Primeiro: descartem as associações com o filme Nove Semanas e meia. O título não tem nada a ver com o filme, até porque ainda faltam dois dias e várias semanas...
Depois de tudo o que já se disse e escreveu sobre o iPhone e a sua versão 3G, antes e depois de chegar ao mercado, é dificil encontrar um ângulo novo sem ser a experiência pessoal de utilização, que abrange as mesmas dificuldade e deslumbramentos dos fãs que já partilham a sua vida há uma semana e meia com o telemóvel, mas não os custos (*).
Tal como outros utilizadores portugueses - poucas centenas - que receberam o terminal logo após as zero horas de 11 de Julho, as primeiras horas foram passadas a confirmar "in loco" o acesso às funcionalidades garantidas pelo iPhone 3G. E claro, a procurar também falhas.
Ainda pensámos em tentar desbloquear o terminal, como o fizeram já duas equipas, ou desmontá-lo peça por peça, como neste artigo, ou, quem sabe, colocá-lo na máquina misturadora.
Nota da redacção: não experimente esta proeza em casa... a misturadora pode não sobreviver...
Mas uma simples pesquisa deu para perceber que tudo isto já tinha sido feito e decidimos poupar o telefone, até porque ainda são quase 600 euros que não convém desperdiçar...
Ninguém ficou indiferente ao iPhone na redacção do TeK e não houve quem não se oferecesse para substituir os actuais telemóveis, mesmo que temporariamente, pelo modelo da Apple. O meu Nokia e61 ficou guardado na gaveta e o iPhone passou a acompanhar-me para todo o lado.
Usar o iPhone é naturalmente um prazer, até mesmo por quem já teve oportunidade de experimentar todos os concorrentes neste mercado e o antecessor do modelo 3G. Uma semana depois o iPhone continua a gerar olhares de interesse e de inveja em todos os locais onde o uso, desde restaurantes, cafés e bares a reuniões com executivos e não há quem não queira "tocar" também no telefone. Mas com cuidado, porque todos os dedos deixam marcas visíveis na superfície vidrada, por isso é recomendável trazer sempre consigo um paninho, para limpar as impressões digitais.
A navegação nos menus e as fotografias são das primeiras descobertas de quem pega no telefone pela primeira vez e a experiência é sempre a mesma: aumentar a foto com o zoom e fazer rodar o telemóvel em 360 graus, com as imagens a acompanhar o movimento. Até a principal "queixa" de fraca resolução da câmara fotográfica é esquecida com esta "brincadeira" e ofuscada pela qualidade do ecrã. Há que acrescentar porém que a minha costela de "defensora da privacidade" ficou incomodada com a hipótese de partilhar a localização das imagens capturadas...
Os mais techies querem experimentar o browser, a ligação Wi-Fi e até o acesso à App Store, mas ai é preciso criar uma conta e exigem-se limitações. O iPhone liga-se de forma fácil a qualquer rede Wi-Fi nas proximidades, substituindo o acesso 3G para ligação do browser e aplicações como os mapas, informação de bolsa e meteorologia.
Como não invisto em acções não fiquei muito impressionada com a funcionalidade de acesso às cotações de bolsa, mas gostei de ter um ícone a dizer-me permanentemente a temperatura máxima prevista para o próprio dia e os dias seguintes. Sempre dá para planear as deslocações à praia.
Os mapas são outra das aplicações a que mais recorri nestes dias, com a localização a funcionar de maneira impecável, mesmo dentro de edifícios, e a ser partilhada e apresentanda no mapa, imagem de satélite ou modelo híbrido.
Já as indicações de itenerários desiludem bastante. Uma pesquisa por Belém não dá qualquer resultado, por exemplo, e se procurar Amoreiras pode ir parar à Guarda...
Por outro lado, diverti-me à grande nas filas de trânsito a ver as ruas e parques "de cima" e até encontrei algumas zonas novas nas praias da costa da serra de Sintra com a ajuda do mapa.
Nas mãos das crianças o símbolo do YouTube e do iTunes foram reis. As músicas e vídeos preferidos foram exibidos vezes sem conta, sem contar com o tráfego gerado, claro. A sorte é que sem a configuração da conta no site do iTunes não houve possibilidade de comprar faixas de música ou lá se ia o plafond definido para este mês...
Já na utilização profissional o calendário, a calculadora e as notas não trazem grandes surpresas, sendo funcionais, ponto. Também o browser Safari é um bom substituto do que usava no telemóvel antigo mas com um grande defeito: a falta de suporte flash. Uma contrariedade que me impediu de ver alguns sites habituais e de comprar bilhetes para o cinema.
A possibilidade de suportar sincronização push com o Exchange garantiu também "ahs" apreciadores, mas confesso que não experimentei a funcionalidade....talvez na próxima semana.
O veredicto final? Acho que o meu telefone "velho" pode continuar na gaveta...
(*) O iPhone 3G foi gentilmente cedido pela Vodafone que carregou o cartão com nada menos do que 150 euros....
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