Por muito que a tecnologia das baterias evolua, também a tecnologia dos smartphones se expande, introduzindo novas funcionalidades que drenam a energia do equipamento. Os mais recentes smartphones estão a conseguir aumentar a capacidade que chega às 6.000 mAh, mantendo-se finos e apelativos.
Mas se a tecnologia das baterias permite ter mais capacidade, ocupando o mesmo ou menos espaço que os anteriores, também há mais elementos que necessitam de mais energia. Foi a introdução dos modems 5G, que levaram as fabricantes a reinventar a refrigeração para não sobreaquecerem e gastarem mais energia. São os novos processadores com NPU com funcionalidades de inteligência artificial.
É certo que as fabricantes procuram um equilíbrio nos gastos energéticos perante as funcionalidades introduzidas, mas no final do dia, por muito novo que seja o smartphone, vai ter que o colocar à carga. Nesse sentido, terá de ser nas práticas de utilização que temos de “ajudar” o equipamento a ter mais autonomia.
Obviamente que ter um smartphone para múltiplas funções é uma comodidade imprescindível, seja para ler emails, conversar com colegas e familiares, navegar na internet, ver filmes ou jogar, são algumas das utilizações incontornáveis. Mas note que ter diversas apps a correr de fundo, as notificações ligadas para tudo e mais alguma coisa, e ligar o ecrã constantemente apenas para ver as horas ajudam a consumir bateria.
Felizmente existem algumas dicas que pode utilizar para poupar energia, que até podem não ser notadas no imediato, mas a médio-longo prazo, seja nos equipamentos Android como iOS.
Otimizar o ecrã pode aumentar a performance da bateria
Os ecrãs são cada vez mais definidos, com taxas de atualização acima dos 120 Hz, centenas (ou milhares de nits), mas tudo isto contribui para o consumo da bateria. Começando pela tecnologia Always On, onde no ecrã são sempre mostradas informações mínimas, tais como o relógio, calendário e eventuais notificações?
Esta funcionalidade existe sobretudo nos iPhone, mas já existem diferentes modelos Android que também utilizam o Always-On Display. Mesmo que as fabricantes digam que o consumo é muito baixo, é mais uma fonte de consumo de energia. Procure nos equipamentos a opção Always-On Display e não tenha problemas em desligá-la.
Ainda no que diz respeito à otimização do ecrã, o brilho continua a ser o maior inimigo da bateria. Quanto mais brilho tiver o ecrã, mais energia vai consumir, obviamente. É certo que ver uma cena negra numa série e ser abafado por reflexos do meio em redor é irritante e por isso, a tendência é aumentar (para o máximo) o brilho do ecrã. Já pensou em deslocar-se para um ambiente menos claro? E se isso não for possível, procurem ajustar o brilho apenas o suficiente para que consiga ver os conteúdos. Vai ver que a médio prazo vai ganhar em autonomia.
Apesar de ter uma navegação mais suave e respostas fluídas nas apps e jogos, os modelos utilizam taxas de refrescamento que podem se de 120 ou 144 Hz. Caso não utilizem com frequência apps mais exigentes, considerem reduzir para 60 Hz quando possível, pois ajuda a poupar energia.
Automatize sempre que puder as funcionalidades
Lembre-se que não precisa de um sistema atual onde a IA ajuda a definir o brilho. Os smartphones há muito que têm funcionalidades automáticas para a gestão do brilho, através de sensores que analisam o ambiente onde está e adaptam-se. Mantenha, sempre que possível, o sistema automático. Pode sempre reforçar à mão o brilho, caso seja necessário.
Por fim, já pensou quanto tempo demora o equipamento a apagar o ecrã depois de ser consultado? Se tem, por exemplo, um minuto, defina para 30 segundos. Pode ser aborrecido estar a ler uma notícia e o ecrã querer hibernar por inatividade, mas custa menos dar um toque para se manter acordado enquanto está a usar, do que a mantê-lo ligado mais que o necessário. Basta somar as vezes que mexe no smartphone por dia e fazer as contas aos minutos que esta simples medida poupa no consumo de energia.
No iPhone, a partir do iOS 9, pode optar também por ligar o modo Low Power, que prolonga a autonomia do equipamento quando este desce abaixo dos 20% e depois outro nível quando chega aos 10% para garantir que nunca fica sem o smartphone quando não tem como o ligar à corrente. Na prática, é reduzido o brilho do ecrã, há uma otimização geral da performance e minimiza as animações do sistema. Tudo isto para que não fique sem fazer chamadas, mandar mensagens ou aceder à internet.
