De uma forma muito resumida, digamos que os discos rígidos SSD baseiam-se no mesmo tipo de memória que compõe as pens USB, por exemplo, e que é a memória flash. Assim, não implicam a utilização de componentes mecânicos, como acontece com os discos rígidos convencionais, os HDD, e acabam por ser substancialmente mais leves e rápidos.
A Kingston, uma conhecida marca de memórias RAM e flash, refere mesmo que os discos SSD são até 15 vezes mais rápidos que um disco mecânico normal, o que faz com que sejam a opção mais indicada no momento para alojar o sistema operativo num computador, bem como os programas que são mais utilizados no computador.
É por isso que muitos PC desktop de hoje incluem um disco SSD como drive principal – a C: – e depois uma unidade de discos HDD, com mais capacidade, para armazenamento de ficheiros. E é também por isso que os portáteis mais finos e leves do mercado incluem apenas unidades SSD – sacrificam espaço em prol de mais velocidade e menos dimensão e peso.
Resumindo, trocar o seu discos rígido normal do portátil por uma unidade SSD é uma “jogada” muito inteligente e a forma mais eficaz de tornar a máquina mais rápida a vários níveis. Em circunstâncias normais, proceder a este upgrade é algo que pode fazer sem a ajuda de profissionais especializados, desde que tenha em atenção uma série de aspetos e precauções. Nós ajudamos.
O portátil permite o upgrade?
Este é o primeiro ponto a verificar antes de pensar sequer em dar início ao processo. Vai ter de atentar na parte de baixo do chassis do seu portátil, em busca de eventuais tampas removíveis que sirvam de acesso ao disco rígido. Há modelos que contam com uma tampa do género para possibilitar o acesso ao disco rígido, há outros que apresentam dois espaços acessíveis deste género (o segundo dá acesso aos módulos de memória RAM) e há ainda outros portáteis que não incluem de todo estas tampas, fazendo questão de ter um corpo completamente selado e “estanque”, por assim dizer.
Se o seu portátil se inclui neste último grupo, o upgrade de HDD para SSD será bastante mais complicado de efetuar, sendo mesmo necessário abrir o computador e desmontar outros componentes. Neste caso, não aconselhamos que proceda à alteração, é preferível que peça a profissionais da especialidade que o façam por si. Atenção: abrir o chassis de um portátil desta forma pode causar a quebra do contrato de garantia…
Se o seu portátil tem um compartimento do género para dar acesso ao disco, está lá uma unidade de 2,5’’ HDD, certamente. E em breve estará o novo SSD! Contudo, antes de avançar, convém verificar tudo e mais alguma coisa, consultando o site da marca, o manual de instruções ou a loja onde adquiriu o computador.
A ideia é verificar se o disco é SATA, algo que deverá ser uma realidade (a menos que o portátil seja muito antigo…), e também qual a espessura do disco em causa – 7 ou 9,5 mm –, sendo que os mais finos cabem onde os maiores estavam e ao contrário não…
Uma questão de espaço…
Esta parte é fácil: deve adquirir um novo disco SSD que tenha mais espaço que o HDD original, ou pelo menos que seja equivalente ou então suficiente para alojar a quantidade de ficheiros e conteúdos que tem de momento a ocupar essa drive.
Fazemos algumas sugestões na galeria acima, mas deve comprar um modelo em função das suas necessidades e consoante as especificações técnicas que referimos atrás. Seja como for, antes do processo poder fazer duas coisas: passar o sistema em revista desinstalando todos os programas de que já não precisa e removendo todos os ficheiros e conteúdos que já não quer; e utilizar um disco externo ligado por USB para alojar temporária ou permanentemente ficheiros importantes.
Lembre-se também que vai precisar de uma chave de parafusos para abrir o compartimento do disco e também que o disco antigo pode ficar a funcionar como disco externo, desde que compra também uma caixa externa para discos de 2,5’’ com interface USB. Este é um acessório bastante barato, os modelos mais simples custam menos de 10 euros…
Duas formas de fazer o mesmo
Pode depois proceder à substituição do disco de duas formas distintas, digamos assim. A primeira é praticamente um reset ao computador e ao sistema operativo, pois implica reinstalar tudo de novo.
