Do catálogo de smartphones vendidos pelas operadoras portuguesas e equipados com o sistema operativo Android, 56% dos equipamentos está a ser comercializado de origem com uma versão do software com 20 ou mais meses de idade.

Dos 77 smartphones vendidos pela Optimus, TMN e Vodafone, 43 deles têm a versão Android 4.0, 2.3 ou 2.2 do Android. A versão 2.3/Gingerbread representa sozinha 18 equipamentos - quer isto dizer que 23% dos smartphones vendidos pelas operadoras portuguesas estão equipados com uma versão do Android que tem 31 meses de vida, mais de dois anos de existência.

A versão menos popular é o Froyo 2.2, que tem apenas três equipamentos nos catálogos principais das lojas online das operadoras, mas acaba por ter o mesmo número de dispositivos que tem a versão mais recente, o Android 4.2. Apenas o Galaxy S4 é vendido na Optimus, TMN e Vodafone com a mais recente versão do sistema operativo da Google.

Apesar de a versão Jelly Bean 4.1 ser a mais popular, ao marcar presença em 31 modelos dos 77 comercializados, o valor não chega para apagar a ideia de que a maior parte dos smartphones está a ser vendido em fim de ciclo.

Dizer que a maioria dos telemóveis estão desatualizados seria no entanto errado, já que o conceito de desatualizado obriga a que um smartphone esteja a ser vendido com uma versão do Android inferior à que pode atingir. Em muitos dos casos a versão que vem de origem é também a última versão oficial que os smartphones vão ter por parte das operadoras e fabricantes, mas há casos onde os telemóveis são vendidos com versões do Android que podem ser atualizadas em casa de forma oficial.

E nem sempre o argumento do preço é suficiente para explicar a versão do sistema operativo. No caso do LG Maximo 3D da Optimus, que é vendido a 279,90 euros e ainda vem equipado com Android 2.2, há uma clara desvantagem para o Optimus Nivo Wesc que custa 149,90 euros e tem Android 4.1.

Nos resultados acima apresentados não foram contabilizados os telemóveis vendidos nas secções de Outlets e Stock Off onde por norma são comercializados modelos antigos a preços reduzidos e que estão equipados com as versões mais antigas do Android.

Um ano de Jelly Bean

Estes valores aparecem no dia em que a versão Android Jelly Bean 4.1 faz um ano desde que ficou oficialmente disponível. A questão da fragmentação do Android tem sido tema de grandes discussões, incluindo aqui no TeK, mas aos poucos a percentagem de utilizadores das versões mais recentes do Android tem aumentado.

Pela primeira vez os Android Jelly Bean - que comporta as versões 4.1 e 4.2 - superaram a taxa de utilização do Gingerbread, que com mais de dois anos de mercado, ainda é um dos software mais usado.

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Os valores da tabela acabam por refletir um pouco aquilo que se passa nas lojas online das operadoras portuguesas. O Gingerbread e o Jelly Bean 4.1 são as versões mais populares, e o Froyo e Jelly Bean 4.2 as menos utilizadas.

Os leitores são agora convidados a discutirem na caixa de comentários a opinião que têm sobre a estratégia de comercialização do Android por parte de operadoras e fabricantes. Também podem abordar outras questões como a fragmentação e a diferença que existe para as estratégias dos sistemas operativos concorrentes.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico