Parece que estamos perante uma mudança nos comportamentos dos utilizadores no mundo digital. O mais recente estudo da Kaspersky Lab sobre cibersegurança mostra uma tendência preocupante que aponta para uma diminuição da utilização de programas de proteção informática nos dispositivos móveis, mesmo por quem já foi vítima de ataques.

“Aprender com os erros”? Este estudo mostra que, no mundo dos dispositivos móveis, essa velha máxima parece estar a perder significado. Ou seja, quanto mais dependentes os utilizadores se tornam dos dispositivos móveis, menos importância parecem dar à sua segurança online.

Nos primeiros seis meses do ano, a Kaspersky Lab registou uma queda de 9% do número de utilizadores que recorrem ao computador para consultar o email, relativamente ao último semestre de 2016. A análise aponta para um aumento, face aos últimos seis meses de 2016, de cerca de 8% do número de utilizadores que usam o smartphone para aceder às suas contas de correio eletrónico.

Assim, e como já se tem vindo a perceber ao longo dos últimos anos, o PC continua a perder terreno para os smartphones. E não é apenas na utilização do email que os smartphones “tiram o tapete” aos computadores. Também no comércio eletrónico, no número de dispositivos por habitação, os pequenos dispositivos de mão continuam a afirmar a sua liderança e a eclipsar os “primos eletrónicos”.

Mas o que poderá surpreender não é a dominância crescente dos smartphones sobre os PC, mas sim que o número de utilizadores que protegem os seus dispositivos tem vindo a cair.

De acordo com o estudo, 41% dos utilizadores indicam que não têm todos os seus dispositivos protegidos, um número que fica abaixo dos 39% registados em 2016. A Kaspersky Lab sugere que o aumento de dispositivos desprotegidos tenha que ver com o facto de os smartphones serem os dispositivos cada vez mais usados e os dispositivos que os utilizadores menos tendem a proteger.

Em nota enviada às redações, a empresa alerta para os perigos da falta de segurança nos dispositivos móveis, indicando que “os utilizadores estão expostos a mais riscos enquanto usam os seus dispositivos móveis, quanto mais os usem para atividades online”.

Olhando para as diferentes faixas etárias, os utilizadores com mais de 55 anos são os que, durante o primeiro semestre de 2017, estiveram no topo da lista dos utilizadores mais em risco. Cerca de 19% dos utilizadores desta categoria etária disseram ter sido vítimas de algum tipo de malware.

Android, o malware e cibercrime: uma ladainha já conhecida

Desde janeiro, a Kaspersky Lab já identificou mais de 20 milhões de programas maliciosos que tinham como objetivo atacar dispositivos Android.

Este sistema operativo tem sido um dos alvos prediletos dos criminosos informáticos. Malware, ransomware e phishing são algumas das “maleitas” que têm afetado os dispositivos móveis Android desde o início de 2017.