(Actualizada) É difícil ficar indiferente à tragédia que ontem se abateu sobre o Haiti, um país que é já um dos mais pobres do mundo e onde a grande maioria da população enfrenta diariamente problemas de falta de alimentos, segurança e conforto, que são agora agravados pelo sismo que ontem se registou.

As imagens de morte e destruição inundam os sites informativos na Internet, as televisões e os jornais, e respondem também à procura de informação de cidadãos preocupados e com vontade de ajudar, seja pela simples manifestação e palavras de solidariedade ou, de forma mais prática, com o envio de doações de bens e dinheiro.

As redes sociais foram as primeiras a receber a empatia de milhões de utilizadores que logo na madrugada do dia 13 começaram a publicar mensagens de apoio, dando também conta do que se passava no país e replicando as primeiras imagens que chegavam à net.

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Foi também através do Facebook e do Twitter que surgiram os primeiros movimentos de recolha de fundos, mais ou menos estruturados, procurando canalizar ajuda financeira para o país ainda antes de se conhecerem as estimativas da verdadeira dimensão da tragédia.

O grupo Haiti needs us. And we need Haiti, criado no Facebook, contava já ontem de manhã com mais de 2.200 membros, mas hoje já ultrapassa os 22.6000. As mensagens colocadas no Wall, as imagens e o apelo a doações para a Cruz Vermelha são os principais contributos de quem quer ajudar também à localização de familiares e amigos desaparecidos.

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A estrela do hip-hop Wyclef Jean, um haitiano-americano, lançou um apelo a doações no Twitter. As doações vão reverter para a sua associação "Yéle Haiti", que tinha sido criada em 2005 para apoiar projectos educativos, artísticos ou desportivos no Haiti.

No site da organização são pedidas doações que podem ser enviadas através de mensagens de texto nos telemóveis que têm um custo de 5 dólares.

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Também a Cruz Vemelha nos Estados Unidos optou pelas mensagens de texto como uma forma de recolha rápida de fundos. Em menos de 24 horas a organização recolheu mais de 1 milhão de dólares, o que foi possível através da criação de um movimento viral que também usou o Twitter para passar palavra.

No site da Cruz Vermelha portuguesa há igualmente apelos ao apoio, que pode ser feito em termos financeiros nas caixas multibanco ou por netbanking, optando por “pagamento de serviços” e marcando entidade 20999 e referência 999 999 999, adicionando depois o montante a doar. Várias contas bancárias estão também disponíveis para transferência, sendo também possivel enviar Cheques e Vales Postais para a morada da instituição.

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Nos sites .pt já se encontram muitas outras ligações para quem quer ajudar. É o caso do site da Unicef, onde se pede ajuda para as crianças do Haiti. A ligação para as doações está activa, sendo possível através de Multibanco e cartão de crédito, mas a organização já canalizou os primeiros esforços para o apoio à população local.

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A Associação Médica Internacional (AMI) é uma das organizaçãoes que já está em campo e no site dá as principais coordenadas para receber contribuições em dinheiro: a conta bancária com o NIB 0007 001 500 400 000 00672, ou o pagamento de serviços no multibanco com Entidade 20909 Referência 909 909 909.

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Da lista faz ainda parte a Oikos, que tem recorrido a emails para atrair mais internautas à causa. O número da conta na Caixa Geral de Depósitos (NIB: 0035 0355 00029529630 85) é a informação necessária para entregar a doação a esta associação não governamental para o desenvolvimento que já está a dirigir os seus esforços para o local.

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A Google também se juntou ao movimento de solidariedade e já prometeu uma doação de 1 milhão de euros, tendo também actualizado o seu site de apoio em situações de desastre, o Google Support Disaster Relief com links para doações, sites de informação e informação rápida sobre contactos de Hospitais na capital do Haiti.

Outras organizações de solidariedade internacionais como os Médicos sem Fronteiras são também destinos seguros para quem quer doar, mas não aceita doações online de Portugal.

Com esta onda de solidariedade há que não esquecer a prudência exigida. É mais seguro fazer as doações em instituições de solidariedade social reconhecidas do que em "movimentos espontâneos" que podem não fazer uma gestão eficaz do dinheiro recebido.

A multiplicação de iniciativas levou já o próprio FBI a alertar os utilizadores norte-americanos para o possível aparecimento de sites fraudulentos, à semelhança do que já se registou noutras situações de catástrofes naturais.

Se tiver conhecimento de outras formas de apoio ao Haiti, não hesite em deixar a informação na caixa de comentários, porque todas as sugestões são bem vindas.

Fátima Caçador

Nota da Redacção: O artigo foi actualizado com informação sobre a Oikos.