Estávamos a um ano de entrar na década de 80, marcada por muita música Pop e o incontornável rock, quando a Sony revolucionou a forma de ouvir música introduzindo uma verdadeira alternativa para quem não dispensava levar um som para todo o lado.

Nascia o Walkman, nas palavras de um jornalista do The Wall Street Journal - quando um ano depois chegava ao Estados Unidos o primeiro modelo - "um dos mais fortes símbolos de status" da altura. A opinião generalizou-se e só nos dois primeiros meses a fabricante asiática conseguiu vender 30 mil unidades do equipamento.

Logo no início dos anos 80 a Sony lançou um dos modelos mais populares da década, o WM-2 que venderia 1,5 milhões de unidades. A principal inovação do modelo era o design. Nos anos seguintes muitos outros marcos assinalaram a evolução dos primeiros leitores de música digitais, que permitiam levar para todo o lado Endless Love the Diana Ross e Lionel Richie ou Lady de Kenny Rogers, nos primeiros lugares da tabela Billboard em 1981, como recorda a C|Net.

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Entre as inovações mais relevantes dos anos seguintes, importantes para manter vivo o interesse pela marca e permitir à Sony um quase ofuscar de todo o resto do mercado, estão a introdução de rádio AM e FM na porta das cassetes do equipamento, a introdução de equalizador, mega bass, auto-reverse, já para não falar das conquistas ao nível do design e da rapidez das operações.

Claro está, que enquanto duraram as cassetes durou o som característico de qualquer operação para puxar conteúdos para a frente ou fazê-los voltar atrás, bem como as dimensões do Walkman. Algo que hoje comparamos facilmente a um tijolo com a evolução que este tipo de dispositivo conheceu, sobretudo nos últimos dez anos.

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A música digital começou lentamente a obter resposta do mercado, em termos de dispositivos portáteis de leitura de conteúdos e o monopólio da Sony foi-se desvanecendo. A empresa demorou a reagir às muitas e muito rápidas mudanças nesta área e começou a ser ultrapassada.

Em 2001 a Apple voltava a revolucionar o mercado com a introdução do iPod e desde essa altura não voltou a dar muito espaço para que outros brilhassem, embora as opções quem quer comprar um MP3 sejam hoje muitas e a concorrência entre empresas bem mais aguerridas. Os números confirmam-no. Enquanto a Sony vendeu 385 milhões de Walkmans em 30 anos a Apple só precisou de 8 anos para vender 210 milhões.

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A oferta da Sony hoje passa por um misto de produtos dedicados e integrados nos telemóveis Sony Ericsson. Na primeira área a mais recente novidade é a renovação da Serie X. Os novos equipamentos da gama têm até 32 GB de capacidade, lêem e guarda músicas em formato MP3 e vídeos num ecrã OLED de 3 polegadas. Oferecem ligação directa ao YouTube e conectividade WiFI. O tamanho e o aspecto são muito diferentes daqueles que a fabricante propunha há uns anos atrás, mas o que é realmente contrastante é o número de funcionalidades disponíveis.

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Mas para quem está mais preocupado com o tamanho, então a série W é o ex-libris. Mais simples e acessível mas mais portátil que qualquer outra da marca.

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Daqui por 30 anos teremos certamente muito mais recordar. Talvez a música já esteja mesmo dentro de nós nessa altura e não sejam precisos sequer dispositivos para a ouvir. Enfim, previsões futuristas podemos fazer muitas, mas se está mais numa de recordar o passado pode ainda passar pela Walkman Central onde há muitos pormenores da história do Walkman e de outros produtos da Sony, nomeadamente as opções mais portáteis da era pré-walkman.

Pode ainda espreitar estes dois vídeos de primeira metade da década de 80. Ambos fortemente apoiados na possibilidade de mobilidade que o equipamento introduzia.

Legendas:
Foto - 1
É o Walkman original da Sony, comercializado em 1979

Foto - 2
O WM-2 foi lançado em 1981 e acabaria por se afirmar como um dos modelos mais vendidos da marca na década. O design era um dos aspectos apreciados, face ao modelo anterior.

Foto - 3
Lançado em 1987 o WM-36 introduziu bandas que mostram a progressão do som.