Os dois investidores enviaram uma carta à empresa de Cupertino onde pediam que a Apple criasse recursos que permitam aos pais restringir o acesso das crianças ao iPhone e que estude os efeitos de uma utilização intensiva destes dispositivos na saúde mental dos mais jovens.

Na carta, publicada no Wall Street Journal, os acionistas apontam investigações que avisam que o uso excessivo de smartphones está associado a um aumento do risco de suicídio e depressão entre os jovens e a um menor desempenho escolar.

Na sequência desses dados, e porque as preocupações em relação ao impacto que os telemóveis têm na saúde mental podem trazer consequências financeiras negativas para a Apple a longo prazo, Jana Partners e o California State Teacher’s Retirement System apelam para que a gigante tecnológica investigue a situação e crie formas de aumentar o controlo parental nos equipamentos.

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“Há uma necessidade clara da Apple oferecer aos pais mais escolhas e ferramentas para os ajudar a assegurar que os jovens consumidores estão a usar os seus produtos de forma adequada”, afirmam. “Endereçar este assunto agora irá impulsionar o valor a longo prazo para os acionistas”, defendem.

Também Tony Fadell, ex-funcionário da Apple e um dos envolvidos na criação do primeiro iPhone, manifestou no seu Twitter preocupações em relação ao uso abusivo destes dispositivos, criticando a Apple, a Google, o Facebook e o próprio Twitter por não combaterem o vício na utilização de smartphones.

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No entanto, Fadell acrescenta que isso é um grande desafio, pois "os nossos ecrãs são uma grande parte das nossas vidas. São as nossas ferramentas de trabalho, agendas, contatos familiares, dispositivos de emergência. E nós, realmente, não conseguimos viver sem eles".

Recorde-se que, a França vai proibir os telemóveis nas escolas já a partir de setembro deste ano, uma medida que deverá afetar desde a educação de primeiro ciclo ao ensino secundário e que é justificada, não apenas ao nível meramente do plano educativo, mas também como uma questão de saúde.