A última semana do ano é habitualmente marcada pelos balanços dos assuntos mais relevantes dos últimos 12 meses, e o TeK não quis fugir à tradição. Sem grandes anúncios tecnológicos que tenham transformado a forma como usamos os equipamentos, 2011 foi sobretudo um ano de “remodelações”, com a segunda versão do iPad a dominar as vendas de tablets, os portáteis a ficarem cada vez mais pequenos e leves e a evoluírem para ultrabooks e o sistema operativo móvel da Google a crescer nas vendas, ainda sem uma concorrência “séria” por parte da Microsoft.

Alguns destes temas já tinham feito parte da resenha dos Gadgets mais desejados, e dos temas mais “quentes” nas redes sociais, a partir das listas compiladas pelo Facebook e o Twitter. Porém uma passagem pelas principais notícias de 2011 permite fazer um retrato global mais fidedigno que pode dar pistas também para as tendências de 2012.

A lista não é exaustiva, nem está organizada por ordem de importância, até porque a história mostrará quais os momentos que vão ter mais potencial de transformação do futuro das tecnologias, mas não foram deixadas de fora as principais notícias portuguesas, algumas das quais vão também ter efeitos nos próximos anos.

”Casamento” entre a Microsoft e a Nokia

Os problemas da empresa finlandesa já se arrastavam há meses, com a falta de uma estratégia vencedora para enfrentar a Apple e o iPhone a pesar seriamente nas contas da Nokia. A parceria firmada em Fevereiro por Steve Ballmer e Stephen Elop, CEOs da Microsoft e da Nokia, parecia ser a solução certa para as duas empresas na área da mobilidade e foi defendida pelas administrações e muitos analistas.

Mas esta saída airosa tarda em mostrar resultados no terreno, até porque os primeiros terminais com Windows Phone demoraram a chegar às lojas - e ainda não estão disponíveis em Portugal – e não têm revelado força suficiente para deter a subida astronómica do Android.

Pelo meio foram atropelados dois sistemas operativos que ainda pareciam ter muito para dar: o Symbian, que a Nokia passou para as mãos da Accenture, e o MeeGo, que teve uma breve aparição com o Nokia N9, que nem chegou a ser vendido em todos os mercados.



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Por: Fátima Caçador

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Negócios “chorudos”

Entre os temas mais importantes do ano não faltaram também negócios de muitos milhões de dólares, com a compra da Motorola Mobility pela Google, avaliada em 12,5 mil milhões de dólares (cerca de 8,6 mil milhões de euros) a dominar o top, mas seguida pela aquisição da Autonomy pela HP, num investimento de 10 mil milhões de dólares (cerca de 7 mil milhões de euros).

Os dois negócios estão na lista das 10 aquisições mais relevantes da última década nas Tecnologias da Informação, como o TeK mostrou numa montra publicada em Agosto, e têm também um potencial transformador das duas empresas. No caso da Google pela importância na “guerra” de patentes que assola o mundo da mobilidade e na HP pela integração da tecnologia de análise de dados não estruturados.



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A mudança de liderança da HP, com Meg Whitman a assumir a liderança executiva da empresa depois da polémica saída de Leo Apotheker pode ser um sinal de que há mais histórias para contar nesta área.

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Quem quer os PCs da HP e o WebOS?

A HP e Leo Apotheker foram, aliás, protagonistas de uma das maiores surpresas do sector quando o ex-CEO anunciou em Agosto que estava a considerar alienar a divisão de computadores pessoais da empresa. Embora esta fosse apenas uma das três possibilidades que estavam a ser consideradas para o futuro desta área, o anúncio teve um grande impacto que acabou por ser decisivo para a saída de Apotheker da liderança da HP e a designação de Meg Whitman.

A nova CEO já “acalmou as hostes” garantindo que a divisão de PCs se vai manter na empresa e definindo uma nova estratégia de futuro para a HP.

