Tem um automóvel a gasóleo que se insere no segmento dos citadinos/utilitários e está constantemente a gabar-se da baixa média de consumo que consegue registar nas “voltinhas” dentro da cidade, certo? No entanto, se por acaso está dentro do grupo dos condutores que possui garagem com instalação elétrica, saiba que ter um carro 100% elétrico poderia ser sinónimo de grandes poupanças ao final do mês e, mais importante ainda, sem emitir um único grama de CO2 para o meio ambiente. É este o mundo dos veículos alimentados exclusivamente a eletricidade.

Com autonomias ainda bastante abaixo do que é capaz de alcançar um automóvel movido a combustíveis líquidos, um elétrico continua a ser dirigido maioritariamente aos condutores que se deslocam diariamente dentro de cidades, ou àqueles que efetuam uma viagem diária “tipo pêndulo” de casa para o trabalho (e vice-versa) numa distância inferior a 100 km, por exemplo.

Isto porque ao final de cerca de 180 a 220 km, em média, é possível que o seu automóvel elétrico fique sem energia e necessite de recarga para voltar a mover-se. É por isso importante que analise bastante bem a utilização que dá ao automóvel para verificar se a aquisição de um veículo elétrico a 100% é vantajosa face ao normal, já que estes automóveis tendem a ser um pouco mais caros que os modelos convencionais.

O que analisar antes de comprar

Como já referimos, o primeiro passo consista na análise do tipo de deslocações diárias e utilização a que se destina o automóvel. Depois, é importante ter uma garagem ou um ponto através do qual se possa efetuar a recarga da bateria do veículo durante a noite, já que os recarregamentos rápidos são apenas para situações pontuais, de preferência. Se faz regularmente viagens mais longas, por exemplo, uma automóvel com autonomia de 200 km pode não ser a opção certa, a menos que possa repartir essas distâncias por vários dias…

A fase seguinte passa por fazer as contas e perceber se compensa adquirir um carro elétrico em detrimento de um movido a combustível líquido. Dê especial atenção ao facto de alguns modelos terem valores em separado no que diz respeito ao aluguer das baterias, algo que pode encarecer o produto de forma global.

Por fim, as parcerias. Queremos com isso dizer que existem vantagens, incentivos e programas especialmente dedicados a quem está disposto a comprar um veículo 100% elétrico, que não emite quaisquer emissões nocivas ao meio ambiente. Do ponto de vista do consumo elétrico associado aos recarregamentos, vale a pena espreitar o programa Mobilidade Elétrica da EDP, que existe em paralelo com algumas marcas automóveis. No site em causa encontra um simulador bastante útil.

Igualmente vital é conhecer de antemão a MOBI.E – Rede Nacional de Mobilidade Elétrica. Sim, este é o programa que lhe permite utilizar os postos públicos de recarga de baterias que existem nas ruas de algumas cidades (apesar de estarem quase sempre ocupados por automóveis “normais”…) mediante inscrição gratuita e posterior obtenção do cartão MOBI.E.

São mais de 50 os municípios aderentes, com uma rede composta por 1.300 pontos de recarregamento normal e 50 rápidos. Use o site em causa para consultar o mapa e ficar a conhecer todas as vantagens e informações, entre elas os benefícios fiscais disponíveis para quem compra um carro elétrico.

Isenção de impostos?

Por falar nisso, o Orçamento de Estado de 2016 delibera que os donos de automóveis 100% elétricos estão isentos de pagamento de Imposto Sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC). Pode também deduzir o total do IVA das despesas relacionadas diretamente com viaturas elétricas. Contudo, em 2017 desaparece a isenção de ISV acima indicada…

Também há incentivos fiscais para o abate de veículos em fim de vida aquando da compra de um carro elétrico. Esse incentivo é de momento 2.250 euros, sendo que para o ano que vem passa a ser apenas de 1.125 euros.

Sá falta agora escolher qual o carro elétrico que vai comprar…

Não estão aqui todos os que de momento estão nos stands portugueses à espera dos condutores mais bem-intencionados ao nível ambiental, mas esta é uma seleção com alguns dos modelos menos dispendiosos, sendo que, ainda assim, vários deles sejam equivalente ou superiores aos concorrentes a gasóleo ou gasolina no que toca a preço.