Um auditório e quatro salas dão suporte ao evento, que durante a manhã deu a palavra a 44 startups e que durante a tarde fez subir ao palco do auditório principal um dos grandes vencedores do dia: a empresa que pode conquistar o prémio de 100 mil euros do Caixa Empreender Award.

As sete startups nesta short list passaram por aceleradores que são parceiros da Caixa Capital, entidade que organiza o evento e que já investiu entre 50 e 200 mil euros em cada um dos projetos, como recompensa pela distinção no respetivo programa de aceleração. Agora uma delas receberá mais 100 mil euros.

“Vencer o prémio vai dar-nos oportunidade de estender os planos que temos para os meses que vamos passar nos Estados Unidos”, explica Pedro Castro Henriques, CEO da Strongstep que criou o Scraim, uma ferramenta que junta gestão de projetos e gestão de processos.

A empresa está de partida para a segunda experiência no mercado norte-americano, onde vai concretizar três pilotos que começou a desenhar em 2015, quando esteve no país para participar na última edição do InRes, o programa de educação da CMU em Portugal.

O InRes é um dos aceleradores parceiros da Caixa Capital, que nessa condição acaba por ser o primeiro investidor de boa parte dos projetos que se destacam nesses programas. No caso da Scraim, que acabou por ser considerada a mais promissora das quatro selecionadas no programa de incubação da CMU, isso materializou-se num investimento de 50 mil euros. Noutros casos o valor é maior. É o caso do Lisbon Challenge, o acelerador da Beta-i, onde vencedor da edição do ano passado garantiu um investimento de 100 mil euros da capital de risco.

A Attentive.us deu nas vistas com um software que se liga às soluções de CRM das empresas, para fornecer alertas em tempo real com informação que vai buscar a milhares de fontes externas. Daniel Araújo, um dos três fundadores, explica que o conceito vai muito além daquilo que o clipping permite fazer, graças à capacidade apurada para ir ao encontro do tipo de informação que faz sentido para cada empresa. Outra vantagem, garante, é que dispensa configurações e ajustes. A única condição é que o software esteja preparado para funcionar com a solução de CRM que a empresa utiliza.

A solução está em fase de lançamento. O próximo grande objetivo é preparar a entrada nos Estados Unidos, admite Daniel Araújo, que começou a idealizar o software quando ainda trabalhava na Google no Reino Unido.

Além do InRes e do Lisbon Challenge, também os aceleradores do Cohitec, do Building Global Innovators, da Startup Braga e o Startup Lisboa Boost são parceiros da Caixa Capital e por isso os projetos vencedores de cada uma destas iniciativas em 2015 compete esta quarta-feira por mais 100 mil euros de investimento.

A Permeability, a Prodsmart, a Seatwitch, a Fibersail e a Charge2Change completam a lista, mas não esgotam os investimentos realizados pela capital de risco do grupo Caixa em 2015.

Em declarações ao TeK, Stephan Morais, administrador executivo da Caixa Capital, indica que ao longo do ano passado o fundo terá investido em cerca de uma dúzia de empresas, aplicando perto de 10 milhões de euros. Em 2016, o cenário não será muito diferente, já que a empresa pretende manter um processo de seleção exigente e que em larga medida se liga aos aceleradores com quem mantém parceria.

Nesta segunda edição do Caixa Empreender Award passam pela Culturgest em Lisboa 800 pessoas, mais 200 que na edição de estreia e 20 fundos internacionais, onde se incluem algumas das capitais de risco mais relevantes da região, garante Stephan Morais, que considera as startups portuguesas hoje bem preparadas para se movimentarem neste tipo de ambiente e atrair a atenção dos investidores. “Sem dúvida que as startups portuguesas hoje estão mais preparadas. Vão com frequência a outros países e as barreiras esbateram-se. Há uma tendência para a globalização que tem feito com que estejam mais à vontade”, defende. Desde 2009 a Caixa Capital investiu em mais de 50 empresas. Duas já fizeram o exit, om passo que permite ao investidor recuperar o investimento e concretizar ganhos.  

 Nota de redação: A Prodsmart foi a vencedora da edição deste ano do Caixa Empreende Award e levou para casa um prémio de 100 mil euros.

 

 Cristina A. Ferreira