Comprar um wearable com o único objetivo de monitorizar a atividade física pode não ser uma ideia tão boa como se pensa. Um novo estudo publicado pelo JAMA, o jornal da Associação Médica Americana, demonstra que a fiabilidade dos smartphones no que toca à contagem de passos é superior aos valores que foram apresentados pelos relógios e braceletes digitais nos testes realizados.

O estudo foi conduzido pela Escola de Medicina de Perelman e pelo Center for Health Incentives and Behavioral Economics, da Universidade da Pensilvânia. Catorze participantes repetiram duas vezes um percurso de 500 e 1500 passos, totalizando 56 testes, para apurar se havia afinal vantagens em comprar um wearable para registar a atividade física realizada ao longo do dia.

As conclusões revelam que os smartphones apresentaram valores, em média, entre 6.7% abaixo e 6.2% acima dos valores reais, ainda assim mais aproximados da realidade que os números registados pelos wearables. A discrepância apresentada por todos os dispositivos envolvidos na experiência apontou valores entre 1,5% e 22,7% abaixo dos números reais. Numa caminhada de 1500 passos, por exemplo, alguns wearables chegaram a contar apenas 1160 passos, detalha o estudo.

Para a comparação foram utilizados dez dos smartphones, wearables e aplicações móveis mais vendidas nos Estados Unidos. Durante o teste, cada pessoa levava consigo um pedómetro, dois acelerómetros, três wearables e mais dois smartphones - um deles a correr duas aplicações de tracking, e o outro a correr mais uma.

"As nossas descobertas sugerem que as apps de um smartphone são mais acessíveis e confiáveis para monitorizar os nossos comportamentos de saúde", disse Meredith Case, uma das autoras do estudo. No final de contas, e dado que "há 1 ou 2% dos adultos norte-americanos que possuem um wearable, mas mais de 65% andam com um smartphone", as conclusões revelam-se favoráveis para todos os que pretendem seguir o registo do exercício praticado mas têm pouca disponibilidade para novos investimentos.


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