O HP TouchSmart 300 não podia ter chegado em melhor altura: as crianças em férias e com muito tempo livre para gastar, e os pais de cabelos em pé e nem sempre com toda a imaginação disponível para os entreter…

Apesar de já estar há alguns meses nas lojas, os encontros com o TouchSmart 300 tinham sido sempre furtuitos e o tempo para experimentar tinha uma duração limitada que não permitia explorar mais do que as funcionalidades básicas. Só agora tive oportunidade de usar com calma o TouchSmart no ambiente para onde ele foi pensado e ganha poderes “extraordinários”: a casa.

Mesmo assim não arrisquei ao ponto de instalar o computador tudo em um da HP na cozinha. Até porque dispenso a televisão neste espaço e o portátil tem apenas uma participação esporádica em aventuras culinárias mais arriscadas, ou como acompanhante numa confecção mais demorada, coadjuvando o rádio e o leitor de CDs.

Depois de sair da caixa o TouchSmart 300 ocupou espaço na mesa do escritório, mesmo à mão de semear de todos os habitantes de casa, dos mais seniores aos mais juniores. E a curiosidade foi grande, apesar da profusão de computadores que normalmente passam por aquele espaço (notebooks, netbooks e desktops). Todos queriam experimentar e tocar no ecrã, e as primeiras demonstrações mostram que as habituais inibições iniciais são facilmente ultrapassadas.

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A apresentação elegante do computador, dominado pelo ecrã de 20 polegadas Full HD, em formato 16:9, faz com que os mais curiosos espreitem por trás do ecrã à procura da caixa do CPU. Mas está tudo guardado por detrás do ecrã, onde se esconde o processador AMD Athlon™ II X2 235e de 2,7 GHz, os 4 GB de memória RAM, a placa gráfica ATI Radeon® HD 3200, com tecnologia Avivo, que garantem a boa performance do computador. Há ainda espaço para o disco de 500 GBytes e o leitor/gravador de DVD, essencial numa máquina como esta.

Apesar da elegância, a experiência mostrou rapidamente que o suporte tipo moldura não é o mais adequado para este tipo de computador. Uma base giratória traria mais flexibilidade, evitando “arrastar” o computador para o colocar mais a jeito dos utilizadores, mas esta é uma mudança que a HP já estará a estudar para as próximas versões.

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Depois de escassas configurações iniciais e do arranque do Windows 7 começa a descoberta. Os toques são inicialmente cautelosos, e o rato e o teclado dão uma ajuda em algumas tarefas mais delicadas, mas rapidamente estes acessórios são relegados para segundo plano e dão lugar apenas aos dedos, sobretudo nos jogos.

O botão de ligar e desligar é de fácil acesso, assim como os botões de toque para a “homepage” e o acesso a aplicações mais comuns, como as fotos e os jogos. Ainda assim não seria mal pensado incluir botões de hardware (tocáveis no chassi do computador) para aceder a algumas destas funcionalidades, ao jeito do que os fabricantes de telemóveis já fizeram para aceder às câmaras fotográficas e ao browser, por exemplo.

Seja quem for que ponha a experimentar o TouchSmart são as aplicações de jogos, os vídeos e fotos que dominam. Mas a webcam torna as aplicações de instant messaging uma descoberta agradável, sobretudo para comunicar de "viva voz" com que está longe.

E a verdade é que a principal função deste computador está virada para o entretenimento doméstico. É garantido que não trará muita credibilidade a ninguém dizer que está a “trabalhar” no HP TouchSmart porque tudo parece uma brincadeira, mesmo a utilização para design de moda ou para estudos de grafitters, como a HP mostrou recentemente em Londres.

O ecrã e o software de toque são rápidos a responder e tornam o acesso às aplicações uma tarefa mais fácil, que se estende naturalmente aos jogos e à visualização e edição de fotografias, assim como de vídeos. As vantagens já são mais duvidosas quando se navega na Internet ou se editam documentos em folhas de cálculo ou editores de texto.

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A HP parece porém estar a aprender com os modelos dos sistemas operativos para telemóveis e tem já algumas aplicações disponíveis para download que vêm ainda enriquecer mais as potencialidades das ferramentas que já estão integradas no PC. Os jogos também dominam ainda esta área, mas isso acaba por ser inevitável, sobretudo numa primeira fase.

No site do TouchSmart estão disponíveis para download jogos mais infantis, como o Build-a-lot 2, o Bob the Builder: Can-Do-Zoo e o Slingo Deluxe, que exigem a utilização do Flash da Adobe mas que garantem boas horas de brincadeira.

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Este vídeo, produzido pela HP dá uma primeira ideia da usabilidade, mas nada como “meter as mãos na massa”, ou no ecrã, para tirar as suas próprias conclusões. Um conselho adicional: guarde o paninho de limpeza do ecrã à mão, porque no fim de cada sessão haverá muitas dedadas para limpar…

A análise global é bastante positiva: o entretenimento é garantido, e este é um computador que consegue por os membros mais seniores a interagir com o Instant Messaging usando a webcam, ver as fotografias de família e com os jogos. E os mais pequenos não demoram mais de 5 minutos a tomarem conta do ecrã.

Para quem procura um companheiro multimédia a solução integrada é excelente, mas o preço recomendado de 1.058 euros é ainda elevado para ter um brinquedo brilhante, mesmo que junte a sintonização de TV e o uso como Media Center.

Fátima Caçador