As campanhas que mostraram as diferentes propostas para a Presidência da República portuguesa encerram. O período de reflexão marca a recta final antes que se conheçam resultados.




Antes de tomar a decisão que ajudará a eleger o próximo Presidente da República passe pelos sites dos candidatos e veja como foi usado o ciberespaço para dar a conhecer as ideias por trás dos homens. Passamos em revista a presença online dos principais candidatos.



Como perceberá nesta pequena viagem, a intensidade das apostas não é igual para todos os candidatos a Belém, mas é inegável que o peso dos meios online tem aumentado.




Dando continuidade à estratégia posta em práticas nas eleições anteriores e durante o mandato que agora termina, Cavaco Silva aposta forte na Internet e nas suas ferramentas para passar mensagem.



A página de Internet do candidato é apelativa, actualizada e muito visivelmente ligada a outros canais online, como o Facebook ou o Twitter, mas não só. As ligações a estas duas plataformas são as que recolhem maior destaque, mas no canto superior direito da página de entrada no site oficial desfila a lista de botões que, num ápice, podem levar quem passa pelo site a outras apostas online da campanha, como o canal no Sapo Vídeos, no Flickr, no YouTube, Vimeo, Foursquare, SoundCloud ou Wikipedia.



De volta à página principal da candidatura é claro o cuidado de combinar elementos de imagem, texto informativo e elementos de interacção, que se misturam com informação de rodapé a passar em continuo com informação noticiosa, por exemplo. Os vídeos assumem lugar de destaque na página, fornecendo testemunhos frequentemente actualizados das acções de campanha do candidato.



Destaque ainda para a possibilidade de subscrever a candidatura, apoiar nas redes sociais, fazer um donativo ou enviar uma mensagem que pode posteriormente ser consultada em área própria do site. Estas mensagens enviadas pelos apoiantes também vão desfilando na página principal do site, ajudando a garantir o dinamismo da página.

[caption]Cavaco Silva[/caption]

Se o sucesso das campanhas presidenciais se medisse pelo número de canais onde cada cliente assegura presença, Manuel Alegre estaria claramente em desvantagem. Basta contar o número de botões que são exibidos na sua página. O Twitter e o Facebook estão lá, com apresentação mais discreta mas estão, e com eles está também um atalho para o canal do candidato socialista no YouTube, no Flickr ou para o feed RSS que permite a quem o subscrever receber listas de notícias, sobre a actividade de campanha do candidato.



Na página principal do site oficial da campanha de Alegre o destaque principal vai para as notícias da campanha, mas também está bem visível a possibilidade de interagir com o candidato, ou com a máquina da campanha pelo menos, enviando uma mensagem, ou conhecendo mais em pormenor a comissão de honra que acompanha Manuel Alegre nesta viagem.


No uso que faz das redes sociais Manuel Alegre tem contudo uma abordagem diferente daquela que escolheu o principal concorrente Cavaco Silve e aproveita o perfil no Facebook para dar um tom mais pessoal à presença online, juntando às fotos de campanha com que inunda a plataforma - como fazem os outros candidatos - algumas imagem mais pessoais, com a esposa, os netos ou os filhos. O álbum chama-se momentos.

[caption]Manuel Alegre[/caption]

O vídeo e a fotografia são elementos importantes na apresentação online da campanha de Francisco Lopes, mas as redes sociais e a interacção com outras plataformas online é completamente inexplorada por quem desenhou o site.



Contudo, não se pense que o candidato deixa passar ao lado estes canais de comunicação. É assegurada por Francisco Lopes uma presença no Facebook, embora claramente menos participada que a dos dois candidatos anteriores. A dinâmica de actualização permanente dos conteúdos também existe neste caso. A participação de terceiros na actividade da página é que é claramente inferior.



As notícias, discursos e outra informação publicadas na página do candidato podem no entanto ser facilmente partilháveis nos principais canais online, como também facilitam os restantes candidatos.

[caption]Francisco Lopes[/caption]

O independente Fernando Nobre, por seu lado, aposta forte nas ferramentas da Web para chegar aos cidadãos que não seguem orientações partidárias nas eleições às presidenciais. No site oficial o candidato exibe conteúdos que permitem acompanhar o ritmo das acções de campanha nas ruas, conhecer os madatários ou ver mensagens de apoio.



Mas, a área mais distinta do site, face à concorrência, é mesmo a sua faceta de balcão de interacção com eventuais apoiantes do candidato, dispersos pelo país. Por esta via mobilizam-se esforços, não apenas para a recolha de donativos, mas para garantir acções de campanha dispersas pelo país. Como organizar um núcleo de apoio ou uma reunião são indicações que pode obter online quem passa pelo site e se regista. Ali também pode ter acesso ao kit voluntário ou convidar amigos para apoiar a campanha.



Nas redes sociais as principais apostas vão para o Facebook, o Twitter, o YouTube. De sublinhar, aliás, que Fernando Nobre é o candidato com maior número de admiradores no Facebook, quase 40 mil, contra pouco mais de 28,6 mil de Cavaco Silva, o segundo mais apreciado na rede social.

[caption]Fernando Nobre[/caption]

A aposta de Defensor Moura nos canais online é mais tímida. O site oficial do candidato tem pouca informação e a apresentação também não é a mais cuidada, nomeadamente ao nível da formatação. A actualização da informação também fica muito aquém daquela que é possível contar nas páginas de Internet dos candidatos anteriores. Os canais online complementares não deixam no entanto de ser uma aposta do candidato, que marca presença no YouTube, Facebook e Twitter.

[caption]Defensor Moura[/caption]

Terminamos esta ronda pelas presenças online dos candidatos à Presidência da República com uma visita ao site de José Manuel Coelho, o candidato da Madeira.



A página principal da sua presença online apresenta a candidatura, oferece notícias de campanha (que quem visita o site pode receber na forma de feed) e pouco mais. Na página mostram-se ainda as ligações para outras presenças online, no Wordpress, Facebook, Twitter e Blogger.



A página no serviço Wordpress será talvez o melhor endereço a seguir, para quem quer sentir o pulso à campanha. Nos diversos canais, os vídeos das acções de campanha - não editados - são uma das mais fortes apostas do candidato.


Cristina A. Ferreira

Nota de redacção: Artigo originalmente publicado na segunda-feira, 17 de Janeiro. Reposto dia 21 de Janeiro, para acompanhar o período de reflexão pré-eleitoral.