São sete os peritos entre eles o especialista em iOS Jonathan Zdziarski, o criptografo Bruce Schneier e Charlie Miller, mais conhecido por ter revelado as vulnerabilidades no sistema da Chrysler.

Numa nota ao tribunal que emitiu a ordem que pretende obrigar a Apple a quebrar o sistema de segurança do, os especialistas alegam que a situação poria em risco as proteções do telefone da marca da maçã no geral, e enfatizam as possíveis consequências “altamente desastrosas”.

Consideram que se fosse criado um "GovtOS", tal código “poderá ser usado por criminosos e governos para extrair dados pessoais e empresariais importantes a partir de iPhones apreendidos, perdidos ou roubados” ou mesmo “funcionar ao contrário daquilo para o qual foi concebido, dando aos atacantes uma forma de abrirem caminho para contornar o código de segurança da Apple”, pode ler-se.

A polémica estalou há duas semanas, quando o presidente da Apple recusou respeitar a ordem dos tribunais norte-americanos de colaborar com o FBI para desbloquear o iPhone utilizado por um dos autores do tiroteio ocorrido em San Bernardino, nos Estados Unidos, que resultou na morte de 14 pessoas.

Na prática, exige-se à Apple que arranje forma de “hackear” o iPhone, desativando o sistema de segurança que leva à eliminação dos dados do telefone quando não é introduzido o código correto após o número de tentativas previstas.

Para Tim Cook, algo do género seria “um passo sem precedentes que ameaça a segurança dos nossos clientes”, considerando que aquilo que é pedido tem “implicações muito para lá do caso legal em jogo”.

A decisão da marca da maçã pôs o mundo a pensar e está a dividir opiniões, nomeadamente entre as grandes referências da tecnologia, havendo quem a apoie, mas também quem seja mais cuidadoso em tomar partido. Em Portugal o constitucionalista Pedro Bacelar Vasconcelos, não tem dúvidas em escolher a Apple.

Relacionadas ou não com a luta contra a ordem do tribunal para desbloquear o iPhone do atirador de San Bernardino, a “pedido” do FBI, o facto é que a Apple parece estar empenhada em reforçar as caraterísticas de segurança dos seus dispositivos.