A defesa do modelo da Apple para a segurança, com a centralização dos downloads de aplicações e de revisão por parte de humanos, foi o tema central da apresentação de Craig Federighi no palco do Web Summit 2021, que apresentou a sua tese face às pressões dos reguladores norte americanos e da Comissão Europeia que querem maior abertura.

Começando por elogiar a linha de atuação que a Europa está a seguir na defesa da privacidade e na proteção de dados, Craig Federighi afirmou que "em algumas alturas lutar pela privacidade nos EUA foi um pouco solitário". O vice presidente da área de desenvolvimento de software reconheceu os princípios por detrás do DMA (Digital Markets Act), mas não deixou de apontar o erro de "abrir as portas ao malware" através da abertura da possibilidade de uso de outras lojas de aplicações, o sideloading.

Para o executivo, a melhor opção será manter o acesso controlado do iPhone, e permitir as utilizadores continuarem a ter opções mais abertas noutras plataformas, ou seja, no Android. A mesma tese que a Apple defende num documento de 16 páginas que divulgou no mês passado.

Olhando para a história, Craig Federeighi afirma que "ainda antes do iPhone a Apple já tinha como princípio apostar em sistemas com proteção da privacidade". Para o executivo, a experiência das pessoas era negativa com o malware dos PCs. "Com o iPhone quisemos mudar isso", explica, dizendo que Steve  Jobs defendia que não era uma tarefa fácil fazer duas coisas diametralmente opostas, de dar opções mais inovadoras e proteger as pessoas ao mesmo tempo, mas que esse era o papel da Apple.

Admitindo que "sabíamos que não podíamos limpar o mundo", a empresa começou por introduzir o "on device protections", para acesso apenas ao que as pessoas autorizavam, mas também isso não impedia que fossem enganadas através de engenharia social.

A opção pelo modelo de Human app review  e Single point of distribution é apontada como a chave para a segurança que a Apple oferece aos utilizadores, e Craig Federighi defende que resultou numa plataforma com privacidade e segurança na sua fundação. Uma lógica que a empresa não quer perder.

Para sustentar a afirmação citou fontes que indicam que a plataforma iOS é a mais segura, explicando que há 5 milhões de ataques por mês a plataformas Android, e que a diferença é que estas permitem instalação de aplicações fora da app. "As portas estão abertas a malware" sublinha, e diz que não é apenas a Apple que assume isso, citando a Europol e outras fontes.

Veja as imagens captadas pela equipa do SAPO TEK que dão uma perspetiva por dentro do Web Summit

4 dias de agenda cheia

Já estamos no dia três do Web Summit, e de uma agenda cheia. No SAPO TEK, já tínhamos dado a conhecer 10 oradores que vale a pena ouvir no Web Summit 2021 e para ajudar a compor a sua agenda para o evento, destacamos ainda algumas das talks que deve apontar no calendário, e que poderá também consultar ao detalhe no website do Web Summit, ou na própria aplicação do evento.

Clique nas imagens para conhecer algumas talks que vale a pena acompanhar no Web Summit 2021

Dia 4 de novembro

Estaremos a entrar na época áurea da tecnologia europeia? Embora a Europa tenha apenas um décimo de todos os “unicórnios”, com as empresas dos Estados Unidos e China a liderarem nesta categoria, há potencial para ter um papel ainda mais relevante no ecossistema tecnológico global. Nesta sessão, António Dias Martins, CEO da Startup Portugal, e Kat Borlongan, Founding Member da Scale-Up Europe, darão a conhecer o que será necessário para a Europa atingir o seu potencial.

A sustentabilidade e a luta contra as alterações climáticas também fazem parte das temáticas em debate no Web Summit 2021. Patrick Brown, CEO da Impossible Foods, sobe ao palco central para uma sessão acerca da forma como a redução do consumo de produtos animais e a escolha de uma alimentação à base de plantas pode ser uma das formas mais poderosas de pôr um travão nas alterações climáticas.

O “pai” da World Wide Web está de regresso ao Web Summit para uma sessão centrada no uso desregrado de dados. Acompanhado por John Bruce, CEO e cofundador da Inrupt, Tim Berners-Lee, também cofundador e CTO da empresa, deixará um apelo aos governantes um pouco por todo o mundo, focando-se na forma como será possível catalisar a próxima era da web.

Deixe também na caixa de comentários outras sugestões e acompanhe o trabalho do SAPO TEK no Web Summit através do dossier dedicado à conferência.

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