A tecnologia tem vindo a evoluir a uma velocidade tremenda mas, até ao momento, ainda não chegámos ao ponto de conseguir criar um dispositivo móvel (como um telemóvel, um smartphone, um tablet, etc.) que consiga funcionar sem qualquer tipo de bateria implementado.
Alguns cientistas apontam para que, em 2030, a tecnologia tenha avançado até ao ponto em que só vamos recarregar os smartphones de três em três meses, enquanto que outros apostam em criar alternativas de fornecer energia aos equipamentos, como o próprio corpo humano.
Apesar das ideias terem os seus pontos positivos e poderem ser consideradas como algo útil, a verdade é que não ter qualquer bateria seria um cenário ideal, até porque, com o passar do tempo, este armazenamento de energia acaba por perder alguma da sua capacidade. É aqui que os investigadores da Universidade de Washington se conseguiram distinguir ao criarem um telemóvel que consegue recolher energia através das ondas rádio existentes no ar. E o telemóvel precisa apenas de 3,5 microwatts para funcionar corretamente.
“Nós conseguimos construir aquilo que acreditamos ser o primeiro telemóvel que consome quase nenhuma energia” disse, ao Indian Times, Shyam Gollakota, professor associado ao projeto, da Escola Paul G. Allen de Ciência Computacional e Engenharia da Universidade de Washington. Gollakota explicou ainda que, para que o telemóvel funcionasse com um consumo de energia tão baixo que seria capaz de aproveitar as ondas rádio, foi necessário “repensar o design destes equipamentos”.
De forma a reduzirem drasticamente o consumo de energia do equipamento, os investigadores trocaram o digital pelo analógico. Isto significa que o telemóvel utiliza as pequenas vibrações detetadas pelo microfone e pelas colunas, quando a pessoas está a falar, e a antena ligada a estes componentes converte instantaneamente essas vibrações num sinal de rádio analógico.
O sinal analógico é transmitido para a estação base e, no lado do recetor, os sinais rádio são detetados pela coluna do telemóvel que consegue decifrar o sinal em vibrações audíveis.
De momento o telemóvel não passa de um simples protótipo, que se assemelha mais a um walkie-talkie do que a um telemóvel moderno, uma vez que é necessário pressionar um botão para alternar entre o modo de envio e de receção dos sinais. Para além disso, ainda falta uma estação base para que possa funcionar em grande escala, mas a equipa está confiante de que, um dia, o sistema poderá sem implementado nos atuais equipamentos móveis.
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