O cibercrime custa anualmente, ao mundo, cerca de 388 mil milhões de dólares, valendo mais do que o mercado da marijuana, cocaína e heroína juntos, segundo dados recentes da Symantec.

Os números podem perceber-se com recurso a outros valores, como os da BitDefender, que indica que o malware terá crescido 62 vezes nos últimos 10 anos, passando das 700 mil variantes identificadas em 2001, para os 65 milhões existentes atualmente.

O crime informático será, por todo o interesse económico gerado, um flagelo longe de ser resolvido, até porque os métodos usados pelos cibercriminosos estão cada vez mais apurados.

Tal pode perceber-se pelas ameaças que chegam quase todos os dias (senão mesmo várias vezes ao dia) à nossa caixa de correio, desde o correio inoportuno, vulgo spam, às mensagens com links para os habituais "brindes" do phishing, esquemas que tentam roubar dados confidenciais do utilizador, nomeadamente ligados a entidades bancárias.

No que se refere ao spam, diz a BitDefender que o malware mais relevante em termos de prevalência é aquele que se relaciona com ofertas de medicamentos e produtos farmacêuticos (representativo de 49% dao spam), e os internautas possivelmente comprovam. Na área do phishing, os principais alvos são hoje as instituições financeiras, bem como os jogos online.

Nos esquemas online cujo principal objetivo é extorquir dinheiro, a técnica passa cada vez mais por recorrer a temas e assuntos da atualidade, por vezes de forma localizada (na língua do país do internauta em causa), de modo a que o engodo pareça real.

Em altura de crise económica, como a que vivemos, as "promoções" parecem ter ocupado o lugar cimeiro nas ultimas tendências fraudulentas. Em finais de Agosto, por exemplo, a BitDefender dava conta da circulação de uma falsa oferta de um menu gratuito no McDonalds, usada num ataque de phishing.

O convite para a refeição gratuita estava escrito em português, com mensagens como "convidamos todos os dias a comer de graça", "vamos alimentar de graça" ou "comida saborosa e gratuita para todos os visitantes", que aparentavam ter origem nos servidores da mcdonalds.com.

A mesma marca de fast food serve como isco num engodo identificado, muito recentemente, pela Kaspersky. A empresa de segurança diz ter detetado o envio massivo de uma mensagem de correio eletrónico que, à primeira vista, parece ter sido enviada pela McDonald´s.

A mensagem informa o destinatário de que foi selecionado para participar num inquérito e que, se responder a todas as perguntas, receberá uma remuneração de 60 euros.

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O objetivo é levar o utilizador a seguir o link disponibilizado, que primeiro apresenta uma página com um formulário de um inquérito de satisfação ao cliente, e depois mostra um outro formulário, onde se informa o utilizador que a única coisa que têm que fazer é digitar o número do seu cartão de crédito, data de validade e o código CVV para poder receber os tais 60 euros.

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É evidente que, em vez de receber o dinheiro na sua conta, o mais provável é que tal valor os cibercriminosos consigam, com esses dados, esvaziar-lhe a conta bancária.

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O mau momento da economia internacional (e nacional) voltou novamente a servir como isco numa vaga de spam este mês que mencionava ofertas de trabalho "fajutas", tentando obter por parte das vítimas todo o tipo de dados privados.

Também, e dentro da mesma temática económica, encontraram-se correios de spam que se enviam em nome de supostas organizações de beneficência, mas que na realidade só procuram ficar com o dinheiro dos utilizadores mais incautos que, acreditando na mensagem, acabam por doar algum dinheiro a essas organizações.

Outra vaga importante no início de Setembro está relacionada com as apostas online. Nestes casos, trata-se de convites para participar em casinos ou "casas" de jogo com o intuito de poder ganhar grandes quantidades de dinheiro. Contudo, o mais provável é que o utilizador perca tudo o que aposte, já que costumam tratar-se de empresas fraudulentas que nem sequer existem.

A par destes temas, os cantores e os políticos do momento permanecem como iscos recorrentes, aos quais é necessário estar atento. Além desses, os grandes eventos desportivos, como os jogos olímpicos ou o Mundial de Futebol, serão sempre boas oportunidades para os atacantes testarem a "ingenuidade" dos internautas.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico