Ainda antes da Sony ter anunciado a venda da divisão de computadores e da marca Vaio à Japan Industrial Partners o Vaio Multi-Flip passou pela redação do TeK, mostrando a versatilidade do novo conceito de convertível da empresa, para o qual não há agora garantia de continuidade.

Depois de experimentar teclados deslizantes que transformam o portátil em tablet de forma rápida com o Vaio Duo e o teclado separado do Vaio Tap, a Sony acrescentou com os portáteis Multi-Flip uma nova modalidade, que o portátil display que a Asus tinha estreado no Taichi, embora sem duplo ecrã.

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O modelo, que já tínhamos experimentado aquando do lançamento em Portugal mas de forma ligeira, tira partido de uma base de teclado - que integra o CPU - e um ecrã que roda sobre uma plataforma de suporte dividida a meio, para se transformar em ecrã tradicional de um portátil, tablet puro ou ecrã de apresentação.

Disponível em Portugal desde dezembro em dois tamanhos, de 13,3 ou 15,5 polegadas, o modelo que testámos foi o mais generoso de ecrã, mas também o mais pesado, o que se torna menos apelativo para quem tiver de o usar em situações de mobilidade.

Com 2,29 Kg é grande e pesado para ser usado como tablet, pelo menos na forma "tradicional", mas a qualidade e tamanho do ecrã conquistam rapidamente os utilizadores e fazem até esquecer o desconforto do peso, pelo menos nas primeiras utilizações, sobretudo se quiser assentá-lo sobre o colo, porque é impossível segurá-lo com apenas uma mão...

O modo de "apresentação" - no qual o ecrã fica exposto na traseira do portátil mas numa posição vertical ou em ângulo de personalizado que vai até aos 0 graus - parece estranho ao início, mas depois revela-se bastante útil, sobretudo quando o objetivo é servir de display para vídeos, fotografias ou powerpoints. Entre as muitas utilizações úteis fica a de segundo ecrã lá de casa, ou de demonstração de portfólio comercial ou de um designer…

Toda esta versatilidade tem porém os seus defeitos… Nas primeiras utilizações toda a rotatividade permitida pelo ecrã parece excessiva, e a pergunta mais frequente é: "como e que se estabiliza isto????". Na mudança entre portátil tradicional e tablet (com o ecrã escondido) o segredo está no botão de bloqueio/desbloqueio, mas no modelo de apresentação é mais fácil que um simples encosto faça deslocar o ecrã, ficando sempre o receio de estragar alguma coisa…

Pelos testes que fizemos não há muito a temer. Não contámos as vezes que abrimos e fechámos o Vaio Multi-Flip, alterando o modo de apresentação. Mas foram muitas e nem sempre da forma mais delicada. E o equipamento aguentou estoicamente todas as provações infligidas.

A capa de alumínio escovado oferece a resistência desejada e o aspeto elegante que se espera da marca, apesar da base ser feita num plástico menos fiável…

Especificações que fazem a diferença

Por dentro o Sony VAIO Fit Multi-Flip tem um processador Intel Core i5-4200U de 1,60 GHz com Turbo Boost até 2,60 GHz e RAM de 8 GB, características iguais às do modelo de 13,3 polegadas, que se diferencia apenas pela utilização de armazenamento flash em vez de disco HDD e na ausência da gráfica NVIDIA GeForce GT 735M.

O ecrã Full HD (1920 x 1080) com tecnologia TRILUMINOS responde de forma rápida e eficiente ao toque, assumindo facilmente todos os gestos base do Windows 8 e garantindo a utilização sem recurso ao teclado e ao touchpad generoso sempre que necessário.

Brilhante e com uma resolução e cores equivalentes, o ecrã convida à utilização de recursos multimédia, embora os ângulos de visualização pudessem ser melhorados, sobretudo porque se pretende transformar o ecrã num display partilhado…

Para além das funcionalidades base, a Sony artilhou o Vaio com uma série de aplicações que ajudam a tirar partido das funcionalidades de toque e multimédia, como o ArtRage Studio, o Movie Studio, e o Sound Forge. Quem quiser apurar o desenho poderá usar uma caneta em vez dos dedos, mas esta é um acessório adicional que não vem no pacote do equipamento base…

Quem quer garantir todas as ligações possíveis dificilmente encontrará no mercado um portátil híbrido com tamanha conetividade: conte com duas portas SuperSpeed USB (USB 3.0) com conector de tipo A, uma delas com função de carregamento, entrada para cartões de memória SD e saída HDMI.

Dada a dimensão do ecrã é de esperar que a bateria não seja tão generosa como seria de desejar. Segundo as especificações a duração rondará as 6 horas para o modelo de 15,5 polegadas, enquanto na versão de 13,3 polegadas de ecrã poderá chegar às 8 horas, segundo as especificações da Sony. Durante a nossa experiência nunca chegámos à utilização integral das 6 horas, mas admitimos que "esticámos" as características multimédia ao máximo.

A última nota vai para o preço. O valor recomendado é de 1.200 euros, o que não se pode considerar barato, sobretudo se comparado com outras opções existentes nas lojas... Curiosamente o valor é o mesmo no modelo de 15,5 e de 13,3 polegadas, o que se justifica pela diferença do pacote de especificações técnicas dos dois modelos, pelo que a escolha deverá ser mesmo feita em função do destino desejado e da necessidade de maior ou menor mobilidade….


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador