modelo um dual core de 1,5 GHz quando no S II a opção foi de um ARM Cortex - A9 a 1,2 GHz. De resto conte com o mesmo espaço de armazenamento, 16 GB de memória, uma câmara traseira de 8 Megapixels e uma câmara frontal de 2 Megapixels, botões de navegação sensíveis ao toque e uma tecla "Home", assim como os habituais controles de volume laterais, tudo características presentes no SII que chegou às lojas portuguesas em Junho do ano passado e que o TeK experimentou, sobretudo nas funcionalidades mais "profissionais".

E o mesmo corpo metálico de acabamentos arredondados, com a tampa traseira de plástico que na altura nos pareceu demasiado frágil, mas da qual desta vez "abusámos" para poder colocar e retirar o cartão 4G (único) que tivemos de partilhar entre a Pen e o Tablet que a TMN emprestou. E resistiu!

Para além de um ecrã de entrada alusivo ao 4G, a TMN personalizou o Galaxy S II LTE com algumas aplicações do seu leque de ofertas, desde o tmn drive ao SAPOstore, passando pelo Meo Go, que também compõe o pacote de serviço que a operadora inclui no pacote tarifário de quarta geração móvel.

Tirando o ecrã de entrada, um utilizador menos atento poderia facilmente ignorar a melhor novidade deste smartphone, o suporte ao 4G, até porque o aviso de que estamos em zonas com 4G é bastante pequeno, localizado junto à indicação de cobertura de rede. É aqui que o utilizador mais atento - e com melhor vista - pode ver a qualidade do sinal e a disponibilidade da rede 3, HSPA ou 4G.

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Mas mesmo que não se veja, a passagem para uma zona de maior cobertura sente-se, sobretudo no download de aplicações, no streaming de vídeos e de música. E as medições do Speedtest.net comprovam essa melhoria nas velocidades de download e upload, embora se sinta alguma variação entre as velocidades medidas com passagem por diferentes servidores, ainda que realizadas praticamente à mesma hora e no mesmo local.

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Por muito que a cobertura seja ainda limitada, atingir um máximo de 89 megabits (quase à porta da PT em Picoas) é uma velocidade de download bastante simpática e dificilmente desdenhável, apesar de ser mais fácil vislumbrar uma utilidade imediata para essa largura de banda no computador do que no smartphone ou no tablet…

Uma última nota para a bateria. Apesar das melhorias adicionadas pela Samsung à bateria deste Galaxy S II LTE, a fabricante avisa que a duração previsível é mais curta, sobretudo em zonas 4G. O tempo de conversação ronda as 5 horas em 2G ou 3G, e em standby a Samsung estima que o telefone dure entre 250 e 180 horas, neste caso se estiver sempre em zonas de cobertura 4G.

Não medimos com cronómetro a duração da bateria, mas a verdade é que não desiludiu face a outros smartphones de ecrã XL e funcionalidades avançadas que já testámos. Na maior parte dos dias bastou recorrer à ligação à energia uma vez por dia, contando com uma autonomia de cerca de 9 horas, apesar da utilização mais ou menos intensiva de Internet, email e download de aplicações e visualização de vídeo. Mas nem sempre em zonas 4G…

Tablet à dimensão do LTE
Para completar o leque de equipamentos que suportam o 4G o Galaxy Tab 8,9 LTE apresenta-se como um concorrente à altura… de si próprio. O equipamento é o único tablet no mercado português com suporte à quarta geração móvel, até porque o novo iPad não está preparado para as frequências usadas na Europa, como já explicámos em vários artigos.

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Em tudo semelhante a outros tablets da mesma família dos Galaxy da Samsung, este modelo tem um ecrã de tamanho intermédio que se torna bastante prático na utilização, sem que se sinta qualquer sentimento de perda na visualização dos conteúdos face aos formatos de 10 polegadas - o que já não acontece por exemplo nos modelos de 7 polegadas, que "não são carne nem peixe" entre os smartphones de ecrã XL e os tablets…

O tablet tem ecrã WXGA capacitivo e dispensa botões físicos de comando, mantendo-os todos no ecrã. E o menu lateral esquerdo já habitual no Android torna-se bastante útil para a gestão das funcionalidades mais importantes e das configurações do dispositivo. E a tal indicação se está ou não numa zona 4G.

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O sistema operativo Android Honeycomb mostrou o seu potencial à medida do processador NVIDIA Tegra 2 Dual-core, a 1 GHz, e da memória RAM de 1 GB. Embora dificilmente imagine alguém que queira usar o tablet para fazer fotografia, sem ser a captura de imagens ocasionais de circunstância, a câmara traseira de 3,2 megapixels sabe a pouco, sobretudo quando comparada com a do smartphone, mas estas características são depois desiquilibradas pelo preço: o Tab ficou mais caro do que o Galaxy S II LTE na oferta das operadoras. Custa 569 euros, mas online pode ter uma redução de 10 euros.

De resto, como seria de esperar, a experiência com o 4G foi semelhante à do smartphone, com as mesmas vantagens na velocidade de download e de acesso a vídeos e as limitações que se notaram nas velocidades obtidas em zonas de cobertura limitada. E se pensarmos puramente no aproveitamento das funcionalidades do 4G se calhar até se torna mais útil.

Menos positiva foi a experiência com o Wi-Fi, que já tínhamos notado noutros tablets com Honeycomb. Sorte ou azar, é difícil manter uma ligação estável a uma rede Wi-Fi com este equipamento, o que se torna bastante incómodo e não é justificável…

Também a bateria deixa um pouco a desejar, obrigando ao recurso frequente à ligação à tomada elétrica ou a uma porta USB. Mas a experiência comprovou que o melhor mesmo para recarregar o Galaxy Tab é desligá-lo e deixar carregar completamente a bateria, ou corre o risco de apenas manter o equipamento em "animação suspensa", sem acrescentar na autonomia.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador

Nota da Redação: Foi feita uma correção à referência do processador do smartphone.