Os cibercriminosos continuam muito centrados em gerar código malicioso para os computadores, mas as estatísticas começam a mostrar uma atividade mais intensa para o lado dos dispositivos móveis e vulnerabilidades como a encontrada recentemente no Bluetooth - e que pode ser explorada pelo malware Blueborne -, envolvendo 5 mil milhões de dispositivos mostram o potencial problema.
Os troianos bancários são neste momento o tipo de código malicioso que mais circula e o ransomware aquele que mais cresceu nos últimos tempos, a par de algumas ameaças relacionadas com o fenómeno da criptomoeda. Isto para computadores.
“Pelos novos hábitos seguramente que usamos mais o telefone e o tablet, do que o computador e é provável que tenhamos mais informação confidencial ou privada nos dispositivos móveis do que no PC, por isso há que melhorar esta perceção de que só temos de proteger o nosso computador: temos de proteger qualquer dispositivo que tenha os nossos dados”, afirmou Dani Creus, da Kaspersky Lab Global Research & Analysis Team (GReAT), em declarações ao TEK.
Para um criminoso, neste momento ainda é mais fácil e rentável infetar um computador que do que um smartphone. Mais fácil não do ponto de vista técnico, mas sim por toda a “experiência acumulada”, explicou. “Nos últimos anos os grupos organizados estiveram muito voltados para os computadores, então já é um ‘terreno maduro’, sabem como tratá-lo. Mas agora já começam a olhar para o mobile.
Dani Creus sublinha que os grupos organizados são como uma empresa, “vão à procura do máximo rendimento”. Uma vez que os dispositivos móveis são usados cada vez mais usados e em maior número, serão com certeza um alvo “apetecível”.
“É algo que ainda é capaz de levar algum tempo, mas já começamos a ver pelas estatísticas relativas às infeções, e mesmo agora com a falha de segurança no Bluetooth e o Blueborne, que vai acontecer mais cedo ou mãos tarde”. É que os dispositivos móveis além de serem de uso individual, também se “ligam” às empresas, e têm cada vez mais capacidade para armazenar dados.
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