Discos de vinil, leitores de cassetes, telefones analógicos com auscultador à parte, sintetizadores, enchumaços e permanentes preenchem o nosso imaginário quando falamos de “retro” – embora dificilmente os dois últimos exemplos pudessem fazer sentido neste artigo.

Diz-se do conceito (na Wikipédia) que é “um estilo cultural desatualizado ou velho, uma tendência, hábito, ou moda do passado pós-moderno global, mas que com o tempo se torna funcionalmente ou superficialmente a norma mais uma vez”.

O conceito aplica-se às várias vertentes do quotidiano, desde a moda, à decoração, passando, como não podia deixar de ser, pelas tecnologias.

É neste sentido que hoje apresentamos algumas propostas destinadas aos utilizadores de dispositivos móveis que têm saudades de “outros tempos”, mas que não prescindem das tecnologias mais atuais. Uma espécie de “se o smartphone não pode ir até ao passado, o passado vem até ao smartphone”.

Falamos das populares “apps”, que também podem ter o seu “lado retro”. E bastante acentuado. Os exemplos cobrem categorias diferentes e apesar de apontados com referência a uma plataforma móvel concreta, por vezes coexistem nas restantes.

Começamos pelos jogos, uma categoria que inclusive tem direito a uma “denominação retro” própria, o chamado retrogaming, para falar no Space Invaders. O popular título de arcada desenvolvido pela Taito e lançado no final dos anos 70 pode ser jogado a partir dos telefones Android em troca de 3,99 euros.

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Sem sair do Google Play, aproveitávamos também para descarregar (gratuitamente) o clássico Snake, que integrava os telefones Nokia. Para dar mais realismo à cena, o jogo apresenta-se em três modelos diferentes de telemóveis em que marcou presença: o Nokia 3310, o Nokia 3210 e o Nokia 5190.

A ronda de propostas pelos jogos termina com o título que em Portugal ficou conhecido como Tetris, e aqui o convite vai dirigido aos fãs do iOS. Na loja de aplicações da Apple o “encaixa tijolos” está disponível em mais do que uma versão, como a HD (que custa 2,39 euros) e a HD Lite , gratuita. Este brick game conta com vários modos de jogo, além do tradicional.

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Sugerimos-lhe agora que dê um “ar de antigamente” a algumas das funcionalidades que o seu smartphone ou tablet oferecem, como por exemplo aquela que lhe mostra as horas que são.

O Retro Clock Widget disponível na Google Play é gratuito faz isso em formato “folheável”, ao bom estilo dos flip clocks.


A calculadora é outra funcionalidade atual nos dispositivos móveis à qual pode ser dado um ar retro. Fica a proposta (grátis) apresentada a partir da loja de aplicações da Microsoft para os seus terminais Windows Phone.

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E da calculadora para o gravador. Com a Retro Cassete HD faz recuar tal funcionalidade no iPad pelos menos uma década, podendo gravar ou reproduzir ficheiros áudio, num fundo onde não podia faltar a velhinha cassete (tal como o nome indica) e o botão (grande) do REC.

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E que tal “discar números”, com direito ao som caraterístico, em vez de “marcar números” para fazer uma chamada de voz? É possível com aplicações como a Rotary Dialer para Windows Phone, com quatro ou seis temas diferentes, consoante seja grátis ou paga, e com dois tipos de efeitos sonoros.

O chat também pode ser retro, mas só porque se refere a um serviço que nasceu nos anos 90, porque as funcionalidades são do mais recente possível. Há cerca de quatro meses tinha sido lançado para iOS e para Android e, depois de reunir dois milhões de utilizadores, o ICQ conheceu há pouco tempo uma versão para Windows Phone.

Entre as possibilidades oferecidas está a partilha de fotos e a composição e leitura de mensagens em modo offline.

Dependerá do ano em que nasceu, mas é muito pouco provável que nunca tenha brincado com um “quadro mágico”, ou pelo menos visto um, uma vez que ainda é possível encontrá-los à venda.

De qualquer forma saiba que, desembolsando 2,39 euros pode transformar o seu iPad num Etch-A-Sketch , nome do modelo original do brinquedo inventado por um francês e lançado em 1960 pela empresa americana Ohio Art Company.

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Pode desenhar no quadro mágico usando os “manípulos” ou diretamente com os seus dedos. Para apagar e recomeçar, basta abanar o iPad, tal como sucede com o original.

E porque falar de aplicações retro sem mencionar o Instagram não seria correto, aqui fica como última sugestão desta lista. Recentemente adquirido pelo Facebook, o serviço que envelhece fotografias tinha conhecido há pouco tempo uma versão para Android (que somou um milhão de downloads em menos de 24 horas), quando de início esteve apenas disponível para os dispositivos da Apple.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé

Nota da Redação: Este artigo foi originalmente publicado a 13 de abril.