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Um grupo de jornalistas e activistas de esquerda oriundos de várias organizações não-lucrativas decidiu criar no auge dos protestos de Seattle em Novembro de 1999 uma publicação online designada de Independent Media Center, de forma a mostrar uma perspectiva diferente sobre os acontecimentos, para além daquela - unanimista - dos media convencionais e monopolísticos.
Durante esse período, este centro emitiu informação actualizada permanente em forma de registos escritos, áudio, fotográficos e vídeos. Baseado nos conteúdos recolhidos, produziu uma série de cinco documentários transmitidos diariamente via satélite e distribuídos em todos os Estados Unidos através de estações públicas de televisão.
O site emprega um sistema de edição aberto à contribuição de todos, tendo registado até agora mais de dois milhões de hits e referido na CNN, BBC Online, Wired e ABC. O Indymedia foi também nomeado em Maio para um prémio Webby na categoria de the people's voice. Durante estes quase dois anos de duração, o site criou uma rede descentralizada e autónoma, semelhante à das comunidades open-source e peer-to-peer, constituída por dezenas de sites nacionais e locais, incluindo um em Portugal, o azine.org.
Os participantes desta rede actuam como uma força de resistência ao poder capitalista das empresas transnacionais e do seu crescente domínio perante a Internet, tornando-a cada vez mais uma rede privada, de acesso pago e exclusivo e em que só sobrevivem os maiores. O seu objectivo é tornar possível o impossível, melhorar o mundo através da criação de um meio colectivo democrático em que se possa globalizar e localizar a democracia, mediante a denúncia de todas as pequenas e grandes violações dos direitos civis e dos atentados à humanidade.
É provável, no entanto, que a sua voz não seja ouvida pelas empresas e pelos governos. Isto resulta de um problema que afecta algumas das organizações ditas "alternativas", pois ao colocarem-se tão à margem da sociedade, usando até meios violentos para se fazerem ouvir, estão a ilegitimar-se perante os olhos dos cidadãos comuns.
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