O rumo foi também traçado para o sistema operativo WebOS, que fez parte do pacote de aquisição da Palm em 2010 e que chegou a ser definido como a aposta estratégica da empresa para os dispositivos móveis. Depois de ter anunciado que não iria fabricar mais tablets com WebOS, o que “matou” o TouchPad mas levou à sua venda em saldos que motivou uma corrida às lojas, a HP decidiu fazer do WebOS um sistema operativo de código aberto.



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Guerra de patentes ao rubro

É cada vez mais difícil seguir a guerra de patentes que tem dominado o “cenário” legal entre a Apple e as concorrentes do mundo móvel. Vários avanços e recuos, e processos em diferentes países, tornam quase impossível vislumbrar um final rápido para esta novela que envolve a Samsung, HTC, Microsoft, Motorola, RIM e a Google, com vitórias parciais em alguns tribunais, mais embargos de venda de produtos e muita especulação e dezenas de notícias.

Só nas últimas semanas a Apple conseguiu proibir vendas de produtos da HTC nos Estados Unidos, a Microsoft conseguiu vencer uma disputa que mantinha com a Motorola desde 2010 e a Samsung acrescentou mais 4 queixas ao rol contra a Apple, que por sua vez não tem também dado descanso à fabricante coreana e conseguiu mesmo obrigar a alterações no tablet Galaxy.

Resta aguardar pelas cenas dos próximos capítulos…

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BlackBerry em apuros

Este é também um ano para esquecer para a RIM. A fabricante dos BlackBerrys não conseguiu fazer o seu investimento em tablets compensar o suficiente para alcançar uma posição cimeira no mercado e enfrentou notícias muito negativas relacionadas com o seu serviço de Mensagens e com o crash da sua rede em Outubro.

Primeiro foi a forma como os jovens ingleses usaram o BlackBerry Messenger para trocar mensagens e organizar os distúrbios em Londres, que levaram as autoridades a considerar desligar os serviços de Internet numa tentativa para conter a disseminação dos apelos à sublevação juvenil. Mas o pior acabou por ser a falha na rede que deixou milhões de clientes sem acesso aos emails, mensagens e Internet.

A empresa explicou que tudo se deu a uma falha num switch central dentro da infraestrutura da RIM, mas o impacto refletiu-se no descontentamento dos clientes, para quem a marca sempre se apresentou como a mais fiável no acesso a emails e mensagens e que tiveram de ser compensados.

As ações da empresa baixaram 67% este ano e em Setembro a companhia apresentou os primeiros resultados negativos dos últimos 9 anos. E já se fala da possibilidade de venda…



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O mundo visto de um Tablet
Em muitos países o tempo dedicado ao computador e à Internet já tinha ultrapassado a televisão, relegada para segundo plano como media mais importante, mas agora os Tablets assumem-se como a nova plataforma de eleição para ver vídeos, conteúdos de notícias e jogos casuais. E também para comprar conteúdos.

O domínio da Apple continua a ser avassalador, com o iPad, apesar das múltiplas propostas em plataformas Android, que têm ganho espaço com propostas de qualidade e facilidade de utilização.

A alternativa Windows ainda não se concretizou e a promessa parece residir agora no Windows 8, o sistema operativo que se vai adaptar a todos os ecrãs com o seu interface Metro. Mas a IDC já vaticinou que o sucesso não será muito, pelo menos em 2012.

O próximo desafio parece surgir pelas mãos da Amazon, que depois do sucesso do leitor de eBooks Kindle tem agora o Kindle Fire, que o TeK ainda não testou mas que vários analistas apontam como um concorrente à altura da Apple. As últimas previsões eram para que as vendas fossem três vezes superiores às do iPad já este Natal.



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Notebooks (ainda) mais leves


Depois de uma fase em que a tendência passava por integrar mais funcionalidades multimédia nos portáteis, o MacBook Air mostrou que é possível ter dispositivos mais pequenos e leves sem perder (muito) em funcionalidade. Os Netbooks até conseguiram dominar as atenções como alternativas de segunda linha, mas os tablets acabaram por baralhar as previsões, e algumas marcas já abandonaram mesmo o fabrico destes portáteis de baixo custo, como a Samsung.