Já ligou o Dark Mode? Ative também a bateria adaptativa
Pode parecer uma questão básica, mas continua a haver uma grande quantidade de utilizadores que ainda não tem hábitos de utilização do modo escuro ou dark mode e este ajuda a poupar energia. Neste modo o brilho do ecrã é diminuído durante a navegação ou utilização do equipamento e apps. Não chega ativar numa ou outra app, deveria habituar-se a ter todo o sistema operativo em modo escuro.
Os smartphones Android têm uma funcionalidade chamada bateria adaptativa, que deve verificar se esta está ligada. Como já deve ter percebido, quando se usa o smartphone, não é apenas a app aberta que está a consumir a bateria, mas todas as tarefas de fundo, a chegada de emails e mensagens, o sistema a verificar o Wi-Fi disponível, etc. A bateria adaptativa é uma funcionalidade do Android que analisa todas estas utilizações e aprende com os hábitos do utilizador.
Sensações hápticas ajudam a escrever, mas gastam bateria
Os nossos dedos são sempre maiores que os pequenos teclados do ecrã dos equipamentos. Os sons das teclas e as pequenas vibrações, que concedem uma sensação háptica agradável quando escreve, como calcula, gastam energia. Desligar estes sons e vibrações terá obviamente impacto no consumo de energia do equipamento.
O Wi-Fi consome energia. Habitue-se a desligar
Muitas vezes ligamos e desligamos o Wi-Fi por uma questão de consumo de dados, sobretudo quando fora de casa ou da empresa onde a rede habitual é desligada. Mas isso faz com que o smartphone esteja sempre em “alerta” e à procura de uma possível rede para se conectar.
Nesse sentido, caso não pretenda ligar à internet via Wi-Fi e estar dependente dos dados móveis, é preferível que deligue fora de casa. Mas isto é um hábito que tem de ser criterioso, para que quando chegue a casa voltar a ligar para não assistir ao próximo episódio de uma série do Netflix a gastar dados móveis.
Tem o assistente sempre a ouvir? É melhor tapar os “ouvidos”
“Hey Siri” ou “Hey Gemini”. Quantas vezes é que utiliza este comando de voz para interagir com o assistente inteligente? Se não são muitas, isso significa que está a gastar recursos, logo bateria, ao manter o assistente sempre a ouvir o utilizador, à espera de ser chamada para a conversa. Desligue a deteção do assistente e sempre que necessite de interagir, utilize a app respetiva ou os atalhos do equipamento.
Festival “pirotécnico” de notificações drenam bateria
Mensagens das redes sociais, de SMS, das saudades que uma app tem por nunca mais ter utilizado, as últimas novidades que saíram nas plataformas de streaming. Todos vão querer a atenção do utilizador, resultando num festival de "plings" ao longo do dia. Se o barulho, por si, já é irritante, cada notificação liga o ecrã, o que resulta em vezes sem conta que sem a sua interação este acendeu.
Veja na galeria imagens das apps que mais gastam bateria segundo o DXoMark:
Terá de começar por se disciplinar e perceber quais são as notificações imprescindíveis e começar a desativar tudo o resto que não seja realmente necessário para o seu dia-a-dia.
Evite a utilização em ambientes com temperaturas “extremas”
Apesar de estarmos no Inverno e a passar uma onda de frio, não significa que tenhamos uma temperatura considerada extrema. Mas no verão, o calor pode ter impacto direto na autonomia de qualquer equipamento. Quando aquece, a bateria drena muito mais rapidamente e até pode ter consequências danosas, afetando a sua capacidade.
Evite utilizar ao sol na praia por longos períodos de tempo. Quando notar que o equipamento está a aquecer, seja pelo uso como exposição ao sol, desligue-o e guarde-o na bolsa.
Não deixe a carga baixar dos 20%, mas não carregue até 100%
Os hábitos de carregamento também são importantes para a autonomia do equipamento, sobretudo no que diz respeito à vida útil da bateria. Os chamados vícios dos carregamentos acabam por ser uma discussão recorrente, com o número possível de ciclos que as baterias aguentam, etc. As boas práticas parecem alinhar-se de que nunca deve verdadeiramente deixar a bateria chegar ao fim, mas também não deve carregar sempre até ao máximo.
No iPhone, por exemplo, a Apple aconselha a ativar a funcionalidade que permite carregar até aos 80%. São menos 20% de energia que terá de gerir ao longo do dia, mas a empresa da maçã diz que isso traz benefícios a longo prazo ao estado de saúde da bateria. Por outro lado, muitas fabricantes de Android também têm os seus sistemas operativos baseados preparados para seguir os hábitos de consumo dos utilizadores. Pode por exemplo, programar o período em que o equipamento recebe energia, mesmo ligado à corrente, para que não esteja a noite toda a carregar.
Se seguir algumas destas sugestões, certamente que vai notar diferença na autonomia da bateria. Algumas são práticas, outras requerem mesmo uma mentalização sobre os bons princípios de utilização.
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