Há keynotes de responsáveis da empresa e parceiros para ouvir, oportunidade de participar em muitas sessões técnicas e de fazer e certificar formação. Ao evento está associada uma área de exposição onde a empresa mostra as suas tecnologias, mas onde também dá voz aos parceiros e às empresas onde tem investido, como é o caso da startup portuguesa Veniam, que também lá está.

As soluções tradicionais da companhia, que é sobretudo conhecida pela tecnologia para redes de comunicações, têm espaço no evento. Mas o destaque maior vai para áreas como a segurança ou a colaboração, mas também para mostrar que a conectividade entre dispositivos e objetos (Internet das Coisas), onde a empresa tem investido largos milhões de dólares nos últimos anos, está a dar origem a soluções nas mais diversas indústrias.

Às soluções tecnológicas comercializadas pela Cisco ou por parceiros e à área onde é possível conhecer algumas das startups que têm recebido capital da Cisco Investments, junta-se a DevNet Zone. O nome não engana, é a zona dedicada aos programadores, onde as parcerias continuam em destaque.  DevNet também é o nome de um programa da Cisco para a comunidade de developers que nasceu há dois anos e que veio complementar a estratégia da companhia na área do software.

É uma área onde a aposta da Cisco também tem passado pela criação de ferramentas que facilitem o desenvolvimento de novas aplicações. Um exemplo é a DevIOT, especialmente vocacionada para acelerar e facilitar a criação de apps para a Internet das Coisas, autonomizando um conjunto de passos no processo. Na área da exposição é possível ver a ferramenta em ação, mas também várias aplicações criadas a partir desta base. Na mesma linha há para ver a Shipped.

 

 

Manter as áreas tradicionais e explorar novas oportunidades

Na sessão que abriu o evento e mais tarde num evento com a imprensa, Zorawar Biri Singh, CTO da Cisco para a área das plataformas e soluções, explicou que a estratégia da companhia vai continuar a passar pelas redes que “sempre foram o nosso centro de gravidade e continuarão a ser o nosso core”, mas admite que a empresa está empenhada olha cada vez mais para pontos de expansão a partir dessa base. São quatro as áreas onde a Cisco quer estar e passam pela conectividade, automação, analítica e pela segurança, que atravessa as três primeiras.

Num mundo em que as aplicações estão a mudar –precisam de escalabilidade –, as arquiteturas do data center estão a mudar e as áreas de segurança e compliance têm de se adaptar a essas transformações, a Cisco põe na mesma lista de desafios a procura crescente por parte das empresas de soluções de automatismo que ajudem a reduzir custos e garante que quer responder a todos.

Neste universo Biri Singh deu especial destaque aos desafios que se resultam da gestão de ambientes híbridos, na sua perspetiva, um dos mais relevantes da indústria e que irá conduzir o mercado cada vez mais à utilização de containers (uma evolução ao conceito de virtualização, que ganha em flexibilidade já que permite uma reutilização mais simples de um conjunto de bases para trabalhar em diferentes ambientes). É uma área em que a Cisco já está a trabalhar, garante, e não apenas ao nível das infraestruturas.

Biri Singh também falou sobre a estratégia da companhia para a Internet das Coisas, admitindo que este “é um mercado completamente novo para a Cisco, não é uma transição” e que tem desafios completamente distintos daqueles que a empresa tem de gerir no seu mercado tradicional, onde as suas soluções gerem mais de 80% do tráfego de Internet global. Mas prefere dar destaque ao facto de esta ser “um universo cheio de oportunidades”. 

  Cristina A. Ferreira