As questões de privacidade estão entre os principais argumentos de quem defende uma navegação anónima na Internet, embora não sejam os únicos. Mas independentemente dos argumentos usados, é um desejo que se tem feito ouvir e às opções de navegação privada (ou quase) dos browsers, têm-se juntado outras ferramentas. Hoje reunimos algumas que nasceram desta promessa e que a cumprem, com maior ou menor rigor...
Começamos pelo mundo das apps, onde são várias as propostas com a mesma promessa de anonimato para navegar ou comunicar online. Uma das mais populares e também uma das mais polémicas é a Secret.
A promessa aqui é de um espaço para partilhar e saber segredos em total anonimato, ao estilo rede social. É possível interagir diretamente com outros utilizadores da rede, mantendo uma conversa, ou fazer publicações. Tudo sem revelar nada sobre a própria identidade.
A aplicação está disponível para Android e iOS, é gratuita e desde que foi lançada acumulou milhões de downloads. Tem gerado alguma polémica, por ser usada para fazer cyberbulling e no Brasil chegou a ser alvo de uma ordem judicial que obrigou as plataformas móveis a retirarem a app das respetivas lojas.
O seu ficheiro pode autodestruir-se em 3,2,1
Ainda na área das aplicações, deixamos nota também para o DStrux, uma app para iOS que permite controlar a forma com os conteúdos que partilha são vistos e durante quanto tempo podem ser vistos por outros.
O utilizador pode definir prazos para a destruição de qualquer tipo de conteúdo que pretenda partilhar, asseguram os promotores da app. A DStrux permite identificar quem visualiza o conteúdo partilhado e definir restrições, que impeçam o destinatário de gravar ou de fazer capturas de ecrã do ficheiro ou conteúdo em questão.
Fica ainda a garantia de que qualquer ficheiro enviado através do serviço está encriptado e é mesmo apagado, quando o utilizador define que assim seja, assegurando que ninguém deixa rasto online quando não quer.
Navegue por onde quiser e apague todas as pistas
Passamos a uma opção mais abrangente, também talhada para o universo Android, o browser Dolphin Zero. A empresa assegura que todos os dados registados durante a navegação, desde palavras-passe a histórico de navegação, são apagados sempre que sai da aplicação.
Para dar um tom mais realista à promessa, a empresa criou um efeito que é exibido sempre que o utilizador encerra a sessão. Nessa altura é mostrada uma máquina de triturar papel, que mostra o momento em que todos os dados de navegação são apagados para sempre.
A Dolphin tem também um browser tradicional, com o mesmo nome, que segue a lógica dos restantes serviços do mesmo género, com a recolha de informação que isso pressupõe. Garante que nesta versão Zero, a lógica é outra.
Proteção a toda a prova nas comunicações móveis
Mas se as questões da privacidade são para si, mais do que uma preocupação um requisito para se movimentar nas comunicações móveis, vale ainda a pena referir a suite de produtos da Silent Circule, parceira na criação do BlackPhone, o telefone da privacidade desenvolvido pela espanhola Geeksphone.
A empresa tem disponíveis três aplicações que prometem comunicações codificadas e completamente seguras na voz, no vídeo e nas mensagens de texto, opções que já estão disponíveis também no mercado português.
Há também uma aplicação para proteger os contactos que o utilizador guarda no smartphone. Todas as aplicações são gratuitas, mas para as usar é necessário subscrever um serviço com custos associados. Pode encontrá-las nas lojas de aplicações da Google e da Apple.
Mais alternativas...
As alternativas não se esgotam por aqui. Vai encontrar outras opções como o popular Projeto Tor, a que aqui não demos maior relevância porque em julho foi alvo de um ataque que tornou menos credíveis as promessas do serviço: afirmar-se como alternativa para o anonimato na navegação web e suporte a uma rede de sites secretos, inacessíveis a partir da "Internet normal".
Julho também foi um mês negro para o sistema operativo alegadamente usado por Edward Snowden, quando uma empresa de segurança anunciou ter descoberto uma falha na plataforma que podia permitir a recolha de dados sobre utilizadores e utilização do OS. Se no entanto quiser experimentar falamos do Tails, outra promessa séria de privacidade num mundo em que sabemos muito pouco sobre a forma como os nossos dados digitais são usados.
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Para além destas, contamos ainda com as suas sugestões, se usar apps ou serviços deste género. Use a caixa de comentários para partilhar!
Nota de redação: O artigo foi originalmente publicado no dia 8 de outubro.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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