O Spotify está a fazer mal aos músicos e à indústria da música no geral? Essa pode ser a opinião de alguns, mas certamente não é a opinião do CEO da tecnológica sueca. Daniel Ek fez uma publicação no blogue oficial da empresa e “lembrou” que desde 2008 que o Spotify já pagou dois mil milhões de dólares aos artistas. E disse mais: uma artista de topo como Taylor Swift leva para casa cerca de seis milhões de dólares por ano.



“Por isso toda a conversa que tem girado em torno da forma como o Spotify faz dinheiro nas costas dos artistas tem-me deixado bastante aborrecido”, disse o CEO. Dos dois mil milhões já distribuídos, metade foi conseguida apenas entre 2013 e 2014.



A defesa em hasta pública acontece pouco tempo depois de a cantora norte-americana Taylor Swift ter decidido retirar todo o seu catálogo da plataforma de música digital, sem aviso prévio e por considerar que estava a sair prejudicada com o modelo de negócio praticado.



Mas como lembrou o CEO do Spotify, o sucesso que a artista está a ter ao nível de venda de cópias físicas já não acontecia desde 2002. Os modelos de consumo estão a mudar e não vão voltar para trás, disse Daniel Ek, que deixou ainda mais uma “farpa” à cantora.



O porta-voz máximo da empresa não pede justificações para a saída de Taylor Swift, mas lembra que as músicas da cantora continuam a ser reproduzidas em várias plataformas gratuitas – como o YouTube – e que em sites como o The Pirate Bay o seu mais recente álbum, 1989, tem estado no topo das preferências dos piratas.



E a opinião de Daniel Ek parece ser suportada por um grande número de utilizadores: já são 50 milhões em todo o mundo, 12,5 dos quais pagam para subscrever a versão premium do Spotify.



“Vamos fazer tudo o que podermos para trabalhar com a indústria para aumentar a transparência, para melhorar a velocidade dos pagamentos e para dar aos artistas a oportunidade de se autopromoverem e estarem em contacto com os fãs – essa é a nossa responsabilidade como líderes nesta indústria; e essa é a coisa certa a fazer”, disse ainda o CEO.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico