É na Internet que vamos à procura de informação da actualidade. Pesquisar sobre aquela viagem. Mandar uma email. Meter a conversa em dia ou, simplesmente, trabalhar. E porque não fazer também da Internet uma confidente? O local para deixar aqueles segredos inconfessáveis que não cabem nem mais um minuto na sua cabeça, sem que os partilhe com alguém?


Aqueles segredos que não pode contar ao colega de trabalho, nem ao melhor amigo, nem à cara-metade, enfim, não vale a pena procurar confidentes. Ninguém iria ver com bons olhos que o gato de estimação do filho do vizinho tivesse deixado de aparecer mesmo depois daquela festa que lhe deu à janela do segundo andar.



E é nestes casos. Quando não há ninguém para partilhar um segredo, ou uma experiência, que a Internet pode ser boa confidente. Há muitas formas de encontrar este "ombro amigo" online, mas algumas plataformas são mesmo especializadas no assunto.

[caption]PostSecret[/caption]

Começamos pelo Post Secret, talvez o mais famoso no género. A ideia é de Frank Warren que quis fomentar o desenvolvimento de uma forma diferente de arte. A ordem é para desabafar. Sobre um postal de criação - ou personalização - caseira.

[caption]PostSecret[/caption]

O autor conta online, na comunidade que entretanto se desenvolveu em torno do projecto, que a ideia nasceu no final de 2003 durante uma viagem a Paris. Nessa viagem comprou alguns postais e à noite sonhou com eles, alterados em relação à forma original. Tentou recriar o viu no sonho. Mais tarde passou a ideia para um blog e foi fazendo outras do mesmo género. Atraiu atenção no ciberespaço e hoje o blog já permitiu publicar quatro livros de segredos. Quem quiser pode contribuir para o blog e para o novo livro, partilhando os seus segredos mais profundos, ou não.

Coincidência, ou talvez não, o Secretzen é outra alternativa à espera de confidenciais, com algumas semelhanças na comparação com o Post Secrets. Aqui, no entanto, a ideia é deixar segredos sobre fotografias.

[caption]Secretzen"[/caption]

Como diz no website a ideia é que o espaço seja de partilha de segredos sérios, divertidos, atrevidos ou inocentes. O que interessa é partilhar.

A tentar tirar partido da interacção social os responsáveis da plataforma também disponibilizam um conector que permite a um utilizador chamar os amigos para esta experiência Secretzen.

Ok, registamos e passamos a sugestão, mas com todos os amigos a usar o serviço não se tornaria um bocadinho difícil manter os segredos a salvo dos curiosos do dia-a-dia? Quem quiser experimentar...está por sua conta e risco.

Mais orientado para quem está a pensar num desabafo mais sério ou mais profundo fica a nota do Share Secrets. Entre as várias sugestões que aqui deixamos esta é sem dúvida a de tom mais sério e onde os segredos são mais…segredos, partindo do principio que são testemunhos verídicos que quem passa pelas experiências descritas.

Quem quiser participar deve escolher uma categoria de segredo e deixar cair os obstáculos à partilha. Em cima da mesa fica só o PC e a ligação à Internet, a caminho de uma alma "mais lavada".

[caption]ShareSecrets[/caption]

Num tom ligeiramente diferente e mais abrangente deixamos ainda nota do Experience Project. O projecto surgiu em 2007 quando um amigo quis ajudar outro a encontrar quem pudesse partilhar com ele experiências idênticas, após um diagnóstico médico pouco animador. Três anos depois estão partilhadas online mais de 4 milhões de experiências.



O site entretanto cresceu e dividiu-se em áreas. Também existe uma exclusivamente dedicada às confissões, mas quem visita o Experience Project tem muito mais por onde partilhar. Também podem ser sonhos, desafios, ou simplesmente procurar respostas a perguntas para as quais não se tem uma.

[caption]Experience Project[/caption]

Fechamos em português com o Tenho um Segredo. A plataforma parece estar operacional, mas os conteúdos carecem de actualização. Os últimos segredos são de 2008. Ainda assim, o conceito é o mesmo do usado pelas referências internacionais que aqui trouxemos. Contar online o que não se partilha offline, de forma anónima e com registo obrigatório.

Cristina A. Ferreira