Nas últimas semanas "passeámos" o Satellite Click 2 Pro da Toshiba pelos mais diversos ambientes. Da redação a conferências, passando por seminários em salas escuras e sem tomadas por perto, controlos de aeroporto e viagens de avião com trabalho para pôr em dia.
Foi uma boa opção, se tivermos em conta a autonomia do dispositivo, o conforto do teclado ou a boa imagem do ecrã. Foi uma opção menos boa se tivermos em conta o peso: falamos da combinação tablet + teclado, que definitivamente não é um dos pontos fortes do modelo e a culpa é do alumínio. Mas vamos por partes.
Uma nota sempre positiva nos modelos Toshiba, pelo menos para quem escreve muito, é o cuidado da marca com o tamanho dos teclados. Está longe de ser uma novidade, esta caraterística que o Satellite Click Pro volta a integrar, mas merece ser destacada. É uma preocupação que se reflete generalidade dos modelos da marca e que se traduz numa boa "distância de segurança" entre teclas, confortável para quem navega muito pelas letras.
Outro aspeto importante em relação ao teclado do modelo é a iluminação das teclas, um auxílio de ouro se tiver de escrever em ambientes com pouca luz, como a sala escura de uma conferência durante uma apresentação. O brilho das teclas, que se ativa a cada toque, evita que passe o tempo a baixar e a levantar o ecrã para confirmar a posição de alguma letra ou símbolo que não encontre à primeira de forma intuitiva.
Integrado num corpo de alumínio escovado, o teclado preto é a base de encaixe de um ecrã que, a funcionar sozinho, se transforma numa tablet de 13,3 polegadas. conta com tecnologia TruBrite Full HD High Brightness com iluminação por LED e tecnologia IPS, atributos que não passam despercebidos na experiência de utilização do dispositivo.
São 1,920 x 1,080 pixéis que deixam confortável qualquer apreciador de conteúdos multimédia. O som tira partido do sistema harman/Kardon, que a Toshiba tem levado para vários modelos, no âmbito de uma parceria com a marca e acompanha bem como o HD da imagem. Os altifalantes estão posicionados na traseira do ecrã/tablet, em cima.
Na estrutura do tablet vai ainda encontrar uma entrada para cartões microSD, botões de volume e o botão que liga e desliga o equipamento, posicionados discretamente do lado esquerdo. Mais câmaras, a traseira é de 5 megapixéis. Juntam-se uma porta HDMI e uma entrada USB 2.0. No teclado vai encontrar mais duas entradas USB mas já são 3.0.
Outras características desta versão Pro que testámos são o processador Intel i5 de 4ª geração a 2,7 GHz com 3 MB de cache, memória de 4 GB, suportada numa placa gráfica Intel HD Graphics 4400 e com um disco SSD de 128 GB. A combinação parece-nos equilibrada para um modelo de gama média (com um preço recomendado de 999€) e revelou-se capaz de um desempenho bastante satisfatório para as tarefas que desempenhámos. Sem esperas injustificadas, dificuldades na transição entre programas ou na abertura de documentos. E tudo sem ruído e sem aquecer, dois aspetos que podem influenciar negativamente qualquer experiência de navegação.
Uma nota positiva também para a bateria. Nas contas da Toshiba o equipamento, que corre Windows 8.1, consegue estar ligado (com a doca acoplada) até 6h45, um número que, como se sabe, depende sempre do tipo de utilização. Na nossa experiência não fomos tão longe na capacidade de trabalhar longe de uma tomada, mas seguramente ultrapassámos as 5 horas sem precisar de uma, numa utilização que combinou escrita e navegação online.
Se quer dar nas vistas na alfândega do aeroporto este é o portátil certo
Sem críticas a apontar à experiência de utilização com o Satellite Click nos aspetos que já destacámos, é na avaliação global do modelo (tablet + teclado) que residem alguns aspetos menos favoráveis.
O peso da combinação é sem dúvida o calcanhar de Aquiles deste híbrido com conetividade Wi-Fi e Bluetooth. Portabilidade e Click 2 Pro parecem difíceis de conjugar, quando falamos num tablet que pesa 945 gramas, mas que engorda para 1,98 quilos quando lhe juntamos o teclado. Em comparação com o Surface (com 1,95 quilos com capa), por exemplo, o modelo da Toshiba pesa quase um quilo a mais.
É certo que as 13,3 polegadas de ecrã que garantem uma experiência num híbrido tão confortável com num PC comum têm consequências e uma delas é o peso, mas aqui a combinação de materiais parece ser o grande argumento para fazer do Click 2 Pro um modelo que desilude no peso.
O sistema de encaixa por clique, que dá nome ao modelo, também terá culpas no cartório. Se vale a pena? É uma pergunta que pode ter duas respostas. Embora nem sempre consiga encaixar e desencaixar o ecrã à primeira (tem de o colocar mesmo na vertical para conseguir o clique que o solta, ou encaixa ao teclado) genericamente podemos dizer que o sistema funciona bem e garante ao conjunto das peças o aspeto de um equipamento único.
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O aspeto menos bem conseguido está na estabilidade, para além do já referido impacto no peso. Se apoiar o equipamento num local adequado, como uma secretária, nem vai perceber do que estamos a falar. Se escrever ao colo ou numa mesa de avião, por exemplo, quando olhar para o ecrã vai pensar que está a passar por uma zona de turbulência. (Se for a pessoa mais barulhenta do escritório a teclar esta nota foi especialmente para si, percebeu bem!).
E por falar em viagens foi também aí que confirmámos de uma vez por todas aquilo que já tínhamos visto na redação, junto de amigos ou da família. O Click 2 Pro com a sua cobertura de alumínio dá nas vistas. Todos os olhos que se cruzaram no nosso caminho quiseram vê-lo com algum detalhe, mesmo aos rostos mais sérios, o Click Pro arrancou uma expressão.
Uns porque gostaram da escolha de materiais e do design ou porque a detestaram, outros (vários) porque pensaram que a parte de cima do PC era a parte de baixo, outros ainda porque quiseram ter a certeza que debaixo da capa invulgar estava mesmo um PC normal, o híbrido deu nas vistas.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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