Neste caso, tem de ter à mão as licenças do Windows 10 e dos restantes programas e jogos que tem instalados, e estar preparado para configurar e reinstalar tudo de novo no novo disco SSD. E é assim importante que passe para um disco externo tudo o que é importante no computador, para que depois possa “devolver” tudo isso ao seu sistema.
Se tiver a unidade de disco original dividida em duas partições, por exemplo, e se conta utilizar esta unidade de futuro como disco externo com a ajuda da referida caixa externa de 2,5’’, pode até guardar o que quiser na partição secundária.
Por outro lado, o outro modo de fazer o upgrade passa por clonar o disco que tem de momento e depois restaurar esse clone no novo disco SSD. Avisamos desde já, no entanto, que este processo envolve a utilização de um software especial para o efeito, apesar de existirem já algumas opções gratuitas capazes de lidar bem com a transferências. O EaseUS Todo Backup Free 10.0 e o Macrium Reflect Free Edition são dois bons exemplos disso e prometem estar à altura do desafio.
Neste processo, um pouco mais complexo, é possível garantir que não temos de reinstalar o Windows e os programas que temos na drive C. Já vimos que é necessário que o portátil dê acesso ao disco, que já se tenha comprado um novo SSD compatível e que o backup dos ficheiros mais importantes esteja feito.
Chega agora o momento de fazer um backup total do sistema, basicamente uma clonagem do disco rígido do computador. Para tal vamos utilizar o Histórico de Ficheiros do Windows 10, funcionalidade que deve ter ativa no seu sistema.
Tem apenas de ir ao Painel de Controlo e, em Sistema e segurança, selecionar a opção ‘Guardar cópias de segurança com o Histórico de ficheiros’. Depois, no canto inferior esquerdo, clique em ‘Cópia de segurança da imagem do sistema’. Isto faz a clonagem da drive/partição principal do sistema.
Inicializar o novo SSD
Já temos o clone do disco feito e os backups salvaguardados, ou seja, os conteúdos do disco original estão devidamente prontos. Temos agora e inicializar o disco SSD novo recorrendo à caixa externa de 2,5’’ que deverá de futuro transformar o disco antigo numa unidade externa ligada por USB.
A ideia é colocar o disco nessa caixa externa, ligá-la desde já ao computador – ainda com o disco rígido antigo instalado, com a cópia de segurança já feita e com o programa de clonagem já instalado – e preparar o disco SSD para a substituição.
Escreva ‘Gestão de Computadores’ no campo de pesquisa geral do Windows 10 e aceda a esta secção do sistema operativo. Clique na ferramenta Gestão de Discos, localize a nova drive SSD, clique-lhe com o botão direito do rato e selecione ‘Inicializar’.
Agora resta apenas usar o programa de clonagem de discos/partições, selecionados como origem o disco original e como destino o novo SSD. Se a cópia não acontecer diretamente, pode sempre recorrer à cópia que efetuou em ambiente Histórico de Ficheiro. O que vai acontecer é que o seu novo SSD irá receber o clone do seu disco original de forma linear.
Depois disso basta remover o disco antigo, com o portátil desligado, obviamente, e colocar o novo SSD no mesmo lugar. Ao ligar a máquina, tanto a BIOS do computador como o Windows conseguirão reconhecer a nova unidade com tudo a funcionar como estava… Findo o processo, tem apenas de verificar se está tudo no sítio certo e, nesse caso, começar a usar o disco antigo como disco externo.
Por fim, deixamos o aviso habitual neste tipo de artigos: se não se sente à vontade para levar a cabo este upgrade de disco rígido no seu portátil, por favor não arrisque. É preferível recorrer a um amigo mais entendido no assunto ou até mesmo contratar os serviços profissionais das lojas da especialidade e centros de assistência técnica.
Por outro lado, se sente que é capaz de executar o processo com sucesso, certifique-se de que tem à mão tudo o que é necessário e avance fase a fase cautelosamente.
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