O mundo da tecnologia animou-se esta semana com o lançamento do tão esperado Tablet da Apple. Nem é preciso dizer que a empresa Steve Jobs é exímia na capacidade de chamar a atenção e deixar o mundo em suspenso antes dos seus lançamentos, que muitas vezes na história já mostraram merecer tanta expectativa. Outras nem tanto.

No que se refere ao muito aguardado Tablet as opiniões divergem, mas há já na imprensa internacional, que testou o produto, um considerável número de artigos pouco simpáticos com o resultado dos últimos anos de trabalho da Apple.

A inovação que sempre se espera dos produtos da Apple, muito à conta de toda a envolvência em torno de cada lançamento da empresa e de vários sucessos comerciais que fazem a história da companhia, é sempre grande mas neste caso não é linear a apreciação de quem a avalia.

Uma das notícias que veio a público e que questionam essa inovação é a existência no mercado chinês de um equipamento semelhante, que está à venda desde Agosto naquele país e que já no ano passado tinha sido mostrado na feira de electrónica de consumo Internationale Funkausstellung, como sublinham os responsáveis pelo P88, para afastar qualquer suspeita de tentativa de cópia.

Um blog local diz que o produto marca a entrada das empresas chinesas numa nova era: a da cópia antes mesmo do lançamento de um produto, mas os responsáveis da Shenzhen Great Loong Brother Industrial, a fabricante, asseguram que não e dizem que a Apple é que está no papel de "copiona".

[caption]Ipad - o clone[/caption]

Para além disso, há várias diferenças, umas mais visíveis que outras. Ao nível do tamanho do ecrã, o equipamento chinês é ligeiramente maior, e é também mais avantajado na memória e na rapidez do processador. Na autonomia da bateria pontos a favor da Apple: 1:30 horas Vs 10 horas, como relata a Agência France Press que falou com os responsáveis e também divulga algumas imagens do produto.

Mas há mais produtos, ou promessas de produtos com lançamento agendado para este ano, que mostram uma aposta renovada num conceito que já existia e que tem evoluído à luz dos desenvolvimentos nos mercados em seu torno, como o mercado de telemóveis e de portáteis.

Se bem que aqui - nas apresentações que este ano brindaram a CES - há uma mistura entre antecipar a Apple e seguir a Apple. Antecipar no que se refere à mostra propriamente dito dos resultados do trabalho de design e combinação tecnológica que resultam num produto e seguir, porque uma das grandes tendências desta segunda geração de Tablets é o ecrã táctil, que a Apple levou para o mercado móvel. Não de forma pioneira, mas "embrulhado" num conceito que faz sentido e conseguiu sucesso incontestável.

O Consumer Electronic Show foi a primeira grande montra do ano para as inovações que aí vêm a este nível, tirando também partido das inovações do Windows 7.

[caption]CES 2010[/caption]

Mas há ainda mais vida neste novo universo dos Tablet PCs. A tendência já começou a chegar ao universo dos PCs de baixo custo, para a educação e promete ganhar fôlego. Primeiro foi a Intel a mostrar um novo design de referência para o Classmate, na base do Magalhães português, em Janeiro do ano passado. O equipamento não é um Tablet puro, mas mais um portátil que pode assumir também aquela forma, ainda com recurso à caneta.

[caption]Classmate[/caption]

Uns meses mais tarde foi conhecido o protótipo da Fundação One Laptop per Child, mais alinhado com as últimas tendências do mercado. No caso desta nova geração do OLPC, desenvolvido a pensar nas crianças de países em vias de desenvolvimento, o resultado deve chegar ao mercado em 2012 e custar entre 50 a 70 euros.

[caption]OLPC[/caption]

Recuando no tempo reveja o lançamento em Setembro do ano passado pela HP do DreamScreen, uma espécie de híbrido que funde vários conceitos e que já dava um "cheirinho" do caminho que este mercado iria seguir .

[caption]HP Dream Screen[/caption]

A HP é aliás uma das empresas com mais história para contar nesta área dos Tablet PCs e numa retrospectiva ao longínquo ano de 2004 é possível perceber que na Europa - como no mundo - os tablets eram por aquela altura um produto de nicho, onde a empresa liderava.

Recuando mais um ano cruzamos mais um lançamento entre dezenas que foram feitos ao longo dos últimos anos, mostrando que o conceito de Tablet há muito que ronda o mercado à espera de um espaço para se afirmar.

Há até alguns títulos que fazem história, como o que dava nota aqui no TeK, por essa altura, do lançamento de um Tablet com Linux por menos de mil dólares, o Helium 2100.

[caption]Nome da imagem[/caption]

O preço, que transportado para os dias hoje é caro para um equipamento deste tipo, naquele contexto temporal não era, como pode mostrar a anúncio da Toshiba, uns dias antes, relativamente ao Portégé M200 que chegava a Portugal no fim desse ano com um preço de 2.499 euros.

[caption]M200[/caption]

Muitos outros exemplos poderíamos dar de produtos que, mais ou menos, marcaram o mercado e que podem dar pistas sobre como tem evoluído a oferta nesta área. É caso para dizer que longe vão os tempos em que Bill Gates apresentava o conceito.

Não serão muitos a ter dúvidas, mas para quem as tem fica ainda uma informação divulgada há alguns dias pela Deloitte, como conclusão de um estudo para apurar tendências para 2010. Este ano será o ano dos Tablets!
Deixamos no ar a pergunta. Será porque está feita a revolução que faltava para o tablet "ganhar asas" ou porque ao longo dos anos muitas pequenas revoluções nos trouxeram a 2010?