O conceito de Ultrabooks, no qual a Intel está a investir fortemente, surge agora como a próxima solução, com propostas já a chegar às lojas.

O peso da Intel por trás do conceito e a criação de um fundo de 300 milhões para o impulsionar podem ser os argumentos necessários para que esta tendência vingue.



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1 bilião de páginas vistas no Facebook
O serviço criado por Mark Zuckerberg tornou-se obrigatório nos leads das notícias de tecnologia, até porque é impossível ignorar o interesse dos mais de 700 milhões de utilizadores – mais de 3 milhões só em Portugal – muitos dos quais já fizeram da página do Facebook o ponto de partida da navegação web.

Os números são impressionantes e foram resumidos recentemente pelo TeK, mostrando que já falta pouco para dominar o mundo.



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As constantes novidades do serviço juntam-se à forma como as marcas já usam o Facebook para promover produtos e iniciativas (com mais ou com menos jeitinho…), aos jogos e aplicações e às questões relacionadas com a privacidade.

Na Europa o Facebook já foi avisado para mudar as regras relacionadas com a privacidade, mas nas últimas semanas o interesse tem sido canalizado para a nova Timeline que sugere a revisão de todo o perfil dos utilizadores.



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O domínio do Facebook já ameaça a Google em termos de ranking das páginas mais vistas, tendo ultrapassado em Julho um bilião de páginas vistas, mas a gigante da Internet ripostou com o lançamento de uma rede concorrente, o Google +, e agora até angariou os Marretas para fazerem promoção.

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Redes sociais na Primavera Árabe
As redes sociais assumiram este ano um papel mais “sério” quando se tornaram a principal plataforma de troca de ideias e forma de mobilização das rebeliões nos países árabes. Primeiro na Tunísia e no Egipto, mas alastrando a outros países, como Líbia, Argélia, Bahrein, Irão, Jordânia, Marrocos e Iémen, o Facebook e o Twitter tiveram um papel relevante para mostrar ao mundo o que os regimes totalitários escondiam das câmaras de televisão e dos jornalistas.

Mensagens no Twitter, vídeos gravados com o smartphone e depois publicados no Facebook, ou mesmo no YouTube serviram de veículo para os manifestantes expressarem a revolta contra os seus dirigentes políticos e, em alguns casos, para mostrarem as represálias sofridas.




A Time elegeu mesmo os manifestantes como Figura do Ano de 2011, pela forma como figuras anónimas se conseguiram opor a estes regimes, um movimento que teve início na Tunísia quando, em Dezembro de 2010, o vendedor ambulante Mohamed Bouazizi que se imolou na cidade de Sidi Bouzid, contagiando rapidamente outros países árabes, mas também sendo “exportado” para os Estados Unidos, com os protestos Occupy Wall Street, Londres, onde os estudantes se manifestaram, e em Madrid, com os Indignados.


À nossa dimensão a tendência também se revelou em Portugal nomeadamente com o Protesto a Geração à Rasca.


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Hacktivismo revela insegurança dos sistemas

Os movimentos de protesto tiveram também, este ano, uma outra face a nível da segurança informática, com o surgimento de grupos de hacktivistas que organizaram ataques sincronizados a sistemas de várias empresas e conseguiram roubar informação relevante.

A primeira vítima foi a PlayStation Network, que demorou várias semanas a recuperar, mas a lista tornou-se muito mais extensa e chegou também ao FBI e CIA.

Os nomes Anonymous e LulzSec tornaram-se protagonistas destas movimentações de hackers com propósito de protesto social e económico, ou simplesmente por diversão, como alegavam os LulzSec no seu manifesto.

