O Rei D. Manuel I é uma das personagens que os visitantes do monumento lisboeta vão poder encontrar numa qualquer esquina durante a sua visita, desde que usem os tablets que vão ser disponibilizados no Castelo de Lisboa e que abrem novos horizontes ao conhecimento da história.

A aplicação "Uma janela para o passado" quer ser uma lição de história interativa e foi desenvolvida no âmbito do Doutoramento em Digital Media de Rui Avelans Coelho mas conta com o apoio de várias entidades.

O projeto vai ser apresentado amanhã oficialmente no Castelo de São Jorge, onde a plataforma vai estar disponível em 15 tablets que serão usados para grupos com marcações, especialmente Escolas, mas numa segunda fase deverá ser disponibilizada numa loja de aplicações para que qualquer visitante possa descarregá-la e instalá-la nos seus equipamentos.

As aplicações móveis são hoje assumidas como Guias em visitas a muitos monumentos e zonas históricas e turísticas, e em Lisboa e Sintra há já alguns projetos dos quais o TeK tem dado conta, mas este novo projeto tem características distintivas e inovadoras que mereceram a atenção de várias entidades, que se aliaram no seu financiamento. A EGEAC, a Secretaria de Estado da Cultura, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) e a Samsung são alguns dos parceiros.

Rui Avelans Coelho explicou ao TeK que a ideia da aplicação surgiu no âmbito do seu doutoramento no qual queria criar um projeto prático que tivesse aplicação no futuro, mas acabou por crescer e tomar uma dimensão mais relevante.

A aplicação parte dos festejos do batizado de D. João III, o herdeiro de D. Manuel I, que se realizou a 15 de junho de 1502 no Castelo e durante o qual Gil Vicente apresentou a sua primeira peça, o Auto da Visitação.

Este é o pretexto que baseia o guião de ficção história que foi usado nas filmagens dos atores e que servem de base ao vídeo integrado na aplicação, e que foi georeferenciado para acompanhar os percursos do utilizador durante a sua visita, com algumas versões diferentes consoante o percurso escolhido.

As intrigas palacianas e a utilização de personagens que poderão ter habitado o Castelo pretendem tornar a visita mais interessante aos olhos dos turistas de várias idades, mas sobretudo dos mais novos, como explica ao TeK Rui Avelans Coelho.

Na componente técnica a aplicação apresentou alguns desafios de desenvolvimento, entre os quais a necessidade de criar a programação de base, mas também a georeferenciação por GPS e usando os sensores do tablet para estabelecer a localização física do visitante e apresentar o vídeo adequado.

"Quisemos por a fasquia alta", adianta Rui Coelho que não afasta a hipótese de abrir o código de forma pública. O projeto deverá ter também novas fases de desenvolvimento e está já pensada a sua utilização na Torre de Belém, mas o criador do projeto admite que poderá ter maior expansão, até porque a base está criada e será apenas necessário criar o Guião e fazer as gravações dos vídeos, o que envolve alguns custos.

Veja o vídeo abaixo que mostra algumas das potencialidades da aplicação.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador