Não é de hoje que as figuras públicas emprestam o rosto, a voz, e às vezes as mãos às marcas para comunicar produtos, estratégias ou marcar o posicionamento numa determinada gama. Serão certamente precisas muitas horas para consumir todos os exemplos que se podem encontrar hoje na net deste casamento entre marcas e actores, cantores e outras figuras públicas. O mundo da tecnologia não é excepção e tem usado esta receita por diversas vezes, com melhores ou piores resultados.

Jerry Sienfeld entrou durante anos na casa de muitos milhões de apreciadores do humor que resulta da vida no dia-a-dia. O modelo da série de TV esgotou-se e desde então não houve outra boa ideia que o conseguisse fazer regressar com o mesmo impacto ao pequeno ecrã. Até há um ecrã pequeno onde ele marcou presença por mais do que uma vez nos últimos tempos, mas é o do PC e com níveis de sucesso bem mais tímidos. HP e Microsoft foram quem pagou para que o nome do humorista fosse associado à sua marca, em anúncios vídeo que circularam pela Web.

Uma conversa entre Bill Gates e Jerry numa loja de sapatos marcou o início de uma série de sketchs vídeo pelos quais a Microsoft desembolsou 10 milhões de dólares. Uma aposta de peso que acabou por não ficar para a história, pelo menos como ideia de sucesso. O toque de humor que Sienfeld daria à campanha também não deixou saudades.

Algum tempo antes, o humorista já tinha emprestado as mãos à HP na campanha The Computer is Personal Again, que alistou várias outras mãos famosas. Jay Z, o escritor Paulo Coelho ou Serena Williams são alguns exemplos. A receita dos famosos já foi aliás usada pela HP em diversas situações para promover produtos e tecnologia, mas sem dúvida que o esforço comercial mais forte foi quando a fabricante quis dizer que o computador voltava a ser pessoal. Veja três exemplos.

Mas não é de agora a tendência que as marcas, tecnológicas incluídas, revelam para associar a si rostos bem conhecidos do público. Não acredita? Então regresse connosco ao início da década de 80 para ver Kevin Costner, um miúdo, a dar o rosto pela Apple. O humor é uma nota dominante nesta nossa montra de hoje que neste vídeo pode ter as suas nuances, mas não deixa de estar presente graças aos muitos anos que nos separam da altura em que o anúncio foi gravado.

Mais recentemente a empresa tem um roll de outros exemplos em que o apelo aos seus produtos passa por figuras públicas. A comunicação do iTunes é um exemplo disso. Dos muitos comerciais que é possível encontrar deixamos um dos mais bem dispostos. Mr Bean em acção.

Também marcado pelo humor é a campanha que levou Ozzy Osborne a passear um telemóvel da Samsung no seu dia-a-dia. Veja por si como a tecnologia também pode fazer o papel de tradutor, quando a mensagem original tem um grande ruído.

Há depois quem opte pelos famosos do mundo da animação para comunicar a sua marca e a sua tecnologia. E que melhor exemplo podia a Intel escolher se o quisesse fazer que o grande Homer Simpson. Porquê? Deve haver poucos exemplos tão bons relativamente à importância de um novo processador na vida de homem, neste caso de um desenho animado. Para além disso…mete piada. Intel Inside foi a campanha em que este americano com características muito particulares participou.

Fechamos com algo que não é exactamente um anúncio publicitário no mais puro sentido do termo, mas que é sem dúvida um golpe de marketing (arriscado, diríamos) e feito com a chamada prata da casa. Goste-se ou não, há que admitir que causa impacto! Steve Ballmer no seu melhor antes de iniciar uma keynote num evento em que participou em 2006.




Cristina A. Ferreira



Nota de Redacção: Esta montra foi originalmente publicada a 15 de Junho de 2009