Várias unidades locais foram criados em diferentes países, incluindo Portugal, onde o movimento AntiSecPT, grupo que agora reúne os membros do LulzSec Portugal e Anonymous Portugal, tem reclamado sucesso em vários ataques, desde sites de partidos políticos a câmaras municipais.




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Apagão da televisão analógica

A morte anunciada da televisão analógica e o início da Televisão Digital Terrestre em Portugal está calendarizada há muito, mas é no início de janeiro que finalmente a transição vai acontecer de forma definitiva.

Em 2011 várias zonas foram usadas como “teste” e fizeram a passagem para a televisão digital, com poucos problemas, como tem reportado a Anacom, apesar da Deco continuar a apontar falhas no processo, sobretudo na comunicação que é feita com os utilizadores dos quatro canais nacionais que não têm serviços de televisão paga.

O sinal analógico de televisão é desligado em todo o litoral no próximo dia 12 de janeiro, afetando um número potencial de um milhão de telespectadores. Na generalidade do território nacional (mais de 95%) o sinal analógico de TV é substituído pelo sinal digital sem sobressaltos - usando um televisor compatível ou juntando um descodificador à TV antiga. Algumas zonas do país, no entanto, não conseguirão receber o sinal digital de televisão pelo que, em alternativa, serão servidos por um serviço satélite.

No TeK pode encontrar uma lista de Perguntas Frequentes sobre a TDT, e uma Montra com os melhores descodificadores, que já estará algo desatualizada porque foi escrita em Maio.




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4G e a morte de mais um operador residencial

Nas telecomunicações em Portugal várias multas “pesadas” da Anacom e da Autoridade da Concorrência mostram que a atenção sobre as iniciativas do sector tem sido redobrada. Mas é no leilão de quarta geração móvel que centramos as atenções, até pelo potencial impacto que trará no próximo ano.

Depois de vários avanços e recuos, motivados por mudanças políticas, o concurso acabou por se realizar no final de Novembro, comparecendo à chamada apenas os operadores móveis portugueses, que investiram 372 milhões de euros para arrematar as frequências que desejavam.

A Vodafone foi a operadora que mais investiu, obtendo um total de 123 MHz nas faixas de frequência dos 800 MHz, 900 MHz, 1800 MHz e 2600 MHz, onde gastou 146 milhões de euros. A Optimus e a TMN gastaram 113 milhões de euros, cada uma.

O arranque dos serviços está previsto para os próximos meses, embora a Vodafone já tenha lançado publicidade a antecipar o 4G, que não passa ainda de um teaser.




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Uma nota menos positiva vai para o desaparecimento de mais um operador residencial. Em Novembro a operadora de Pereira Coutinho comunicou a decisão de se concentrar no mercado empresarial, mantendo a sua aposta na tecnologia que lhe permitia oferecer serviços de triple play.

Os clientes estariam a ser aconselhados a mudar para a Zon, o que já motivou uma advertência da Autoridade da Concorrência.

Continue a ler: Steve Jobs abandona a cena

Steve Jobs abandona a cena

Deixámos para o fim uma das notícias mais tristes deste ano: a morte de Steve Jobs. O fundador e líder da Apple lutava há vários anos contra um cancro no pâncreas, que acabou por vencê-lo.

Já em Agosto tinha abandonado a presidência executiva da empresa que fundou em 1976, mas a sua morte gerou movimentos espontâneos de homenagem um pouco por todo o mundo, como o TeK documentou.

O TeK também fez a sua homenagem ao homem que fez da Apple uma das empresas mais valiosas do mundo, através das invenções que Steve Jobs mostrou ao Mundo, e convidamo-lo a recordar algumas.

Como dissemos no início, esta é uma lista não exaustiva e poderiamos ter juntado muito mais temas, mas convidamos os leitores a contribuirem com a sua visão na caixa de comentários, adicionando as notícias que consideram mais relevantes.

Prometemos que no próximo ano cá estaremos a dar conta dos temas de 2012 e desejamos a todos a continuação de Boas Festas.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador